Editorial
Carlos Fabião, Director da UNIARQ
Para a Arqueologia de investigação, nomeadamente, a realizada em âmbito universitário e nos seus centros de investigação, o equinócio de Outono marca um ponto de viragem. Findam os trabalhos de campo, regressam os trabalhos escolares, para professores, investigadores e estudantes. A nossa newsletter sublinha essa viragem, que acompanha afinal a mudança de estação, ponto de viragem, fim de um ciclo, início de outro, em sazonalidade de eterno retorno.
A newsletter reflecte essa realidade: últimas notícias das campanhas de Verão (Gruta do Caldeirão, villa de Cardílio, Alto da Vigia, Buraca da Moira, Castelo / Forte do Passo) anúncio de novos projectos, como o da Tapada de Mafra. Mas, como a investigação da Uniarq não se esgota nessa sazonalidade (mais aparente do que real, uma vez que estas distintas etapas de trabalho se inserem num padrão de continuidade), outros projectos de longo fôlego continuam a pontuar os nossos dias e deles damos também conta (Be-Archeo, IberAmber), entre outros.
Como vem sendo hábito também, não descuramos a transferência do conhecimento e a divulgação ampla do que é a Arqueologia e do que fazemos na Uniarq, quer de um modo continuado (COMUNIARQ), quer participando activamente em todas as situações em que a comunidade científica é chamada a interagir com públicos não especializados, como é o caso da Noite Europeia dos Investigadores. Neste caso, procuramos sempre envolver jovens estudantes, que deste modo vão tomando consciência da importância da divulgação e interacção com públicos não conhecedores e não especializados. Sabemos bem da fundamental importância destas actividades, uma vez que, infelizmente, a Arqueologia continua a ter má imagem pública: nos media de ampla divulgação, a Arqueologia só aparece para ser responsabilizada por atrasos em obras públicas e decorrentes prejuízos para pessoas e instituições. Fazer entender que os arqueólogos lidam com um património comum da sociedade e que a sua actividade constitui uma componente do Serviço Público, devidamente enquadrada pela Lei, constitui ainda uma importante mensagem que tarda em ser assimilada. De há longa data, a nossa sociedade aceita e valoriza a dimensão ambiental e entende-a já como algo de seu, cuja preservação e protecção a todos interessa e envolve. O mesmo não sucede com a dimensão patrimonial material, arqueológica, mas não só. Constitui uma importante componente da formação dos jovens futuros arqueólogos a aprendizagem da interacção com a sociedade e o apuramento das melhores práticas de comunicação.
Este ciclo de constante renovação que o equinócio marca está também intimamente relacionado com a própria vida das instituições: na mesma altura em que alcança a jubilação um dos docentes da área de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o Professor Amílcar Guerra (que continuará, sublinhe-se a ser investigador da UNIARQ), acolhemos e apoiamos as XIV Jornadas de Jovens em Investigação Arqueológica, encerramos mais um ano lectivo para os estudantes finalistas da Licenciatura, iniciamos novo ciclo de Licenciatura e Mestrado em Arqueologia, aqui na Faculdade de Letras, a Instituição de que somos unidade orgânica, e começam a realizar-se as provas intermédias de Doutoramento. Assim se percebe, por um lado, que esta dinâmica cíclica faz parte das nossas vivências, simultaneamente, corolário e início, em ininterrupta continuidade, e é gratificante pensar que entre os 200 jovens participantes nas XIV Jornadas de JIA estiveram / estarão os arqueólogos, os investigadores de referência de amanhã. É seguramente nosso papel apoiar, integrar e enquadrar todos, seja na estreita relação com as actividades formativas nos três ciclos de estudo em Arqueologia, seja acolhendo estudantes internacionais em mobilidade: abrindo mundos (como reza o lema da Universidade de Lisboa), mas mantendo-nos também e sempre abertos aos mundos.
A newsletter reflecte essa realidade: últimas notícias das campanhas de Verão (Gruta do Caldeirão, villa de Cardílio, Alto da Vigia, Buraca da Moira, Castelo / Forte do Passo) anúncio de novos projectos, como o da Tapada de Mafra. Mas, como a investigação da Uniarq não se esgota nessa sazonalidade (mais aparente do que real, uma vez que estas distintas etapas de trabalho se inserem num padrão de continuidade), outros projectos de longo fôlego continuam a pontuar os nossos dias e deles damos também conta (Be-Archeo, IberAmber), entre outros.
Como vem sendo hábito também, não descuramos a transferência do conhecimento e a divulgação ampla do que é a Arqueologia e do que fazemos na Uniarq, quer de um modo continuado (COMUNIARQ), quer participando activamente em todas as situações em que a comunidade científica é chamada a interagir com públicos não especializados, como é o caso da Noite Europeia dos Investigadores. Neste caso, procuramos sempre envolver jovens estudantes, que deste modo vão tomando consciência da importância da divulgação e interacção com públicos não conhecedores e não especializados. Sabemos bem da fundamental importância destas actividades, uma vez que, infelizmente, a Arqueologia continua a ter má imagem pública: nos media de ampla divulgação, a Arqueologia só aparece para ser responsabilizada por atrasos em obras públicas e decorrentes prejuízos para pessoas e instituições. Fazer entender que os arqueólogos lidam com um património comum da sociedade e que a sua actividade constitui uma componente do Serviço Público, devidamente enquadrada pela Lei, constitui ainda uma importante mensagem que tarda em ser assimilada. De há longa data, a nossa sociedade aceita e valoriza a dimensão ambiental e entende-a já como algo de seu, cuja preservação e protecção a todos interessa e envolve. O mesmo não sucede com a dimensão patrimonial material, arqueológica, mas não só. Constitui uma importante componente da formação dos jovens futuros arqueólogos a aprendizagem da interacção com a sociedade e o apuramento das melhores práticas de comunicação.
Este ciclo de constante renovação que o equinócio marca está também intimamente relacionado com a própria vida das instituições: na mesma altura em que alcança a jubilação um dos docentes da área de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o Professor Amílcar Guerra (que continuará, sublinhe-se a ser investigador da UNIARQ), acolhemos e apoiamos as XIV Jornadas de Jovens em Investigação Arqueológica, encerramos mais um ano lectivo para os estudantes finalistas da Licenciatura, iniciamos novo ciclo de Licenciatura e Mestrado em Arqueologia, aqui na Faculdade de Letras, a Instituição de que somos unidade orgânica, e começam a realizar-se as provas intermédias de Doutoramento. Assim se percebe, por um lado, que esta dinâmica cíclica faz parte das nossas vivências, simultaneamente, corolário e início, em ininterrupta continuidade, e é gratificante pensar que entre os 200 jovens participantes nas XIV Jornadas de JIA estiveram / estarão os arqueólogos, os investigadores de referência de amanhã. É seguramente nosso papel apoiar, integrar e enquadrar todos, seja na estreita relação com as actividades formativas nos três ciclos de estudo em Arqueologia, seja acolhendo estudantes internacionais em mobilidade: abrindo mundos (como reza o lema da Universidade de Lisboa), mas mantendo-nos também e sempre abertos aos mundos.
NOTÍCIAS
XIV Jornadas de Jovens em Investigação Arqueológica trazem cerca de 200 jovens a Lisboa
Entre os dias 6 e 8 de Setembro decorreram, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, as XIV Jornadas de Jovens em Investigação Arqueológica (JIA 2023). Estas jornadas foram promovidas por doutorandos da UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, sendo o resultado de uma parceria da UNIARQ com a Associação Patrimonium. A organização das jornadas contou ainda com o apoio de quase uma dezena de voluntários de várias instituições e nacionalidades, imprescindíveis à boa resolução das JIA 2023.
Este ano as Jornadas estavam assentes no tema “Em crise: a Natureza da Humanidade”, como reflexo do momento actual em que vivemos, marcado por conflitos, migrações, crises económicas, alterações climáticas e epidemias. Procurava-se, através do desafio lançado, estimular a apresentação de propostas que tratassem o conceito de crise em termos arqueológicos, através de estudos multidisciplinares e transdisciplinares, independentemente de qualquer âmbito cronológico ou geográfico.
Este ano as Jornadas estavam assentes no tema “Em crise: a Natureza da Humanidade”, como reflexo do momento actual em que vivemos, marcado por conflitos, migrações, crises económicas, alterações climáticas e epidemias. Procurava-se, através do desafio lançado, estimular a apresentação de propostas que tratassem o conceito de crise em termos arqueológicos, através de estudos multidisciplinares e transdisciplinares, independentemente de qualquer âmbito cronológico ou geográfico.
Como resposta ao repto lançado, a comunidade de jovens investigadores em arqueologia respondeu com um total de 25 sessões, uma mesa-redonda e um workshop; o que resultou em mais de 190 comunicações/posters, envolvendo 100 instituições diferentes e contabilizando quase duas centenas de inscritos! O programa incluiu temáticas tão diversas como Arqueologia da Paisagem, Zooarqueologia, Teoria Arqueológica, Comércio, Museologia e Museografia, Arte, Paleoambiente, Arquitectura, Gestão Patrimonial, entre inúmeros outros temas que abarcavam cronologias desde a Pré-História Antiga ao Período Contemporâneo.
|
A expressiva adesão às JIA 2023 e o ambiente que se viveu ao longo dos três dias demonstrou, de forma clara, o empenho e interesse das camadas mais jovens da comunidade arqueológica em iniciativas desta natureza. Cumpre, assim, continuar a criar oportunidades para que os jovens investigadores possam apresentar os seus projectos, trabalhos e ideias, estimulando uma dinâmica de partilha de conhecimento e convívio como aquela a que se assiste nas Jornadas de Jovens em Investigação Arqueológica.
Aguardamos, como não podia deixar de ser, pelas XV Jornadas, em 2024. Estas realizar-se-ão sob a égide da Universidade Autónoma de Madrid, candidatura vencedora numa luta renhida com a Unión Cultural Arqueológica, da Universidade Complutense de Madrid. Até para o ano!
Aguardamos, como não podia deixar de ser, pelas XV Jornadas, em 2024. Estas realizar-se-ão sob a égide da Universidade Autónoma de Madrid, candidatura vencedora numa luta renhida com a Unión Cultural Arqueológica, da Universidade Complutense de Madrid. Até para o ano!
O Comité Organizador das XIV JIA
EAA 2023 com forte participação da UNIARQ
Sob o tema Weaving Narratives, decorreu, entre 30 de Agosto e 2 de Setembro passados, em Belfast, na Irlanda do Norte, o 29.º encontro anual da European Association of Archaeologists.
Este ano, o evento contou com a participação de diversos investigadores da UNIARQ – Alice Baeta, Ana Catarina Sousa, Ana Cristina Araújo, Ana Margarida Arruda, Ana Maria Silva, André Texugo, André Tomás Santos, Carlos Odriozola, Cátia Delicado, Cleia Detry, Cristina Gameiro, Daniel Carvalho, Daniel van Calker, Francisco B. Gomes, Frederico Agosto, Jesús Acero Pérez, João Pedro Cunha Ribeiro, Joaquina Soares, Luis Rendeiro, Marianne Deschamps, Nelson J. Almeida, Raquel Granja, Rita Peyroteo Stjerna, Rui Gomes Coelho, Sílvia Valenzuela-Lamas, Telmo Pereira e Thierry Aubry – que, durante 4 dias, ajudaram a disseminar os resultados das investigações que decorrem no Centro de Arqueologia.
Decorrendo com uma frequência anual, estes encontros congregam milhares de investigadores em arqueologia do velho continente.
No próximo ano, o 30.º encontro decorrerá em Roma, Itália, entre 28 e 31 de Agosto, sob o tema Persisting With Change (https://www.e-a-a.org/eaa2024).
Este ano, o evento contou com a participação de diversos investigadores da UNIARQ – Alice Baeta, Ana Catarina Sousa, Ana Cristina Araújo, Ana Margarida Arruda, Ana Maria Silva, André Texugo, André Tomás Santos, Carlos Odriozola, Cátia Delicado, Cleia Detry, Cristina Gameiro, Daniel Carvalho, Daniel van Calker, Francisco B. Gomes, Frederico Agosto, Jesús Acero Pérez, João Pedro Cunha Ribeiro, Joaquina Soares, Luis Rendeiro, Marianne Deschamps, Nelson J. Almeida, Raquel Granja, Rita Peyroteo Stjerna, Rui Gomes Coelho, Sílvia Valenzuela-Lamas, Telmo Pereira e Thierry Aubry – que, durante 4 dias, ajudaram a disseminar os resultados das investigações que decorrem no Centro de Arqueologia.
Decorrendo com uma frequência anual, estes encontros congregam milhares de investigadores em arqueologia do velho continente.
No próximo ano, o 30.º encontro decorrerá em Roma, Itália, entre 28 e 31 de Agosto, sob o tema Persisting With Change (https://www.e-a-a.org/eaa2024).
André Pereira
A UNIARQ na Noite Europeia dos Investigadores - 29 de Setembro de 2023
Dia 29 de Setembro de 2023 realizou-se mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores, no Museu de História Natural da Universidade de Lisboa, sob o tema “Ciência para Todos – Sustentabilidade e Inclusão”. A participação da UNIARQ contou, mais uma vez, com a incansável participação dos estudantes da licenciatura, de mestrado e de doutoramento em Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa que desenvolvem, nestas iniciativas, práticas de comunicação de ciência, hoje fundamentais nas politicas de construção do Conhecimento.
Esta NEI, permitiu aos Investigadores e Estudantes da UNIARQ/FLUL, coordenados por Mariana Diniz e Catarina Viegas, discutir com os visitantes a sustentabilidade das sociedades do Presente e do Passado, a partir da análise de elementos da cultura material, de dados da paleobotânica e da zooarqueologia que demonstram as complexas relações entre as sociedades humanas, o meio e os recursos que estas exploram. O debate girou em torno das práticas de consumo, dos combustíveis aos materiais exóticos, da desflorestação associada à expansão das sociedades agro-pastoris aos indicadores de poluição ligados a diferentes indústrias do período clássico – sinais que no registo arqueológico testemunham a (in)sustentabilidade dos grupos do Passado, ampliando a nossa experiência colectiva, decisiva para a tomada de decisões sustentáveis para o Futuro. |
Mariana Diniz
Para além da arqueologia / Beyond Archaeology (BE-ARCHAEO): expressões paisagísticas, circuitos museológicos e vestígios em diálogo entre a Grécia e o Japão
Entre 15 de Junho e 15 de Julho 2023, estivemos na Grécia, no âmbito do Projecto Be-Archaeo (Marie Sklodowska-Curie grant agreement nº 823826), com a finalidade, entre outras, de estudar os caminhos da musealização de coleções arqueológicas. Visitamos vários locais da península balcânica e das suas ilhas: Ática, Peloponeso, Macedônia Central, as Ilhas Jônicas e Creta. Nesta viagem espaço-temporal, conseguimos também cruzar olhares entre a Grécia e o Japão.
A passagem por variados lugares, paradigmáticos de diferentes complexos culturais da Grécia, proporcionou uma viagem através de evidências arqueológicas ainda conservadas no solo, mas também cuidadosamente expostas em espaços culturais ou ousadamente reconstruídas e imaginadas. Este percurso contribuiu grandemente para o enriquecimento da nossa experiência, não apenas para uma melhor compreensão da diversidade de culturas que habitaram aquele território, ao longo de vários períodos, mas também de como este território e as suas culturas é proposto novamente ao público. A nossa experiência concentrou-se nos espaços museológicos e nos sítios arqueológicos, mas nos foi impossível não observar também a patrimonialização dos espaços naturais. Começamos por destacar as paisagens estonteantes. Paisagens que nos fazem viajar e imaginar que as pessoas que ali estiveram antes de nós, em tempos muito mais antigos, também deveriam se maravilhar. E assim não é de se admirar que a paisagem influencie tanto na cultura material e nos povoamentos daquelas comunidades. No Oráculo de Delfos, por exemplo, a paisagem montanhosa de Parnaso é um deslumbre entre as ruínas, mitos e paixões dos deuses, profecias e jogos pan-helénicos, simbolizados pelo condutor de auriga preservado no museu adjacente ao sítio arqueológico. Em Phaistos, antigo povoamento minóico, do sítio avistamos dois picos de montanhas que formam os cornos de um animal que amplamente se destaca na simbologia daquele povo: o touro. Nesta terra, um labirinto de memórias e histórias se acumulam na estratigrafia de um território ocupado em vários momentos. |
|
E como não se maravilhar com a necrópole romana de Mátala, formada por grutas artificiais escavadas no calcário da falésia de uma encantadora praia. Basta subirmos alguns metros e logo percebemos a motivação daquelas pessoas ao escolherem tal sítio para o descanso de seus entes. Grutas e rochedos onde cabras selvagens trepam audaciosas e confundem-se com o cair da noite.
Uma forte escuridão que reencontramos na arqueologia da morte nos túmulos reais de Vergina, onde o acervo museológico se funde na paisagem funerária. Uma família de guerreiros e princesas que deram os natais ao Alexandre o Grande, que contribuiu à difusão da cultura grega no Oriente.
Se por um lado a experiência da paisagem é única e fundamental para um contexto interpretativo da distribuição dos povoamentos, a nossa relação com os vestígios em contexto museológico pressupõe uma interrogação sobre a relação que se estabelece entre artefactos e sociedade nos tempos atuais.
Relativamente aos museus, logo é notável duas ausências. Primeiramente, a ausência da Pré-História na maior parte das propostas expositivas. Nas poucas vezes em que é apresentada, geralmente está associada somente ao Neolítico (e por vezes apenas ao Neolítico final) e desenvolvida em narrativas sucintas. De facto, o período da Grécia Antiga (Idade do Bronze e Idade do Ferro), e em segundo plano o período Bizantino, além de terem maior apelo para a grande massa turística, proveram coleções extensas o suficiente para sobre-encherem tantos museus, de um lado a outro do país. Ainda assim, sentimos que grande parte desses museus perdem a oportunidade de surpreenderem os visitantes com novas narrativas, novos olhares, de trazerem temáticas não esperadas, que quebrem o padrão… Afinal, todos nós, enquanto visitantes, gostamos de ter uma experiência para além da expectativa inicial e de até mesmo contactar ou saber mais sobre algo, até então, inesperado.
Uma forte escuridão que reencontramos na arqueologia da morte nos túmulos reais de Vergina, onde o acervo museológico se funde na paisagem funerária. Uma família de guerreiros e princesas que deram os natais ao Alexandre o Grande, que contribuiu à difusão da cultura grega no Oriente.
Se por um lado a experiência da paisagem é única e fundamental para um contexto interpretativo da distribuição dos povoamentos, a nossa relação com os vestígios em contexto museológico pressupõe uma interrogação sobre a relação que se estabelece entre artefactos e sociedade nos tempos atuais.
Relativamente aos museus, logo é notável duas ausências. Primeiramente, a ausência da Pré-História na maior parte das propostas expositivas. Nas poucas vezes em que é apresentada, geralmente está associada somente ao Neolítico (e por vezes apenas ao Neolítico final) e desenvolvida em narrativas sucintas. De facto, o período da Grécia Antiga (Idade do Bronze e Idade do Ferro), e em segundo plano o período Bizantino, além de terem maior apelo para a grande massa turística, proveram coleções extensas o suficiente para sobre-encherem tantos museus, de um lado a outro do país. Ainda assim, sentimos que grande parte desses museus perdem a oportunidade de surpreenderem os visitantes com novas narrativas, novos olhares, de trazerem temáticas não esperadas, que quebrem o padrão… Afinal, todos nós, enquanto visitantes, gostamos de ter uma experiência para além da expectativa inicial e de até mesmo contactar ou saber mais sobre algo, até então, inesperado.
Logo, é um grande pesar ver coleções tão incrivelmente diversas, que sustentariam tantas diferentes abordagens e temáticas, associadas a narrativas que parecem ser mais do mesmo, sem inovações. Museus tecnicamente bem executados, bonitos, tal como ditam os manuais… Porém, com narrativas muito apoiadas na estética dos artefactos, com descrições amplamente artísticas e escassamente ligadas ao contexto sociocultural de produção e significação daqueles artefactos pelas suas comunidades.
E assim importa tratar da segunda ausência sentida na maior parte dos museus gregos: as pessoas. As narrativas construídas a partir dos artefactos estão tão desenvolvidas em torno dos próprios, como se existissem per se, que há uma ausência marcante de comunidades, populações, seres humanos, indivíduos, sujeitos, carne, osso e sopro de vida… Tão notável que um colega que acompanhou o nosso grupo em algumas das visitas, e que não é arqueólogo, terminou muitas dessas experiências a questionar “e as pessoas?”. Acreditamos que essa seja uma reflexão válida a fazermos a nós próprios, enquanto profissionais da arqueologia, ao lidarmos com a divulgação científica para um público mais amplo e diverso: se os artefactos arqueológicos são integrantes da cultura material de comunidades humanas, como representar essas pessoas e comunidades relacionadas às coleções, com o respeito que lhes é conveniente.
E assim importa tratar da segunda ausência sentida na maior parte dos museus gregos: as pessoas. As narrativas construídas a partir dos artefactos estão tão desenvolvidas em torno dos próprios, como se existissem per se, que há uma ausência marcante de comunidades, populações, seres humanos, indivíduos, sujeitos, carne, osso e sopro de vida… Tão notável que um colega que acompanhou o nosso grupo em algumas das visitas, e que não é arqueólogo, terminou muitas dessas experiências a questionar “e as pessoas?”. Acreditamos que essa seja uma reflexão válida a fazermos a nós próprios, enquanto profissionais da arqueologia, ao lidarmos com a divulgação científica para um público mais amplo e diverso: se os artefactos arqueológicos são integrantes da cultura material de comunidades humanas, como representar essas pessoas e comunidades relacionadas às coleções, com o respeito que lhes é conveniente.
Carine de Souza e Elisabetta Colla
Provas Intermédias e de Qualificação dos Trabalhos do Doutoramento em Arqueologia de Daniel Carvalho
No dia 28 de Setembro de 2023, realizaram-se as Provas Intermédias e de Qualificação dos Trabalhos do Doutoramento em Arqueologia, de Daniel Carvalho, onde o júri constituído por Doutor João Pedro de Paiva Gomes Cunha Ribeiro, Professor Associado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Presidente), Doutora Cátia Luísa Santana Calisto Pesquita, Professora Associada da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (1.ª Arguente), Doutor Sérgio Alexandre Rocha Gomes, Investigador Integrado do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património da Universidade de Coimbra (2.º Arguente), discutiu o projecto The Artificial Theorist: identifying concepts, ideas and patterns in the archaeological discourse of Iberian Peninsula (20th-21st centuries) resorting to Artificial Intelligence and Machine Learning orientado por Mariana Diniz, UNIARQ, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e Juan Barceló, Quantitative Archaeology Lab da Universidade Autónoma de Barcelona.
Aprovado, depois de um debate muito dinâmico, com as especiais felicitações do júri, segundo a fórmula sugerida pelo Professor Victor S. Gonçalves para distinguir trabalhos de grande qualidade, o projecto em curso no âmbito da bolsa de doutoramento 2020.08612.BD, a desenvolver na UNIARQ e no Quantitative Archaeology Lab, incide sobre o tópico, hoje incontornável, do papel, do alcance e dos limites da Inteligência Artificial nos mecanismos de construção do discurso arqueológico. A excelência do trabalho já desenvolvido e as competências transversais do estudante ficaram sobejamente demonstradas numa prova que ocupou, na integra, os 120 minutos de duração máxima, num diálogo constante entre arguentes e candidatos.
Muitos parabéns, Daniel!
(Disclaimer: este texto - ainda - foi escrito sem recurso à IA :))
Aprovado, depois de um debate muito dinâmico, com as especiais felicitações do júri, segundo a fórmula sugerida pelo Professor Victor S. Gonçalves para distinguir trabalhos de grande qualidade, o projecto em curso no âmbito da bolsa de doutoramento 2020.08612.BD, a desenvolver na UNIARQ e no Quantitative Archaeology Lab, incide sobre o tópico, hoje incontornável, do papel, do alcance e dos limites da Inteligência Artificial nos mecanismos de construção do discurso arqueológico. A excelência do trabalho já desenvolvido e as competências transversais do estudante ficaram sobejamente demonstradas numa prova que ocupou, na integra, os 120 minutos de duração máxima, num diálogo constante entre arguentes e candidatos.
Muitos parabéns, Daniel!
(Disclaimer: este texto - ainda - foi escrito sem recurso à IA :))
Mariana Diniz
INVESTIGAÇÃO NA UNIARQ
Projecto IBERAMBER - Âmbar local e redes de troca na pré-história da Península Ibérica: caracterização das fontes portuguesas como um caso de estudo global (2022.09207.PTDC)
IberAmber é um Projeto de Investigação de Caráter Exploratório financiado pela FCT na convocatória de 2022, sendo dirigido por Carlos P. Odriozola (UNIARQ-Universidade de Sevilha) e José Madeira (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Instituto D. Luís). A equipa interdisciplinar integra investigadores de Arqueologia, Geologia, Química e Belas-Artes, que estão associados quer à Universidade de Lisboa (UNIARQ, Faculdade de Letras e Instituto D. Luís, Faculdade de Ciências) quer à Universidade de Sevilha (Grupo Quantas e Instituto de Ciencia de Materiales de Sevilha).
O tema das redes de abastecimento e circulação de adornos pessoais pré-históricos (6º a 2º milénio a.n.e.), tem vindo a ser desenvolvido pelo investigador principal na última década, especialmente dedicado à variscite e ao âmbar, tendo já sido compulsado um elevado número de análises de componentes de adorno depositados em Museus e/ou provenientes de escavações recentes.
O tema das redes de abastecimento e circulação de adornos pessoais pré-históricos (6º a 2º milénio a.n.e.), tem vindo a ser desenvolvido pelo investigador principal na última década, especialmente dedicado à variscite e ao âmbar, tendo já sido compulsado um elevado número de análises de componentes de adorno depositados em Museus e/ou provenientes de escavações recentes.
O âmbar é uma resina fóssil que tem um valor social e simbólico que deriva das suas características naturais únicas, sendo utilizado em toda a Pré-História, especialmente, como elemento de adorno. Dada a bem fundamentada tradição de estudos sobre esta matéria-prima de elevado valor simbólico, a caracterização de adornos pré-históricos de âmbar tem sido amplamente tratada nos últimos anos (Murillo-Barroso et al., 2018; Odriozola et al., 2019).
As principais fontes naturais de âmbar exploradas na Pré-História estão localizadas na costa do Mar Báltico e na Sicília. Desde o início da investigação moderna, a presença do âmbar fora destas regiões foi considerada como um indicador da existência de redes de intercâmbio de longa distância e, consequentemente, um bem exótico e de prestígio. As análises FTIR confirmaram as trocas de longa distância como a principal forma de acesso ao âmbar, e permitiram a identificação de duas tendências de grande escala no fluxo de trocas, que começaram a chegar da Sicília durante o 4º e 3º milénio a.n.e. e a oscilar para o Báltico a partir do 2º milénio a.n.e.
Apesar desta tendência exógena, nas últimas décadas o foco tem sido também colocado nos depósitos geológicos de âmbar ibérico, documentando várias fontes locais de âmbar na costa cantábrica (Álvarez Fernández et al., 2005). Por outro lado, continuam por caracterizar numerosos afloramentos de âmbar local, tais como os situados entre a foz do Tejo e do Mondego, em Portugal.
O principal objectivo do projecto IberAmber é localizar e caracterizar, através do FTIR e GC-MS, os depósitos de âmbar português susceptíveis de terem sido explorados na Pré-história, para criar uma biblioteca de espectros de referência estandardizados. Os espectros de referência padronizados dos depósitos de âmbar serão então utilizados como impressão digital dos depósitos portugueses. Estes, por sua vez, serão posteriormente comparados com espectros de artefactos arqueológicos para determinar a sua origem.
Os membros da equipa IberAmber têm vindo a desenvolver actividades de investigação multidisciplinares, como levantamentos geológicos de campo, análises físico-químicas, gestão da infraestrutura de dados espaciais e da base de dados.
O IberAmber, atualmente a meio do seu percurso, acaba de apresentar o site oficial (https://iberamber.letras.ulisboa.pt/) onde, sob os princípios EC-FAIR de livre acesso e utilização dos dados gerados, são recolhidos os resultados da caraterização do âmbar arqueológico peninsular, bem como de diversas fontes geológicas de Portugal, dados que serão ampliados até ao final do projeto, bem como notícias e informações relacionadas com o projeto e os membros da equipa de investigação.
Atualmente, está a ser disponibilizado o acesso à base de dados gerada pela investigação da equipa sobre a distribuição e cronologia de utilização de artefactos fabricados a partir desta prestigiada matéria-prima para a Pré-História Recente peninsular, bem como em grande parte da Europa Ocidental, com base na exaustiva revisão bibliográfica.
As principais fontes naturais de âmbar exploradas na Pré-História estão localizadas na costa do Mar Báltico e na Sicília. Desde o início da investigação moderna, a presença do âmbar fora destas regiões foi considerada como um indicador da existência de redes de intercâmbio de longa distância e, consequentemente, um bem exótico e de prestígio. As análises FTIR confirmaram as trocas de longa distância como a principal forma de acesso ao âmbar, e permitiram a identificação de duas tendências de grande escala no fluxo de trocas, que começaram a chegar da Sicília durante o 4º e 3º milénio a.n.e. e a oscilar para o Báltico a partir do 2º milénio a.n.e.
Apesar desta tendência exógena, nas últimas décadas o foco tem sido também colocado nos depósitos geológicos de âmbar ibérico, documentando várias fontes locais de âmbar na costa cantábrica (Álvarez Fernández et al., 2005). Por outro lado, continuam por caracterizar numerosos afloramentos de âmbar local, tais como os situados entre a foz do Tejo e do Mondego, em Portugal.
O principal objectivo do projecto IberAmber é localizar e caracterizar, através do FTIR e GC-MS, os depósitos de âmbar português susceptíveis de terem sido explorados na Pré-história, para criar uma biblioteca de espectros de referência estandardizados. Os espectros de referência padronizados dos depósitos de âmbar serão então utilizados como impressão digital dos depósitos portugueses. Estes, por sua vez, serão posteriormente comparados com espectros de artefactos arqueológicos para determinar a sua origem.
Os membros da equipa IberAmber têm vindo a desenvolver actividades de investigação multidisciplinares, como levantamentos geológicos de campo, análises físico-químicas, gestão da infraestrutura de dados espaciais e da base de dados.
O IberAmber, atualmente a meio do seu percurso, acaba de apresentar o site oficial (https://iberamber.letras.ulisboa.pt/) onde, sob os princípios EC-FAIR de livre acesso e utilização dos dados gerados, são recolhidos os resultados da caraterização do âmbar arqueológico peninsular, bem como de diversas fontes geológicas de Portugal, dados que serão ampliados até ao final do projeto, bem como notícias e informações relacionadas com o projeto e os membros da equipa de investigação.
Atualmente, está a ser disponibilizado o acesso à base de dados gerada pela investigação da equipa sobre a distribuição e cronologia de utilização de artefactos fabricados a partir desta prestigiada matéria-prima para a Pré-História Recente peninsular, bem como em grande parte da Europa Ocidental, com base na exaustiva revisão bibliográfica.
A equipa de IberAmber:
Carlos P. Odriozola, José Madeira, Ana Catarina Sousa, João Duarte, José María Martínez Blanes, José Ángel Garrido Cordero, Daniel Sánchez Gómez, Galo Romero García, María Dolores Zambrana Vega, José Luis Molina González, Víctor S. Gonçalves, Daniel Van Calker, Cátia Delicado, André Texugo.
Carlos P. Odriozola, José Madeira, Ana Catarina Sousa, João Duarte, José María Martínez Blanes, José Ángel Garrido Cordero, Daniel Sánchez Gómez, Galo Romero García, María Dolores Zambrana Vega, José Luis Molina González, Víctor S. Gonçalves, Daniel Van Calker, Cátia Delicado, André Texugo.
Referéncias:
Álvarez Fernández, E.; Peñalver Mollá, E. y Delclòs Martínez, X. (2005) “La presencia de ámbar en los yacimientos prehistóricos (del Paleolítico Superior a la Edad del Bronce) de la Cornisa Cantábrica y sus fuentes de aprovisionamiento”, Zephyrus 58: 159-182.
Murillo Barroso, M.; Peñalver, E.; Bueno Ramírez, P.; Barroso, R.; de Balbín Behrman, R. y Martinón-Torres, M. (2018) “Amber in Prehistoric Iberia: new data and a review”, PLoS ONE 13 (8): e0202235. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0202235
Odriozola Lloret, C. P.; Sousa, A. C.; Mataloto, R.; Boaventura, R.; Andrade, M. A.; Villalobos García, R.; Garrido-Cordero, J. A.; Rodríguez, E.; Martínez-Blanes, J. M.; Avilés, J. A.; Daura, J.; Sanz Borrás, M. y Riquelme, J. A. (2019) “Amber, beads and social interaction in the Late Prehistory of the Iberian Peninsula: an update”, Archaeological and Anthropological Sciences 11 (2): 567-595. https://doi.org/10.1007/s12520-017-0549-7.
Álvarez Fernández, E.; Peñalver Mollá, E. y Delclòs Martínez, X. (2005) “La presencia de ámbar en los yacimientos prehistóricos (del Paleolítico Superior a la Edad del Bronce) de la Cornisa Cantábrica y sus fuentes de aprovisionamiento”, Zephyrus 58: 159-182.
Murillo Barroso, M.; Peñalver, E.; Bueno Ramírez, P.; Barroso, R.; de Balbín Behrman, R. y Martinón-Torres, M. (2018) “Amber in Prehistoric Iberia: new data and a review”, PLoS ONE 13 (8): e0202235. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0202235
Odriozola Lloret, C. P.; Sousa, A. C.; Mataloto, R.; Boaventura, R.; Andrade, M. A.; Villalobos García, R.; Garrido-Cordero, J. A.; Rodríguez, E.; Martínez-Blanes, J. M.; Avilés, J. A.; Daura, J.; Sanz Borrás, M. y Riquelme, J. A. (2019) “Amber, beads and social interaction in the Late Prehistory of the Iberian Peninsula: an update”, Archaeological and Anthropological Sciences 11 (2): 567-595. https://doi.org/10.1007/s12520-017-0549-7.
Ana Catarina Sousa, Carlos P. Odriozola e José Ángel Garrido Cordero
ESPECIAL CAMPANHAS DE VERÃO 2023
Decorreram, entre Maio e Setembro de 2023, as campanhas de investigação de campo e de laboratório dos investigadores da UNIARQ.
CAMPO:
1. Orca da Lapa do Lobo (Nelas). Neolítico. Projecto NeoMEGA2: Neolitização e Megalitismo da Plataforma do Mondego. José Quintã Ventura e Luís Laceiras;
2. Monumento da Víbora (Carregal do Sal). Bronze Final. Projecto NeoMEGA2: Neolitização e Megalitismo da Plataforma do Mondego. José Quintã Ventura e Telma O. Ribeiro;
3. Orca 1 de Troviscos (Carregal do Sal). Neolítico Final e Bronze Antigo. Projecto NeoMEGA2: Neolitização e Megalitismo da Plataforma do Mondego. José Quintã Ventura e Telma O. Ribeiro;
4. Abrigo da Gruta da Buraca da Moira (Leiria). Gravetense a Calcolítico. Projecto EcoPLis - Ecónonos Plistocénicos na Bacia do Rio Lis. Telmo Pereira;
5. Abrigo da Senhora das Lapas (Tomar). Projecto ARQEVO: Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica. Alexandre Varanda, Luis Gomes, João Zilhão e Filipa Rodrigues;
6. Gruta do Caldeirão (Tomar). Paleolítico Médio/Superior. Projecto ARQEVO: Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica. Luis Gomes, João Zilhão e Alexandre Varanda;
7. Gruta do Aderno (Torres Novas). Paleolítico Inferior. Projecto Arqueologia e evolução dos primeiros humanos na fachada atlântica da Península Ibérica (ARQEVO 2). Henrique Matias e João Zilhão;
8. Villa Cardílio (Torres Novas). Romano (I-IV/V d.C.). Projecto Villa Cardílio: a romanização da bacia hidrográfica do Almonda. Victor Filipe;
9. Fortim do Baleal 1 (Peniche). Neolítico antigo. Projecto Espaço e Tempo. Paleoambiente e Povoamento do 6º ao 3º milénio a.n.e na região de Peniche. Luis Rendeiro;
10. Povoado pré-histórico do Paço (Lourinhã / Peniche). Calcolítico. Projecto Espaço e Tempo. Paleoambiente e Povoamento do 6º ao 3º milénio a.n.e na região de Peniche. Luis Rendeiro;
|
11. Grutas nas Cesaredas (Peniche, Lourinhã e Bombarral). Neo-Calcolítico. Projecto O "Megalitismo de gruta" na Estremadura. As práticas funerárias do 4º e 3º milénios a.n.e (2021.07362.BD). Daniel van Calker
12. Vila Nova de São Pedro (Azambuja). Calcolítico. Projecto Vila Nova de São Pedro (VNSP3000). Mariana Diniz, Andrea Martins e César Neves;
13. Cidade Romana de Ammaia (Marvão). Romano e Antiguidade Tardia. Projecto Cidade Romana de Ammaia. Escavação no anfiteatro no âmbito do Projecto de colaboração da Uniarq com o Museo Nacional de Arte Romano (Mérida), financiado pela Fundação “La Caixa”, no âmbito do programa Promove / Regiões Transfronteiriças. Carlos Fabião e Amílcar Guerra;
14. Estremadura Portuguesa. Neo-Calcolítico. Projecto IberAmber: Âmbar local e redes de troca na pré-história da Península Ibérica: caracterização das fontes portuguesas como um caso de estudo global (2022.09207.PTDC). Carlos Odriozola, Ana Catarina Sousa e João Duarte;
15. Tapada de Mafra. Vários. Projecto PATM: Paisagens Antigas da Tapada de Mafra. Ana Catarina Sousa e Marta Miranda
16. Castelo / Paço (Arruda dos Vinhos). Calcolítico, Idade do Ferro, Romano e Idade Contemporânea. Projecto CASTELO. Ana Catarina Sousa e Jorge Lopes;
17. Barranco do Farinheiro (Coruche). Calcolítico e Idade do Bronze. Projecto ANSOR: Antropização do Vale do Sorraia. Victor S. Gonçalves e Ana Catarina Sousa;
18. Alto da Vigia (Sintra). Projecto de Valorização do sítio arqueológico do Alto da Vigia. Romano e Islâmico. Alexandre Gonçalves;
19. Quinta do Almaraz (Almada). Idade do Ferro (VII - V a.C.). Projecto In.QA - Quinta do Almaraz: sociedade, economia e quotidianos durante o 1º milénio a.n.e. Ana Olaio;
20. Megalitismo de Évora. Neo-Calcolítico. Projecto O «território megalítico» de Évora: para uma filosofia da Paisagem e das Arquitecturas (2022.13053.BD). Frederico Agosto
21. Monte do Vale de Lachique (São Romão do Sado, Alcácer do Sal). Moderno e Contemporâneo. Projecto ECOFREEDOM: Ecologias da Liberdade: Materialidades da Escravidão e Pós-emancipação no Mundo Atlântico (PTDC/HAR-ARQ/4540/2021). Rui Gomes Coelho;
22. Monte Molião (Lagos). Idade do Ferro e Época Romana (s. IV a.C. a II d.C.) . Projecto Monte Molião na Antiguidade IV (MOLA IV). Ana Margarida Arruda, Elisa de Sousa e Margarida Rodrigues.
LABORATÓRIO:
4. Abrigo da Gruta da Buraca da Moira (Leiria). Gravetense a Calcolítico. Projecto EcoPLis - Ecónonos Plistocénicos na Bacia do Rio Lis. Telmo Pereira;
5. Abrigo da Senhora das Lapas (Tomar). Projecto ARQEVO: Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica. Alexandre Varanda, Luis Gomes, João Zilhão e Filipa Rodrigues;
6. Gruta do Caldeirão (Tomar). Paleolítico Médio/Superior. Projecto ARQEVO: Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica. Luis Gomes, João Zilhão e Alexandre Varanda;
7. Gruta do Aderno (Torres Novas). Paleolítico Inferior. Projecto Arqueologia e evolução dos primeiros humanos na fachada atlântica da Península Ibérica (ARQEVO 2). Henrique Matias e João Zilhão;
8. Villa Cardílio (Torres Novas). Romano (I-IV/V d.C.). Projecto Villa Cardílio: a romanização da bacia hidrográfica do Almonda. Victor Filipe;
12. Vila Nova de São Pedro (Azambuja). Calcolítico. Projecto Vila Nova de São Pedro (VNSP3000). Mariana Diniz, Andrea Martins e César Neves;
23. Laboratório das Colecções da Arqueologia Colonial Portuguesa / FLUL. Paleolítico. Projecto Colecções da Arqueologia Colonial Portuguesa. João Pedro Cunha-Ribeiro e Paula Nascimento;
24. Laboratório Cerâmica Romana de Ammaia - Zooarqueologia / FLUL. Romano. Projecto CIdade romana de Ammaia. Carlos Fabião, Catarina Viegas e Cleia Detry;
25. Laboratório de Ciência de Dados, Inteligência Artificial e Arqueologia Contemporânea / FLUL. Vários. Projecto TALOS (2020.08612.BD). Daniel Carvalho.
|
Gruta do Caldeirão (Tomar): Síntese dos trabalhos de escavação de 2021-2023
Localizada perto do rio Nabão, a norte da Cidade de Tomar, a Gruta do Caldeirão apresenta uma ampla sequência de ocupações pré-históricas bem conhecidas e documentadas desde a década de 1980. No ano de 2021, em sequência dos resultados obtidos em estudos recentes elaborados sobre o conjunto recolhido entre 1979 e 1981, foram retomados os trabalhos de escavação neste sítio. Em primeiro lugar, estes trabalhos procuram aumentar o conjunto de dados que permitem corroborar a hipótese de a transição do Paleolítico Médio para o Paleolítico Superior ter ocorrido, no sul da Península Ibérica, numa fase substancialmente mais recente do que noutras regiões do continente europeu. Em segundo lugar, como é fundamental em qualquer escavação de contextos cársicos, os trabalhos têm igualmente em vista aumentar o conhecimento sobre a morfologia da gruta e, consequentemente, sobre a história de formação do sítio.
A escavação de 2021 revelou, junto à actual entrada da gruta, uma razoável extensão de depósito intra-cársico plistocénico a topo de parede de gruta e coberto por depósito de vertente. Este contexto revela uma mais ampla extensão do carso do que a originalmente documentada, a qual corresponde a uma zona em que o tecto de gruta abateu, por recuo natural da vertente, tendo, no entanto, sido preservada a grande maioria do depósito que preenchia a cavidade. O contexto arqueológico deste sector apresentava, à superfície, duas importantes fases de deposição: uma mais recente, do Paleolítico Médio, a qual segue em continuidade com parte do depósito escavado na década de 1988 (1); e uma outra mais antiga, caracterizada por depósito brechificado com grande abundância de restos de fauna e indústria lítica, provavelmente formada durante o Plistocénico Médio.
Em 2022 foi realizada uma sondagem de 1m2 sobre o depósito brechificado, de onde foi recolhida uma abundante amostra de material arqueológico, e a partir da qual se obtiveram as amostras necessárias para a datação por OSL. Dada a contingência derivada das características sedimentares do depósito, as amostras provenientes destas tarefas, as quais permitem sistematizar o diagnóstico preliminar relactivo ao potencial arqueológico desta fase de formação do sítio, encontram-se ainda em processamento. Sobre o depósito mais recente do sector da entrada, a escavação revelou, no término da campanha de 2023, uma zona de corredor de gruta, com morfologia em meandro, que preserva um depósito do Paleolítico Médio com mais de 1m de potência, o qual cobre o depósito brechificado do Plistocénico Médio. Esta sequência apresenta uma grande abundância de material arqueológico – tanto de origem antropogénica como de origem natural – com frequência e características formais que parecem variar em função da posição estratigráfica. Ainda que estes resultados sejam substancialmente recentes, os mesmos poderão vir a contribuir de forma sólida para a nossa compreensão da variabilidade económica das comunidades humanas ao longo do Paleolítico Médio e das características dos ecossistemas em que as mesmas habitaram.
A escavação de 2021 revelou, junto à actual entrada da gruta, uma razoável extensão de depósito intra-cársico plistocénico a topo de parede de gruta e coberto por depósito de vertente. Este contexto revela uma mais ampla extensão do carso do que a originalmente documentada, a qual corresponde a uma zona em que o tecto de gruta abateu, por recuo natural da vertente, tendo, no entanto, sido preservada a grande maioria do depósito que preenchia a cavidade. O contexto arqueológico deste sector apresentava, à superfície, duas importantes fases de deposição: uma mais recente, do Paleolítico Médio, a qual segue em continuidade com parte do depósito escavado na década de 1988 (1); e uma outra mais antiga, caracterizada por depósito brechificado com grande abundância de restos de fauna e indústria lítica, provavelmente formada durante o Plistocénico Médio.
Em 2022 foi realizada uma sondagem de 1m2 sobre o depósito brechificado, de onde foi recolhida uma abundante amostra de material arqueológico, e a partir da qual se obtiveram as amostras necessárias para a datação por OSL. Dada a contingência derivada das características sedimentares do depósito, as amostras provenientes destas tarefas, as quais permitem sistematizar o diagnóstico preliminar relactivo ao potencial arqueológico desta fase de formação do sítio, encontram-se ainda em processamento. Sobre o depósito mais recente do sector da entrada, a escavação revelou, no término da campanha de 2023, uma zona de corredor de gruta, com morfologia em meandro, que preserva um depósito do Paleolítico Médio com mais de 1m de potência, o qual cobre o depósito brechificado do Plistocénico Médio. Esta sequência apresenta uma grande abundância de material arqueológico – tanto de origem antropogénica como de origem natural – com frequência e características formais que parecem variar em função da posição estratigráfica. Ainda que estes resultados sejam substancialmente recentes, os mesmos poderão vir a contribuir de forma sólida para a nossa compreensão da variabilidade económica das comunidades humanas ao longo do Paleolítico Médio e das características dos ecossistemas em que as mesmas habitaram.
Paralelamente à escavação no sector da Entrada, na Sala do Fundo foram retomados os trabalhos sobre o contexto escavado na década de 1980. Seguindo em continuidade com as informações já sistematizadas (2,3), a escavação deste sector incidiu na zona mais distante da entrada da Gruta, onde ainda se encontrava preservada a totalidade da sequência plistocénica documentada (a qual abarca a totalidade do Paleolítico Superior e parte do Paleolítico Médio), bem como a fase inferior da sequência holocénica. Os trabalhos pretenderam, assim, aumentar a amostra artefactual de cada uma destas fases, com especial foco para a sequência do Paleolítico Médio e Paleolítico Superior Inicial. As campanhas de 2021 e 2022 incindiram sobre a sequência holocénica, a qual apresenta um abundante conjunto artefactual associado a contextos de deposição funerária, e sobre a parte superior da sequência plistocénica, cuja escavação trouxe um aumento significativo do conjunto artefactual e ecofactual, sendo aqui de destacar a recolha de restos humanos depositados durante o Solutrense Superior. A campanha de 2023, por sua vez, incidiu na sequência do Paleolítico Superior depositada antes do último máximo glaciar (camadas I-K), sendo de destacar um prolífero e variado conjunto de fauna. A escavação deste sector permitiu ainda observar a continuação da gruta e a sua conexão com outras áreas do sistema cársico, às quais se procurará aceder em futuras campanhas.
O material recolhido em escavação está e continuará a ser estudado por vários investigadores da UNIARQ, com apoio significativo de estudantes da licenciatura e mestrado em Arqueologia da FLUL, bem como por investigadores de outras instituições de ensino superior, abarcando uma equipa de trabalho multidisciplinar. Com o continuado trabalho, e com o apoio das diversas instituições que têm mantido este projecto, procurar-se-á dar continuidade aos trabalhos e, em consonância com o observado até à data, aumentar o nosso conhecimento sobre as comunidades de caçadores-recolectores plistocénicas.
O material recolhido em escavação está e continuará a ser estudado por vários investigadores da UNIARQ, com apoio significativo de estudantes da licenciatura e mestrado em Arqueologia da FLUL, bem como por investigadores de outras instituições de ensino superior, abarcando uma equipa de trabalho multidisciplinar. Com o continuado trabalho, e com o apoio das diversas instituições que têm mantido este projecto, procurar-se-á dar continuidade aos trabalhos e, em consonância com o observado até à data, aumentar o nosso conhecimento sobre as comunidades de caçadores-recolectores plistocénicas.
Agradecimentos: UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa; PALEOALMONDA – Associação de estudos científicos; STEA – Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia; União de Freguesias de Além da Ribeira e Pedreira; Centro Social e Paroquial de Além da Ribeira; As escavações realizadas em 2021 e 2022 foram levadas a cabo dentro de projecto financiado pela FCT: ARQEVO - Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica (PTDC/HAR-ARQ/30413/2017).
Referências Bibliográficas:
- Zilhão, J., D. E. Angelucci, L. J. Arnold, F. d’Errico, L. Dayet, M. Demuro, M. Deschamps, H. Fewlass, L. Gomes, B. Linscott, H. Matias, A. W. G. Pike, P. Steier, S. Talamo e E. M. Wild (2021). "Revisiting the Middle and Upper Palaeolithic archaeology of Gruta do Caldeirão (Tomar, Portugal)." PLoS One 16(10): e0259089 (https://doi.org/10.1371/journal.pone.0259089).
- Zilhão, J. (1992). Gruta do Caldeirão. O Neolítico Antigo. Lisboa, Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico.
- Zilhão, J. (1997). O Paleolítico Superior da Estremadura portuguesa. Lisboa: Colibri. 1159 p.
Luis Gomes
Villa Cardílio (Torres Novas), trabalhos desenvolvidos em 2023
No âmbito do projeto “Villa Cardílio e a romanização da bacia hidrográfica do Almonda”, decorreu nos passados meses de julho e setembro a terceira campanha de escavação nesta importante villa romana situada no médio Vale do Tejo. Como tem sido divulgado, o projeto desenvolve-se ao abrigo do protocolo de cooperação celebrado entre a UNIARQ- Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, e o Município de Torres Novas (MTN), contando com o financiamento deste último.
Para além dos investigadores do projecto, participaram nas escavações arqueológicas e nos trabalhos de laboratório os alunos da Licenciatura e do Mestrado em Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo o Município de Torres Novas assegurado toda a logística relacionada com o alojamento, alimentação e transporte, bem como todas as restantes condições necessárias à execução dos trabalhos. Contámos ainda com a colaboração de voluntários oriundos do Município de Torres Novas e de outras regiões do país. Os trabalhos de escavação na villa centraram-se em duas áreas distintas. Por um lado, a Oeste das ruínas da pars urbana de Cardílio, dando continuidade aos trabalhos desenvolvidos em 2021 e 2022, onde foram documentados contextos e estruturas tardias que indiciam a presença de uma forja. Por outro, a área a nascente da domus, cuja escavação teve início em julho deste ano, tendo por base os resultados da prospeção geofísica que indicavam a presença de diversas estruturas arqueológicas, possivelmente relacionadas com a pars fructuaria. |
Ainda no âmbito do projeto “Villa Cardílio e a romanização da bacia hidrográfica do Almonda”, foram realizadas acções de divulgação pública e científica em setembro de 2023, designadamente uma visita às ruínas arqueológicas de villa Cardílio enquadrada no “Encontro de professores e educadores do concelho de Torres Novas” e uma comunicação no “IV Congresso Internacional - XVIII Congresso de História Agrária e XI Encontro Rural Report”, que teve lugar em Coimbra.
Victor Filipe
Sítio arqueológico do Alto da Vigia (Sintra): Santuário romano e ribat islâmico
Há muito conhecido pelas referências ao aparecimento de inscrições dedicadas ao Sol, à Lua e ao Oceano, apenas em 2008, através de uma intervenção arqueológica promovida pela equipa de arqueologia do Município de Sintra, foi possível confirmar a presença de um santuário romano na foz da ribeira de Colares, junto à Praia das Maçãs.
Muitos dos elementos lapidares deste santuário (altares, colunas e outros elementos arquitetónicos) encontravam-se reutilizados como simples material de construção em edifícios de época islâmica, ocupação a que se associam ainda um conjunto de silos escavados na rocha e um cemitério de rito islâmico. Os trabalhos arqueológicos realizados no Alto da Vigia em 2023 enquadram-se no âmbito do projeto de valorização, restauro e musealização que a Câmara Municipal de Sintra, através do seu Departamento de Património e Cultura, se encontra a promover neste sítio arqueológico, tendo em vista a sua valorização, conservação e fruição pública. O referido projeto enquadra-se na estratégia definida pela autarquia de Sintra de criação de novos percursos turísticos, onde se incluem outros sítios arqueológicos emblemáticos do concelho, que aliviem a sobrecarga de visitantes que atualmente se verifica nos monumentos da área classificada como Património Mundial. A presente intervenção permitiu definir e escavar a totalidade de um novo edifício que corresponde à segunda mesquita aqui identificada, reforçando a natureza do sítio em época islâmica, como local de oração e meditação e, simultaneamente, com funções de vigilância da costa: um local de ribat. O estudo dos materiais recuperados, que se seguirá à escavação, permitirá um melhor enquadramento cronológico para os contextos intervencionados, estando documentada até ao momento ocupação nos séculos XI e XII, portanto contemporânea do momento em que a região se constitui como fronteira islâmica devido à pressão cristã exercida a partir do Norte. Os trabalhos contaram com a colaboração de voluntários e de estudantes dos cursos de arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Procurando dar resposta ao grande interesse que o sítio desperta junto da comunidade e também numa perspetiva de arqueologia pública e de transmissão de conhecimento, realizou-se um dia aberto na escavação, que permitiu um contacto direto com os trabalhos em curso, bem como inúmeras visitas e apresentações às dezenas de pessoas que diariamente passam no local. |
Alexandre Gonçalves
Abrigo da Buraca da Moira (Leiria) 2023
Decorreram entre os dias 4 e 30 de setembro os trabalhos de escavação arqueológica no Abrigo da Buraca da Moira (Boa Vista, Leiria) no âmbito do projeto EcoPLis – EcoPLis - Ocupação Humana Plistocénica nos Ecótonos do Rio Lis.
Os trabalhos tiveram como objetivo expor em maior profundidade a sequência plistocénica abaixo dos níveis gravetenses e compreender melhor a formação da cavidade, tendo sido recolhidos mais de 5000 vestígios entre osso, concha, carvão e líticos. Foram feitas ainda diversas atividades com o público com destaque para o Dia Aberto no dia 24 de setembro, onde estiveram mais de 160 pessoas. Participaram nesta campanha alunos da Licenciatura em História da Universidade Autónoma de Lisboa e dos cursos de Mestrado em Arqueologia da Universidade NOVA e da Universidade do Porto, bem como do Erasmus Mundus International Master in Quaternary and Prehistory, que totalizaram de 12 pessoas de Portugal, França, Luxemburgo e Indonésia. Os trabalhos, que decorrem desde 2015, são apoiados pela Câmara Municipal de Leiria, Universidade Autónoma de Lisboa, Direção Geral do Património Cultural, União de Freguesias de Santa Eufémia e Boa Vista, SMAS de Leiria, pelo Instituto Terra e Memória, Centro de Geociências e pela UNIARQ. |
Telmo Pereira
Nova campanha de trabalhos arqueológicos no sítio do Castelo / Forte do Passo (Freguesia de Arranhó, Arruda dos Vinhos)
Entre 30 de Agosto e 29 de Setembro decorreu nova campanha arqueológica no Castelo / Forte do Passo, sítio arqueológico localizado na freguesia de Arranhó, concelho de Arruda dos Vinhos.
A pesquisa deste sítio é um verdadeiro desafio de escavação e interpretação, uma vez que neste local se sobrepõem três grandes fases de ocupação: Calcolítico, Romano Republicano e Guerras Peninsulares.
Depois das campanhas arqueológicas desenvolvidas neste sítio entre 1988 e 1999 sob direcção de Ludgero Gonçalves e Guilherme Cardoso, existiam ainda muitas questões por compreender, nomeadamente a compreensão das arquitecturas das muralhas calcolíticas e da planta da fortificação oitocentista (obra 12 da Primeira Linha Defensiva). A partir de 2021 foi iniciada uma nova fase de pesquisa que procurou usar novas tecnologias geo-espaciais complementadas por um conjunto de sondagens arqueológicas.
A pesquisa deste sítio é um verdadeiro desafio de escavação e interpretação, uma vez que neste local se sobrepõem três grandes fases de ocupação: Calcolítico, Romano Republicano e Guerras Peninsulares.
Depois das campanhas arqueológicas desenvolvidas neste sítio entre 1988 e 1999 sob direcção de Ludgero Gonçalves e Guilherme Cardoso, existiam ainda muitas questões por compreender, nomeadamente a compreensão das arquitecturas das muralhas calcolíticas e da planta da fortificação oitocentista (obra 12 da Primeira Linha Defensiva). A partir de 2021 foi iniciada uma nova fase de pesquisa que procurou usar novas tecnologias geo-espaciais complementadas por um conjunto de sondagens arqueológicas.
As escavações decorreram no âmbito da parceria entre o Município de Arruda dos Vinhos (CMAV) e a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) / Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ), contando com a direcção científica de Ana Catarina Sousa (FLUL, UNIARQ), Jorge Lopes (arqueólogo da CMAV) e André Texugo (investigador UNIARQ).
A equipa foi constituída por estudantes da licenciatura, mestrado e doutoramento da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa tendo ainda como consultores o Coronel Engenharia J. P. Berger e João C. Duarte (UNIARQ - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa). No âmbito do projecto Lisboa Romana, o Centro de Arqueologia de Lisboa tem apoiado acções de conservação e restauro do espólio recolhido nas campanhas recentes. Os trabalhos desenvolvidos e os resultados obtidos permitiram já avançar mais um pouco no conhecimento deste sítio que está classificado como Monumento Nacional (1.ª e 2.ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres Vedras). Os trabalhos centraram-se na vertente Oeste, numa área onde se identificaram estruturas em bom estado de conservação, incluindo vestígios da muralha calcolítica. Os primeiros resultados da ocupação de época romana serão brevemente apresentados em Novembro no Congresso Internacional «Olisipo: Entre Mares». |
Ana Catarina Sousa
Paisagens Antigas da Tapada de Mafra (PATM). Carta Arqueológica e caracterização paleoambiental
Em Setembro de 2023 iniciou-se o projecto Paisagens Antigas da Tapada de Mafra (PATM), centrado no estudo arqueológico, patrimonial e ambiental da Tapada de Mafra, bem cultural integrante no Real Edifício de Mafra, inscrito na Lista do Património Mundial desde 2019. O projeto promovido pela Câmara Municipal de Mafra, em parceria com a Escola das Armas, Tapada Nacional de Mafra, Laboratório de Arqueociências/ Palácio Nacional de Mafra (Direção Geral do Património Cultural) e a UNIARQ decorrerá numa primeira fase até 2026, estando planificado até 2030.
A Tapada de Mafra foi constituída em 1747, após a aquisição de um conjunto numeroso de parcelas de terra. Desde a edificação de um muro de alvenaria em meados do século XVIII, que a Tapada permanece praticamente preservada e vedada, com uma área de 1.200,47 hectares circunscrita por um muro de 22 km, onde nunca foram realizados quaisquer trabalhos arqueológicos. Actualmente a Tapada encontra-se dividida entre a Tapada Militar integrada na Escola das Armas (c. 360 ha) e a Tapada Nacional de Mafra (c. 819 ha). Este projecto dedicado à Tapada de Mafra estrutura-se em dois vetores. Na componente de “Carta Arqueológica”, pretende-se fazer um levantamento exaustivo da ocupação humana neste território, abrangendo todos os períodos arqueológicos e elementos patrimoniais anteriores e posteriores à constituição da Tapada. Na componente “Paleoambiental” pretende-se efetuar um estudo geoarqueológico e de evolução paleoambiental tendo por base a análise de sedimentos de sondagens longas a realizar na área da Tapada ou nas suas proximidades. Sob coordenação de Ana Catarina Sousa (UNIARQ- FLUL), Marta Miranda (Câmara Municipal de Mafra) e Ana Maria Costa (LARC-DGPC) a equipa integra vários investigadores e consultores de diferentes áreas disciplinares na área da Arqueologia, Geologia, Paleobotânica, Hidráulica e História Militar, incluindo vários investigadores da UNIARQ (Carlos Pereira, Cristina Gameiro, Jacinta Bugalhão, João Tereso). |
A primeira campanha de prospecção arqueológica foi desenvolvida pela Área de Arqueologia da Câmara Municipal de Mafra (Marta Miranda e Carlos Costa) com a colaboração de estudantes de mestrado em Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, incluindo o mestrando Leandro Borges que irá desenvolver o seu estágio de Mestrado no âmbito deste projecto. As primeiras prospecções arqueológicas permitiram já identificar um importante conjunto de vestígios de superfície que indicam uma história de ocupação longa, desde a Pré-História até à Idade Moderna.
Ao nível paleoambiental foi efectuado um estudo geomorfológico preliminar e realizadas as primeiras sondagens manuais, com equipa do Instituto D. Luís (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) sob coordenação de Conceição Freitas.
Brevemente serão anunciadas acções de divulgação dos primeiros resultados da campanha arqueológica e as perspectivas de acção futura.
Ao nível paleoambiental foi efectuado um estudo geomorfológico preliminar e realizadas as primeiras sondagens manuais, com equipa do Instituto D. Luís (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) sob coordenação de Conceição Freitas.
Brevemente serão anunciadas acções de divulgação dos primeiros resultados da campanha arqueológica e as perspectivas de acção futura.
Ana Catarina Sousa
COMUNIARQ Science Videos 2023
Pelo terceiro ano consecutivo, a UNIARQ promove mais uma campanha de recolha e produção de vídeos promocionais relacionados com as campanhas de verão dos seus projectos de investigação.
Com o intuito de contribuir para beneficiar a imagem das actividades do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, da Arqueologia como disciplina científica e do importante papel formador e integrador das campanhas de campo e laboratório para os alunos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), comunidades locais, e outros intervenientes, foram realizadas entrevistas pessoais aos participantes, cuja divulgação ocorrerá nas redes sociais onde a UNIARQ marca presença, bem como em feiras expositivas. |
Teaser de COMUNIARQ Science Videos 2023 (com som)
|
Este ano, o Laboratório de Zooarqueologia na FLUL, o Abrigo da Senhora das Lapas em Tomar, o Monumento da Víbora em Carregal do Sal, o Monte Molião, em Lagos, o Monte de Vale de Lachique em Alcácer do Sal, a Orca da Lapa do Lobo em Nelas, e a Tapada de Mafra, foram os locais onde decorreram projectos e actividades alvo de destaque pelo COMUNIARQ Science Videos.
Em Outubro iniciar-se-á a divulgação dos resultados deste projecto, apoiado pelo Projecto Estratégico do Centro de Arqueologia, financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito dos projectos UIDB/00698/2020 e UIDP/00698/2020, através da publicação dos vídeos das entrevistas realizadas nas redes sociais facebook, instagram e x (ex-twitter), e também em playlist da social media YouTube, onde ficarão armazenados.
Em Outubro iniciar-se-á a divulgação dos resultados deste projecto, apoiado pelo Projecto Estratégico do Centro de Arqueologia, financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito dos projectos UIDB/00698/2020 e UIDP/00698/2020, através da publicação dos vídeos das entrevistas realizadas nas redes sociais facebook, instagram e x (ex-twitter), e também em playlist da social media YouTube, onde ficarão armazenados.
André Pereira
INVESTIGADOR VISITANTE NA UNIARQ
Leyre Morgado Roncal (Universidade de Granada)
Leyre Morgado-Roncal, investigadora de pré-doutoramento (FPU20/01827 – Ministério da Ciência) do Departamento de Pré-história e Arqueologia da Universidade de Granada, realiza uma estadia de investigação na UNIARQ entre setembro e dezembro de 2023. A investigadora desenvolve a sua tese de doutoramento, Textrina emeritensis: estudio arqueológico del ciclo productivo textil y su artesanado, sob orientação de Macarena Bustamante-Álvarez. Na tese são analisadas arqueologicamente todas as fases da produção têxtil de Augusta Emerita e seu ager (aprovisionamento de matérias-primas, pré-processamento, fiação, tingimento, confecção, instrumental têxtil, espaços produtivos, etc.), além de um estudo sobre a configuração artesanal desta actividade, entre os sécs. I-III d.C. Durante a sua visita à Universidade de Lisboa, sob a tutela de Catarina Viegas, analisará materiais arqueológicos portugueses que comparará com os emeritenses, e realizará uma revisão bibliográfica deste tipo de produções para esta zona da Lusitânia, trabalhando com vários investigadores da Unidade, como Francisco Gomes, no âmbito da Acção COST EuroWeb (CA19131).
|
AGENDA
Última lição de Amílcar Guerra
"Lusitânia, Lusitânias: cenários de um território em transformação" 10 de Outubro | 18h00 Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa |
Colección Instrumenta 30 años
encuentro iberoamericano sobre los retos de la publicación sobre el mundo antiguo 11 de Outubro On-line (Youtube) |
Congresso Internacional
Olisipo Entre Mares 23 a 25 de Novembro Centro Cultural de Belém Inscrições até 19 de Novembro AQUI |
IV Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses
23 a 25 de Novembro Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Inscrições online até 19 de Novembro AQUI |
De Gibraltar aos Pirenéus
Megalitismo, Vida e Morte na Fachada Atlântica Peninsular 26 e 27 de Janeiro de 2024 Fundação Lapa do Lobo (Nelas) Formulário de Inscrição AQUI |
Participações em Congressos, Colóquios e Conferências
anthraco2023 - "8th international Anthracology Meeting"
Participação de Cleia Detry e Mariana Diniz. 29 de Agosto a 2 de Setembro | Universidade do Porto 29th EAA Annual Meeting "Weaving Narratives"
Participação de Alice Baeta, Ana Catarina Sousa, Ana Cristina Araújo, Ana Margarida Arruda, Ana Maria Silva, André Texugo, André Tomás Santos, Carlos Odriozola, Cátia Delicado, Cleia Detry, Cristina Gameiro, Daniel Carvalho, Daniel van Calker, Francisco B. Gomes, Frederico Agosto, Jesús Acero Pérez, João Pedro Cunha Ribeiro, Joaquina Soares, Luis Rendeiro, Marianne Deschamps, Nelson J. Almeida, Raquel Granja, Rita Peyroteo Stjerna, Rui Gomes Coelho, Sílvia Valenzuela-Lamas, Telmo Pereira e Thierry Aubry 30 de Agosto a 2 de Setembro | Belfast, Irlanda do Norte VI Encontro da História de Loulé
Participação de Catarina Viegas, Noé Conejo Delgado e Rui Roberto de Almeida 1 e 2 de Setembro | Auditório do Convento do Espírito Santo, Loulé XIV Jornadas de Jovens em Investigação Arqueológica "Em crise: a Natureza da Humanidade"
Participação de Alice Baeta, Ana Beatriz Santos, Ana Olaio, André Texugo, Cátia Delicado, Daniel Carvalho, Daniel van Calker, Frederico Agosto, Luis Rendeiro, Marco Andrade, Miguel Rodrigues, Paula do Nascimento e Pedro Caria 6 a 8 de Setembro | Faculdade de Letras de Lisboa XI Rural RePort "Soberania Alimentar. Dinâmicas de Produção e Abastecimento na Longa Duração"
«O papel da Lusitana 3 na difusão do vinho na Lusitânia e o caso de villa Cardílio» Comunicação de Victor Filipe, Rui Roberto de Almeida e Romão Ramos 6 a 8 de Setembro | Universidade de Coimbra Encontro sobre o Castro do Zambujal
Participação de Ana Catarina Sousa, André Texugo, Cleia Detry, Carlos Odriozola, Daniel van Calker, José Ángel Garrido e Patrícia Jordão 7 e 8 de Setembro | Torres Vedras "Third Conference of the European Association for Asian Art and Archaeology"
«Anthropomorphic Haniwa on Display Outside Asia: The Case of the British Museum and the Musée Guimet» Comunicação de Elisabetta Colla 13 a 17 de Setembro | Ljubljana, Eslovénia |
1.as Jornadas de Arqueologia e Património do Concelho da Lourinhã: "Presente e Futuro"
Participação de Ana Catarina Sousa, André Texugo, Luis Rendeiro e César Neves 16 de Setembro | Lourinhã "Performance e pigmento. Aproximações entre arte rupestre e arte contemporânea"
Participação de Andrea Martins 19 de Setembro | Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa Comemoração dos 25 anos dos Cursos de Arqueologia da Universidade do Minho
«O ensino da Arqueologia. Que futuro?» Conferência de Carlos Fabião 21 e 22 de Setembro | Universidade do Minho, Braga 13.ª Reunião da European Society for the Study of Human Evolution
«Natural or anthropogenic? Using lithic taphonomy to assess site formation processes at UEE-PA (Lisboa, Portugal)» Poster de Cristina Gameiro, Luís Almeida, Nelson Antunes, Cleia Detry, João Leónidas, Henrique Matias, Maria Melo, Patrícia Monteiro, Natacha Nogueira, Carolina Paulino, Luís Reis, Miguel Rocha, Maurizio Zambaldi e Nuno Neto 21 a 23 de Setembro | Aarhus, Dinamarca 9.ªas Jornadas do Monte Molião
Participação de Ana Margarida Arruda, Elisa de Sousa e Margarida Rodrigues 23 de Setembro | Lagos Ciclo "Lisboa subterrânea: trajetos na arqueologia lisboeta contemporânea"
«Gestão da Arqueologia Urbana, no quadro da nova organização do Estado para o Património Cultural» Conferência de Jacinta Bugalhão 27 de Setembro | Sociedade de Geografia de Lisboa First International Colloquium "Comparative Epigraphy"
«La representación epigráfica de magistrados e instituciones indígenas: una aproximación desde la epigrafía comparada» Comunicação de Javer Herrera Rando 27 a 29 de Setembro | Barcelona, Espanha Congresso "Territórios Esquecidos da Arqueologia Portuguesa - o caso do Vale do Douro"
Conferência introdutória de Carlos Fabião 30 de Setembro a 1 de Outubro | Auditório Municipal de Alijó |
Publicações em Acesso Aberto no Repositório da UL
Dimuccio, L. A., Ferreira, R., Batista, A., Gameiro, C., Zambaldi, M., & Cunha, L. (2023). Predictive spatial analysis for a critical assessment of the preservation potential of Palaeolithic record in the Leiria region (central Portugal). Quaternary International. doi: 10.1016/j.quaint.2023.08.007
hdl.handle.net/10451/59335 |
Provas Académicas
Provas Intermédias e de Qualificação dos Trabalhos no Doutoramento em Arqueologia e Pré-História "O consumo e a gestão animal em Olisipo entre os séculos II a.C. e V d.C." (2020.06605.BD)
por Ana Beatriz Pereira Amaral dos Santos
17 de Outubro | 14h30 | Online (Zoom)
por Ana Beatriz Pereira Amaral dos Santos
17 de Outubro | 14h30 | Online (Zoom)
Provas Intermédias e de Qualificação dos Trabalhos no Doutoramento em Arqueologia e Pré-História "O Calcário, o Rio e a Morte. A ocupação funerária do vale do Carvalhal de Aljubarrota (Carvalhal, Alcobaça) durante o 4º e o 3º milénio" (2020.05503.BD)
por Cátia Saque Delicado Olivares Vagueiro
20 de Outubro | 10h30 | Online (Zoom)
por Cátia Saque Delicado Olivares Vagueiro
20 de Outubro | 10h30 | Online (Zoom)
Provas Intermédias e de Qualificação dos Trabalhos no Doutoramento em Arqueologia e Pré-História "Espaço e Tempo. Paleoambiente e Povoamento do 6º ao 3º milénio a.n.e na região de Peniche" (2020.06242.BD)
por Luís Constantino Borges Rendeiro
20 de Outubro | 14h30 | Online (Zoom)
por Luís Constantino Borges Rendeiro
20 de Outubro | 14h30 | Online (Zoom)
Subscreva o Boletim uniarq digital
Está a receber a ligação para esta newsletter porque o seu endereço de e-mail se encontra nas nossas bases de dados.
Não está interessado? Pode cancelar a subscrição para o endereço [email protected]. |
Direcção: Carlos Fabião, Catarina Viegas, Mariana Diniz
Edição e Textos: Alexandre Gonçalves, Ana Catarina Sousa, André Pereira, Carine de Souza, Carlos Fabião, Carlos P. Odriozola, Comité Organizador das XIV JIA, Elisabetta Colla, José Àngel Garrido Cordero, Leyre Morgado Roncal, Luis Gomes, Mariana Diniz, Telmo Pereira e Victor Filipe. Copyright © 2023 UNIARQ, Todos os direitos reservados. O nosso endereço: Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa PORTUGAL [email protected] Siga as nossas actividades também no facebook, twitter, instagram e youtube |