Projecto Miño/Minho. Ocupações da margem esquerda do Baixo Minho
Terminou no passado dia 29 de Julho a primeira campanha de escavações do Projecto “Miño/Minho. Ocupações da margem esquerda do Baixo Minho”. A equipa responsável pelo projecto, constituída por investigadores das Universidades de Lisboa (J. P. Cunha Ribeiro), do Porto (Sérgio Rodrigues e Alberto Gomes), do Minho (José Meireles) e do Centro Nacional de Investigación sobre la Evolución Humana de Burgos (Eduardo Mendez-Quintas, Manuel Santonja e Alfredo Pérez-González), centraram neste primeiro ano os seus esforços nos Concelhos de Monção e Melgaço, para o que contaram com o inestimável apoio dos respectivos Municípios e das Juntas de Freguesia de Valadares, Remoães e Penso.
Os trabalhos efectuados permitiram identificar mais de uma dezena de locais com interesse arqueológico, bem como realizar sondagens e escavações em quatro jazidas com ocupações humanas paleolíticas onde, graças à colaboração de uma equipa de investigadores australianos (Martina Demuro e Lee Arnold), foi mesmo possível recolher amostras para datação por OSL dos vestígios arqueológicos aí reconhecidos. Numa área onde após os remotos achados de objectos líticos talhados de cronologia paleolítica efectuados por Abel Viana, nos anos vinte do século passado, praticamente apenas se conheciam para jusante as descobertas feitas nos anos oitenta por Francisco Sande Lemos da Universidade do Minho, identificou-se agora a presença de vestígios que pela similitude de condições de jazida com outros locais situados na margem oposta do rio sugerem a presença do homem na região há 250 Mil anos. Noutras jazidas intervencionadas foi ainda possível verificar a diversidade de estratégias de ocupação do território num tempo cronologicamente longo, integrando aparentemente num dos casos vestígios que se admitem poderem estar associados à presença do homem de Neandertal na região. A continuação do projecto nos anos vindouros não deixará de esclarecer muitas das questões por ora levantadas e abrir ao mesmo tempo outros problemas e novas frentes de trabalho |