Carlos Pereira
Nome: Carlos Samuel Pires Pereira
Título profissional: Bolseiro de pós-doutoramento
Instituição: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Grau académico: Doutoramento
Email: [email protected]
http://lisboa.academia.edu/CarlosPereira
https://www.researchgate.net/profile/Carlos_Pereira12
Grupo de Trabalho: Interacções dinâmicas na Idade do Ferro de Portugal.
Formação académica:
Licenciado em Arqueologia e História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2001/2002 a 2004/2005).
Mestrado em Pré-História e arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Doutorado em História, especialização em Arqueologia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Investigação: Investigador Coordenador no âmbito da empreitada de recuperação e consolidação do Forte de S.º Sebastião, em colaboração com a Doutora Ana Margarida Arruda.
Estagiário Investigador, contratado pela Câmara Municipal de Mafra, sob orientação da Doutora Ana Catarina Sousa.
Investigador Coordenador no âmbito da empreitada de recuperação e consolidação do Forte de S.º Sebastião, em colaboração com a Doutora Ana Margarida Arruda.
Investigador Auxiliar, com bolsa de investigação atribuída pela FCT, no âmbito do projecto “Monte Molião na Antiguidade”, sob direcção da Doutora Ana Margarida Arruda.
Investigador Principal, com bolsa de doutoramento atribuída pela FCT, no âmbito do projecto “NEC.ROM.AL – As Necrópoles Romanas do Algarve”.
Investigador Principal, com bolsa de pós-doutoramento atribuída pela FCT, no âmbito do projecto “Acampamentos militares romanos no Ocidente peninsular: estratégias de conquista e controlo do território”.
Publicações:
Livros
PEREIRA, C. (2014) – Roman lamps of Scallabis (Santarém, Portugal). B.A.R. International Series, 2627. Oxford.
Capítulos de Livros
ARRUDA, A. e PEREIRA, C. (2012) – De Santa Olaia a Bensafrim: itinerários e percursos de Santos Rocha no Algarve. VILAÇA, R. e PINTO, S. (Coords.) - Santos Rocha: A arqueologia e a sociedade do seu tempo. Figueira da Foz.
Artigos em revistas nacionais
ARRUDA, A. e PEREIRA, C. (2008) - As ocupações antigas e modernas no Forte de S. Sebastião, Castro Marim. Xelb. Silves. 8, Vol. I, p. 365-395.
ARRUDA, A. e PEREIRA, C. (2010) - Fusão e produção: actividades metalúrgicas em Monte Molião (Lagos), durante a época romana-republicana. Xelb. Silves. 10, p. 695-716.
ARRUDA, A. M., SOUSA, E., PEREIRA, C. e LOURENÇO, P. (2011) – Monte Molião: um sítio púnico-gaditano no Algarve (Portugal). Conimbriga. Coimbra. Vol. L, p. 5-32.
PEREIRA, C. (2012a) - Vidro: breve análise temporal e técnica. Al-Madan. Almada. 17, Adenda electrónica.
PEREIRA, C. (2012b) - O sítio romano do Vidigal, Aljezur. Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa, 15, p. 155-179.
PEREIRA, C. (2013a) - Lucernas romanas de Alcácer do Sal. Entre a prática e o sagrado. Al-Madan. Almada. 17, Tomo 2, Adenda electrónica, p. 13-28.
PEREIRA, C. (2013b) - O sítio romano do Vidigal, Aljezur. Continuidade ao legado Estácio da Veiga. Al-Rihana. Aljezur. 6, p.
PEREIRA, C. (2016-17) - Serra de Santa Marina, Cáceres Viejo (Casas de Millán, Cáceres, Espanha). Um sítio paradigmático no contexto das guerras sertorianas. CIRA – Arqueologia. Vila Franca de Xira. 5, p. 33-54.
PEREIRA, C. (2017) - Produção e comércio de lucernas durante a Antiguidade Tardia: génese e evolução das lucernas tardo-antigas de produção africana. Ophiussa. Lisboa. 1, p. 105-122.
PEREIRA, C. (2017) – Mundo funerário romano no território de Loulé. In Loulé. Territórios, memórias, identidades. Catálogo da Exposição. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia, Imprensa Nacional, p. 302-311.
PEREIRA, C. e ARRUDA, A. (2015) - O sítio arqueológico do Enterreiro, Castro Marim. Revista Portuguesa de Arqueologia. 18, p. 181-194.
PEREIRA, C., SOARES, A. e SOARES, R. (2013) – Os mausoléus da vila romana de Pisões: a morte no mundo rural romano. Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa. 16, p. 305-323.
Artigos em revistas internacionais
ARRUDA, A., PEREIRA, C., PIMENTA. J., SOUSA, E., MENDES, H. y SOARES, R. (2016) - As contas de vidro do Porto do Sabugueiro (Muge, Salvaterra de Magos, Portugal). CuPAUAM. Madrid. 42, p. 79-101.
BERNARDES, J., FERNÁNDEZ SUTILO, L., CAMPOS CARRASCO, J. e PEREIRA, C. (2014) - El mundo funerario del extremo suroccidental de Hispania a través de dos ciudades: Ossonoba versus Onoba. Onoba, Revista de Arqueología y Antigüedad. Huelva. 2, p. 127-147.
CORDERO RUIZ, T., CERRILLO CUENCA, E. e PEREIRA, C. (2017) - Detección de un nuevo campamento romano en las inmediaciones de Mérida mediante tecnología LiDAR. SAGVNTVM. Sagunto. 49, p. 197-201. DOI: 10.7203/SAGVNTVM.49.10025
PEREIRA, C. (2012c) - As Lucernas romanas de Ossonoba. Um conjunto ambíguo. Habis. Sevilha, 43, p. 119-147.
PEREIRA, C. (2012-2013) – A necrópole da Marateca (Lagos, Portugal). Anexo para a sua investigação. Anales de Arqueología Cordobesa. Córdoba. 23-24, p. 241-260.
PEREIRA, C. (2014a) – Quinta de Marim (Algarve, Portugal) no quadro da cristianização do Ocidente peninsular. Actas do VI Encuentro de Arqueología del Suroeste Peninsular. Villafranca de los Barros, p. 1883-1910.
PEREIRA, C. (2014b) – Reflexiones sobre el decaer del comercio de lucernas romanas en el Occidente peninsular. Onoba, Revista de Arqueología y Antigüedad. Huelva. 2, p. 191-206.
PEREIRA, C. (2015a) - About the oldest known Christian buildings in the Extreme South of Lusitania: the case of Quinta de Marim (Olhão, Algarve, Portugal). Archaeopress Digital, Open Access.
PEREIRA, C. (2015b) - The Roman necropolis of Algarve (Portugal). About the spaces of death in the South of Lusitania. Archaeopress Digital, Open Access.
PEREIRA, C. e ALBUQUERQUE, P. (2014) – A diacronia da aventura de Ulisses com o Ciclope no repertório iconográfico “lychnológico”. Habis. Sevilha, 45, p. 7-28.
PEREIRA, C. e ARRUDA, A. (2016) – As lucernas romanas do Monte Molião, Lagos, Portugal. SPAL. Sevilha, 25, p. 149-181. DOI: http://dx.doi.org/10.12795/spal
PEREIRA, C., ARRUDA, A. e SILVA, R. (2015) - Os vidros romanos do Castelo de Castro Marim. Onoba. Huelva. 3, p. 25-50.
VALÉRIO, P., VORÁCOVÁ, E., SILVA, R., ARAÚJO, M., SOARES, A., ARRUDA, A. e PEREIRA, C. (2015) - Composition and microstructure of Roman metallic artefacts from Southwestern Iberian Peninsula. Applied Physics A. 121, p. 115-122. DOI: 10.1007/s00339-015-9394-7
Projecto de Pós-doutoramento
Apesar da grande dificuldade que se sente, geralmente, em identificar os acampamentos romanos republicanos, aqueles que foram edificados na Hispânia, particularmente os de longa duração, foram frequentemente citados nas obras clássicas. Estes dados permitem, à partida, distinguir diferentes momentos militares em território Hispânico.
Em um primeiro momento, os acampamentos militares romanos aparecem associados às campanhas contra os cartagineses e bases de retaguarda. Estes recintos aparecem dispostos sobretudo na costa mediterrânica e área meridional. Com o tempo e o crescente interesse romano imperialista, os exércitos vão-se aventurando cada vez mais para o interior.
A área Ocidental não foi, durante este momento, palco destes conflitos. Porém, os romanos foram avançando progressivamente no território até que chegaram à área dos Lusitanos. É a partir daqui que o tema interessa particularmente, momento a partir do qual se deverá ter assistido a uma grande actividade de construção de recintos militares na área de interesse para este estudo.
Um novo momento tem início com a participação da Hispânia nas guerras civis romanas, concretamente aquela que opôs Sertório aos representantes senatoriais. Teoricamente, a partir de agora, os critérios para a formação de acampamentos serão outros, uma vez que já não lutam contra um inimigo externo, mas sim contra um exército igualmente romano que segue estratégias muito idênticas. Esta realidade militar, em que romanos enfrentam a romanos, potencia também uma considerável confusão na interpretação destes recintos, uma vez que os materiais, estruturas e organização interna são idênticos.
Os dois últimos momentos referidos, porém, podem ser frequentemente confundidos e, acampamentos que foram construídos no âmbito das guerras lusitanas podem ser interpretados como recintos militares utilizados nas guerras sertorianas. Tal situação acontece, precisamente, com o acampamento de Cáceres el Viejo (Cáceres, Espanha), inicialmente inserido nestas e, depois, considerada uma construção estratégica de conquista.
Durante as campanhas contra os Lusitanos, os acampamentos mais citados nas fontes clássicas foram os aquartelamentos de Inverno de Córdoba (Políbio, XXXV, 2; Apiano, 66). Todavia, durante os anos de 141-140 a.C., foi referida a construção de um acampamento no Limes da Lusitânia (Apiano, 67-69), fundado por Fábio Máximo Serviliano. Alguns investigadores têm identificado a fundação de Castra Servilia também com Cáceres el Viejo.
O grande inconveniente, contudo, é que a sublevação de Sertório acabaria por ter como palco de confrontos, além de outros, a Lusitânia. Também este momento exigiu uma grande actividade construtiva militar. Ambos os exércitos movimentavam-se em amplas áreas geográficas da Hispânia, nomeadamente a Lusitânia, a meseta superior, a costa Levantina e o vale do Ebro, zonas controladas pelos contingentes rebeldes e onde se efectuaram constantes movimentações de penetração e recuo por parte dos dois exércitos. Sabemos que Quinto Cecílio Metelo foi o autor da fundação de muitos dos acampamentos de que temos conhecimento pelas fontes clássicas, entre estes Castra Caecilia, precisamente para fazer frente às investidas rebeldes.
O grande inconveniente, portanto, é que a Extremadura espanhola serviu de limes, quer para os confrontos entre romanos e lusitanos, antes, quer para a oposição de Sertório ao poder senatorial, alguns anos depois. Esta situação tem causando grandes constrangimentos na investigação sobre o tema e impedido que muitos investigadores se aventurem no seu estudo.
Efectivamente, um dos objectivos basilares deste projecto passa por desenvolver o estudo sobre a arqueologia militar romana em território nacional, onde vem sendo esquecida na elaboração de grandes projectos científicos, e estimular o seu desenvolvimento em território peninsular. Neste âmbito, Cáceres el Viejo parece corresponder ao sítio adequado a tomar como ponto de partida para um estudo aprofundado sobre a região que viria a corresponder à Lusitânia romana. Além de existirem ainda, sobre este recinto militar, perguntas sem resposta clara, o seu estudo pode auxiliar a compreensão de outros sítios de idêntica tipologia e cronologia. Por outro lado, a utilização das mais recentes ferramentas tecnológicas, nomeadamente os programas SIG, que permitem a distribuição espacial precisa dos distintos recintos militares romanos na Península Ibérica, podem trazer novos dados para as velhas discussões. De facto, pensamos que estes exercícios podem esclarecer alguns dados sobre a arqueologia militar romana, talvez até permita detectar alguns dos limes antes referidos. Todavia, devemos ser cientes que esta distribuição é sempre tendenciosa, especialmente se tivermos em conta que desconhecemos a localização da maioria dos acampamentos romanos, particularmente os de curta duração ou de pernoita.
As grandes novidades deste projecto, além de se reanalisar todo o espólio de Cáceres el Viejo segundo as mais recentes metodologias e de se analisar e relacionar com este sítio alguns contextos coevos e inéditos que foram escavados no centro histórico da cidade de Cáceres, passam, precisamente, por uma investigação ampla sobre a arqueologia militar romana em época republicana, momento de conquistas, de resistência e de sublevações, que não se fica apenas pela área da Lusitânia romana. Esta realidade peninsular deve ser comparada com outras, como é o caso dos limes germanicus e britannicus, que, embora correspondam a zonas de confronto mais tardias, e por isso mesmo melhor conhecidas, não podem deixar de ser comparadas, principalmente as tipologias dos recintos militares, a distribuição espacial das estruturas no seu interior e as formas de abastecimento destes.
A Arqueologia Militar Romana sempre foi um tema bastante apetecido, mas difícil de “enfrentar”.
CV Carlos Pereira Fev 2018
última actualização Fevereiro de 2018
Título profissional: Bolseiro de pós-doutoramento
Instituição: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Grau académico: Doutoramento
Email: [email protected]
http://lisboa.academia.edu/CarlosPereira
https://www.researchgate.net/profile/Carlos_Pereira12
Grupo de Trabalho: Interacções dinâmicas na Idade do Ferro de Portugal.
Formação académica:
Licenciado em Arqueologia e História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2001/2002 a 2004/2005).
Mestrado em Pré-História e arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Doutorado em História, especialização em Arqueologia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Investigação: Investigador Coordenador no âmbito da empreitada de recuperação e consolidação do Forte de S.º Sebastião, em colaboração com a Doutora Ana Margarida Arruda.
Estagiário Investigador, contratado pela Câmara Municipal de Mafra, sob orientação da Doutora Ana Catarina Sousa.
Investigador Coordenador no âmbito da empreitada de recuperação e consolidação do Forte de S.º Sebastião, em colaboração com a Doutora Ana Margarida Arruda.
Investigador Auxiliar, com bolsa de investigação atribuída pela FCT, no âmbito do projecto “Monte Molião na Antiguidade”, sob direcção da Doutora Ana Margarida Arruda.
Investigador Principal, com bolsa de doutoramento atribuída pela FCT, no âmbito do projecto “NEC.ROM.AL – As Necrópoles Romanas do Algarve”.
Investigador Principal, com bolsa de pós-doutoramento atribuída pela FCT, no âmbito do projecto “Acampamentos militares romanos no Ocidente peninsular: estratégias de conquista e controlo do território”.
Publicações:
Livros
PEREIRA, C. (2014) – Roman lamps of Scallabis (Santarém, Portugal). B.A.R. International Series, 2627. Oxford.
Capítulos de Livros
ARRUDA, A. e PEREIRA, C. (2012) – De Santa Olaia a Bensafrim: itinerários e percursos de Santos Rocha no Algarve. VILAÇA, R. e PINTO, S. (Coords.) - Santos Rocha: A arqueologia e a sociedade do seu tempo. Figueira da Foz.
Artigos em revistas nacionais
ARRUDA, A. e PEREIRA, C. (2008) - As ocupações antigas e modernas no Forte de S. Sebastião, Castro Marim. Xelb. Silves. 8, Vol. I, p. 365-395.
ARRUDA, A. e PEREIRA, C. (2010) - Fusão e produção: actividades metalúrgicas em Monte Molião (Lagos), durante a época romana-republicana. Xelb. Silves. 10, p. 695-716.
ARRUDA, A. M., SOUSA, E., PEREIRA, C. e LOURENÇO, P. (2011) – Monte Molião: um sítio púnico-gaditano no Algarve (Portugal). Conimbriga. Coimbra. Vol. L, p. 5-32.
PEREIRA, C. (2012a) - Vidro: breve análise temporal e técnica. Al-Madan. Almada. 17, Adenda electrónica.
PEREIRA, C. (2012b) - O sítio romano do Vidigal, Aljezur. Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa, 15, p. 155-179.
PEREIRA, C. (2013a) - Lucernas romanas de Alcácer do Sal. Entre a prática e o sagrado. Al-Madan. Almada. 17, Tomo 2, Adenda electrónica, p. 13-28.
PEREIRA, C. (2013b) - O sítio romano do Vidigal, Aljezur. Continuidade ao legado Estácio da Veiga. Al-Rihana. Aljezur. 6, p.
PEREIRA, C. (2016-17) - Serra de Santa Marina, Cáceres Viejo (Casas de Millán, Cáceres, Espanha). Um sítio paradigmático no contexto das guerras sertorianas. CIRA – Arqueologia. Vila Franca de Xira. 5, p. 33-54.
PEREIRA, C. (2017) - Produção e comércio de lucernas durante a Antiguidade Tardia: génese e evolução das lucernas tardo-antigas de produção africana. Ophiussa. Lisboa. 1, p. 105-122.
PEREIRA, C. (2017) – Mundo funerário romano no território de Loulé. In Loulé. Territórios, memórias, identidades. Catálogo da Exposição. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia, Imprensa Nacional, p. 302-311.
PEREIRA, C. e ARRUDA, A. (2015) - O sítio arqueológico do Enterreiro, Castro Marim. Revista Portuguesa de Arqueologia. 18, p. 181-194.
PEREIRA, C., SOARES, A. e SOARES, R. (2013) – Os mausoléus da vila romana de Pisões: a morte no mundo rural romano. Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa. 16, p. 305-323.
Artigos em revistas internacionais
ARRUDA, A., PEREIRA, C., PIMENTA. J., SOUSA, E., MENDES, H. y SOARES, R. (2016) - As contas de vidro do Porto do Sabugueiro (Muge, Salvaterra de Magos, Portugal). CuPAUAM. Madrid. 42, p. 79-101.
BERNARDES, J., FERNÁNDEZ SUTILO, L., CAMPOS CARRASCO, J. e PEREIRA, C. (2014) - El mundo funerario del extremo suroccidental de Hispania a través de dos ciudades: Ossonoba versus Onoba. Onoba, Revista de Arqueología y Antigüedad. Huelva. 2, p. 127-147.
CORDERO RUIZ, T., CERRILLO CUENCA, E. e PEREIRA, C. (2017) - Detección de un nuevo campamento romano en las inmediaciones de Mérida mediante tecnología LiDAR. SAGVNTVM. Sagunto. 49, p. 197-201. DOI: 10.7203/SAGVNTVM.49.10025
PEREIRA, C. (2012c) - As Lucernas romanas de Ossonoba. Um conjunto ambíguo. Habis. Sevilha, 43, p. 119-147.
PEREIRA, C. (2012-2013) – A necrópole da Marateca (Lagos, Portugal). Anexo para a sua investigação. Anales de Arqueología Cordobesa. Córdoba. 23-24, p. 241-260.
PEREIRA, C. (2014a) – Quinta de Marim (Algarve, Portugal) no quadro da cristianização do Ocidente peninsular. Actas do VI Encuentro de Arqueología del Suroeste Peninsular. Villafranca de los Barros, p. 1883-1910.
PEREIRA, C. (2014b) – Reflexiones sobre el decaer del comercio de lucernas romanas en el Occidente peninsular. Onoba, Revista de Arqueología y Antigüedad. Huelva. 2, p. 191-206.
PEREIRA, C. (2015a) - About the oldest known Christian buildings in the Extreme South of Lusitania: the case of Quinta de Marim (Olhão, Algarve, Portugal). Archaeopress Digital, Open Access.
PEREIRA, C. (2015b) - The Roman necropolis of Algarve (Portugal). About the spaces of death in the South of Lusitania. Archaeopress Digital, Open Access.
PEREIRA, C. e ALBUQUERQUE, P. (2014) – A diacronia da aventura de Ulisses com o Ciclope no repertório iconográfico “lychnológico”. Habis. Sevilha, 45, p. 7-28.
PEREIRA, C. e ARRUDA, A. (2016) – As lucernas romanas do Monte Molião, Lagos, Portugal. SPAL. Sevilha, 25, p. 149-181. DOI: http://dx.doi.org/10.12795/spal
PEREIRA, C., ARRUDA, A. e SILVA, R. (2015) - Os vidros romanos do Castelo de Castro Marim. Onoba. Huelva. 3, p. 25-50.
VALÉRIO, P., VORÁCOVÁ, E., SILVA, R., ARAÚJO, M., SOARES, A., ARRUDA, A. e PEREIRA, C. (2015) - Composition and microstructure of Roman metallic artefacts from Southwestern Iberian Peninsula. Applied Physics A. 121, p. 115-122. DOI: 10.1007/s00339-015-9394-7
Projecto de Pós-doutoramento
Apesar da grande dificuldade que se sente, geralmente, em identificar os acampamentos romanos republicanos, aqueles que foram edificados na Hispânia, particularmente os de longa duração, foram frequentemente citados nas obras clássicas. Estes dados permitem, à partida, distinguir diferentes momentos militares em território Hispânico.
Em um primeiro momento, os acampamentos militares romanos aparecem associados às campanhas contra os cartagineses e bases de retaguarda. Estes recintos aparecem dispostos sobretudo na costa mediterrânica e área meridional. Com o tempo e o crescente interesse romano imperialista, os exércitos vão-se aventurando cada vez mais para o interior.
A área Ocidental não foi, durante este momento, palco destes conflitos. Porém, os romanos foram avançando progressivamente no território até que chegaram à área dos Lusitanos. É a partir daqui que o tema interessa particularmente, momento a partir do qual se deverá ter assistido a uma grande actividade de construção de recintos militares na área de interesse para este estudo.
Um novo momento tem início com a participação da Hispânia nas guerras civis romanas, concretamente aquela que opôs Sertório aos representantes senatoriais. Teoricamente, a partir de agora, os critérios para a formação de acampamentos serão outros, uma vez que já não lutam contra um inimigo externo, mas sim contra um exército igualmente romano que segue estratégias muito idênticas. Esta realidade militar, em que romanos enfrentam a romanos, potencia também uma considerável confusão na interpretação destes recintos, uma vez que os materiais, estruturas e organização interna são idênticos.
Os dois últimos momentos referidos, porém, podem ser frequentemente confundidos e, acampamentos que foram construídos no âmbito das guerras lusitanas podem ser interpretados como recintos militares utilizados nas guerras sertorianas. Tal situação acontece, precisamente, com o acampamento de Cáceres el Viejo (Cáceres, Espanha), inicialmente inserido nestas e, depois, considerada uma construção estratégica de conquista.
Durante as campanhas contra os Lusitanos, os acampamentos mais citados nas fontes clássicas foram os aquartelamentos de Inverno de Córdoba (Políbio, XXXV, 2; Apiano, 66). Todavia, durante os anos de 141-140 a.C., foi referida a construção de um acampamento no Limes da Lusitânia (Apiano, 67-69), fundado por Fábio Máximo Serviliano. Alguns investigadores têm identificado a fundação de Castra Servilia também com Cáceres el Viejo.
O grande inconveniente, contudo, é que a sublevação de Sertório acabaria por ter como palco de confrontos, além de outros, a Lusitânia. Também este momento exigiu uma grande actividade construtiva militar. Ambos os exércitos movimentavam-se em amplas áreas geográficas da Hispânia, nomeadamente a Lusitânia, a meseta superior, a costa Levantina e o vale do Ebro, zonas controladas pelos contingentes rebeldes e onde se efectuaram constantes movimentações de penetração e recuo por parte dos dois exércitos. Sabemos que Quinto Cecílio Metelo foi o autor da fundação de muitos dos acampamentos de que temos conhecimento pelas fontes clássicas, entre estes Castra Caecilia, precisamente para fazer frente às investidas rebeldes.
O grande inconveniente, portanto, é que a Extremadura espanhola serviu de limes, quer para os confrontos entre romanos e lusitanos, antes, quer para a oposição de Sertório ao poder senatorial, alguns anos depois. Esta situação tem causando grandes constrangimentos na investigação sobre o tema e impedido que muitos investigadores se aventurem no seu estudo.
Efectivamente, um dos objectivos basilares deste projecto passa por desenvolver o estudo sobre a arqueologia militar romana em território nacional, onde vem sendo esquecida na elaboração de grandes projectos científicos, e estimular o seu desenvolvimento em território peninsular. Neste âmbito, Cáceres el Viejo parece corresponder ao sítio adequado a tomar como ponto de partida para um estudo aprofundado sobre a região que viria a corresponder à Lusitânia romana. Além de existirem ainda, sobre este recinto militar, perguntas sem resposta clara, o seu estudo pode auxiliar a compreensão de outros sítios de idêntica tipologia e cronologia. Por outro lado, a utilização das mais recentes ferramentas tecnológicas, nomeadamente os programas SIG, que permitem a distribuição espacial precisa dos distintos recintos militares romanos na Península Ibérica, podem trazer novos dados para as velhas discussões. De facto, pensamos que estes exercícios podem esclarecer alguns dados sobre a arqueologia militar romana, talvez até permita detectar alguns dos limes antes referidos. Todavia, devemos ser cientes que esta distribuição é sempre tendenciosa, especialmente se tivermos em conta que desconhecemos a localização da maioria dos acampamentos romanos, particularmente os de curta duração ou de pernoita.
As grandes novidades deste projecto, além de se reanalisar todo o espólio de Cáceres el Viejo segundo as mais recentes metodologias e de se analisar e relacionar com este sítio alguns contextos coevos e inéditos que foram escavados no centro histórico da cidade de Cáceres, passam, precisamente, por uma investigação ampla sobre a arqueologia militar romana em época republicana, momento de conquistas, de resistência e de sublevações, que não se fica apenas pela área da Lusitânia romana. Esta realidade peninsular deve ser comparada com outras, como é o caso dos limes germanicus e britannicus, que, embora correspondam a zonas de confronto mais tardias, e por isso mesmo melhor conhecidas, não podem deixar de ser comparadas, principalmente as tipologias dos recintos militares, a distribuição espacial das estruturas no seu interior e as formas de abastecimento destes.
A Arqueologia Militar Romana sempre foi um tema bastante apetecido, mas difícil de “enfrentar”.
CV Carlos Pereira Fev 2018
última actualização Fevereiro de 2018