Editorial
Mariana Diniz, Directora da UNIARQ
Escrevo este Editorial ao mesmo tempo que, na vida dos Centros de Investigação, estão em curso dois processos decisivos: a candidaturas das unidades ao Programa FCT-Tenure, a apresentação do Relatório de Actividades 2018-2023 e do Projecto Estratégico 2025-2029.
Em ambos os casos, o combate à precaridade que atinge o emprego cientifico é o/um tópico nuclear, mas como se torna evidente da leitura dos regulamentos este “penso rápido” não será suficiente para tratar uma questão de fundo, que não afecta apenas jovens e não tão jovens cientistas, mas um número imenso de graduados e pós-graduados das mais diferentes áreas profissionais, que na organização das sociedades contemporâneas não encontram lugares de assentamento com vínculos duradouros. Precaridade (só) é oportunidade, como dizem alguns, se a mobilidade entre equipas e instituições for procurada pelos próprios, doutra forma a instabilidade só constitui causa de angústia e de desânimo…
Ao mesmo tempo, a construção de um Projecto Estratégico avança sobre um futuro, a longo prazo, para o qual estabelecemos metas, equipas, objectivos, definimos necessidades de equipamentos, de viagens, de modalidades de disseminação e comunicação, anunciamos pautas de comportamento e de princípios éticos, num exercício marcado pela utopia, no nosso caso particular não só de conhecermos o Passado, mas também de dominarmos o Futuro.
Sobre esta construção, a imponderabilidade de alguns temas: o impacto das ferramentas de Inteligência Artificial sobre as modalidades de produção de Ciência, o impacto da crise de matérias-primas sobre a produção de equipamentos e outros bens de consumo corrente, o impacto das medidas de descarbonização sobre a dinâmica das viagens, fundamentais ao funcionamento das comunidades cientificas contemporâneas, deixam antever como pode ser, em 2029, diferente o mundo.
Hoje, e enquanto se definem as linhas de acção futura, no presente da UNIARQ concretizam-se os propósitos de anteriores projectos estratégicos: a publicação de artigos em revistas de elevado impacto, tornando públicos os resultados da investigação que coordenam ou onde participam Investigadores do Centro de Arqueologia, sobre temáticas distintas como a das bases de dados sobre adornos ou o comportamento de espécies animais num passado recente; a organização de Encontros científicos como a segunda edição De Gibraltar aos Pirenéus… que homenageou a memória de João Carlos Senna-Martinez, no encontro realizado em Nelas, na Fundação da Lapa do Lobo; a promoção da formação avançada, concretizada no acolhimento de jovens doutorandos como Alice Baeta, e na defesa das suas teses de doutoramento como aconteceu com Diana Nukushina; concretizada no acolhimento de a integração dos jovens estudantes de Arqueologia da Faculdade de Letras, nos projectos de investigação da UNIARQ, que mais uma edição do Isto é Arqueologia! promove; o estabelecimento de protocolos com outras instituições como sucedeu com a Câmara Municipal de Arganil.
A vida da UNIARQ também se faz do reconhecimento público de que os seus Investigadores são objecto. Eleita Académica Correspondente da Academia Portuguesa da História, Ana Catarina Sousa junta-se a um grupo numeroso de outros investigadores da UNIARQ que fazem parte desta academia cujo papel em prol da História é de todos conhecido. Também sinal do reconhecimento público da excelência do seu trajecto de investigação é a Medalha de Mérito Cultural atribuída pelo Governo da República Portuguesa, a João Zilhão.
Muitos parabéns!
Em ambos os casos, o combate à precaridade que atinge o emprego cientifico é o/um tópico nuclear, mas como se torna evidente da leitura dos regulamentos este “penso rápido” não será suficiente para tratar uma questão de fundo, que não afecta apenas jovens e não tão jovens cientistas, mas um número imenso de graduados e pós-graduados das mais diferentes áreas profissionais, que na organização das sociedades contemporâneas não encontram lugares de assentamento com vínculos duradouros. Precaridade (só) é oportunidade, como dizem alguns, se a mobilidade entre equipas e instituições for procurada pelos próprios, doutra forma a instabilidade só constitui causa de angústia e de desânimo…
Ao mesmo tempo, a construção de um Projecto Estratégico avança sobre um futuro, a longo prazo, para o qual estabelecemos metas, equipas, objectivos, definimos necessidades de equipamentos, de viagens, de modalidades de disseminação e comunicação, anunciamos pautas de comportamento e de princípios éticos, num exercício marcado pela utopia, no nosso caso particular não só de conhecermos o Passado, mas também de dominarmos o Futuro.
Sobre esta construção, a imponderabilidade de alguns temas: o impacto das ferramentas de Inteligência Artificial sobre as modalidades de produção de Ciência, o impacto da crise de matérias-primas sobre a produção de equipamentos e outros bens de consumo corrente, o impacto das medidas de descarbonização sobre a dinâmica das viagens, fundamentais ao funcionamento das comunidades cientificas contemporâneas, deixam antever como pode ser, em 2029, diferente o mundo.
Hoje, e enquanto se definem as linhas de acção futura, no presente da UNIARQ concretizam-se os propósitos de anteriores projectos estratégicos: a publicação de artigos em revistas de elevado impacto, tornando públicos os resultados da investigação que coordenam ou onde participam Investigadores do Centro de Arqueologia, sobre temáticas distintas como a das bases de dados sobre adornos ou o comportamento de espécies animais num passado recente; a organização de Encontros científicos como a segunda edição De Gibraltar aos Pirenéus… que homenageou a memória de João Carlos Senna-Martinez, no encontro realizado em Nelas, na Fundação da Lapa do Lobo; a promoção da formação avançada, concretizada no acolhimento de jovens doutorandos como Alice Baeta, e na defesa das suas teses de doutoramento como aconteceu com Diana Nukushina; concretizada no acolhimento de a integração dos jovens estudantes de Arqueologia da Faculdade de Letras, nos projectos de investigação da UNIARQ, que mais uma edição do Isto é Arqueologia! promove; o estabelecimento de protocolos com outras instituições como sucedeu com a Câmara Municipal de Arganil.
A vida da UNIARQ também se faz do reconhecimento público de que os seus Investigadores são objecto. Eleita Académica Correspondente da Academia Portuguesa da História, Ana Catarina Sousa junta-se a um grupo numeroso de outros investigadores da UNIARQ que fazem parte desta academia cujo papel em prol da História é de todos conhecido. Também sinal do reconhecimento público da excelência do seu trajecto de investigação é a Medalha de Mérito Cultural atribuída pelo Governo da República Portuguesa, a João Zilhão.
Muitos parabéns!
NOTÍCIAS
Governo atribui Medalha de Mérito Cultural a João Zilhão
O renomado Investigador da UNIARQ, João Zilhão, foi agraciado com a prestigiosa Medalha de Mérito Cultural pelo Governo Português como reconhecimento da sua trajetória científica. A cerimónia de entrega da medalha foi realizada no Palácio Nacional da Ajuda, a 4 de janeiro. O evento contou com a presença da Secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro.
Esta medalha pretende celebrar a sua já longa e relevante carreira, que deixou uma marca indelével no estudo do Paleolítico da Europa, tendo particular impacto pelas suas descobertas determinantes para a compreensão do nosso passado e pelas extensas publicações científicas.
Entre seus trabalhos mais emblemáticos estão as descobertas do crânio da Aroeira e da Criança do Lapedo, que se destacam como contribuições significativas para compreender a evolução humana, exercendo uma profunda influência no avanço do conhecimento na Arqueologia portuguesa e europeia das últimas décadas.
Esta medalha pretende celebrar a sua já longa e relevante carreira, que deixou uma marca indelével no estudo do Paleolítico da Europa, tendo particular impacto pelas suas descobertas determinantes para a compreensão do nosso passado e pelas extensas publicações científicas.
Entre seus trabalhos mais emblemáticos estão as descobertas do crânio da Aroeira e da Criança do Lapedo, que se destacam como contribuições significativas para compreender a evolução humana, exercendo uma profunda influência no avanço do conhecimento na Arqueologia portuguesa e europeia das últimas décadas.
Cleia Detry
Unlocking archaeological data online via the PEPAdb (Prehistoric Europe’s Personal Adornment Database) initiative for Open Science. Um projeto da Quantas e da UNIARQ
O último número da revista Antiquity inclui o artigo "Unlocking archaeological data online via the PEPAdb" (https://doi.org/10.15184/aqy.2024.2), que detalha as funcionalidades desta ferramenta de acesso livre.
Os desenvolvimentos informáticos da última década conduziram a novas abordagens digitais para a recolha, armazenamento e análise de dados arqueológicos. A nossa disciplina enfrenta agora novos desafios e oportunidades que exigem o desenvolvimento e a implementação de novas metodologias e ferramentas.
PEPAdb (Prehistoric Europe's Personal Adornment Database) é um projeto de longo prazo e aberto que visa melhorar o acesso aos dados arqueológicos em linha. O seu sítio Web (pepadb.us.es) publica e analisa conjuntos de dados sobre o adorno pessoal pré-histórico, com base nos resultados de vários projectos de investigação e referências bibliográficas, entre os quais o projecto exploratório IBERAMBER (2022.09207.PTDC) desenvolvido na UNIARQ.
Esta ferramenta foi desenvolvida por investigadores do grupo de Arqueologia Quantitativa da Universidade de Sevilha (QUANTAS) e por investigadores da UNIARQ (Ana Catarina Sousa, Carlos Odriozola, José Ángel Garrido Cordero, Daniel Sánchez), com uma abordagem de colaboração e de ciência aberta, segundo os princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable y Reusable).
O projeto PEPAdb visa dar cumprimento à Directiva (UE) 2019/1024 do Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos dados abertos e à reutilização de informações do sector público. Para além disso, e não menos relevante, esta ferramenta viabiliza a tomada de decisão baseada em informação para agentes públicos e privados através da disponibilização de dados científicos abertos (Open Research Data).
Convidamo-vos a explorar, descobrir e utilizar este novo recurso para a suas investigações.
Os desenvolvimentos informáticos da última década conduziram a novas abordagens digitais para a recolha, armazenamento e análise de dados arqueológicos. A nossa disciplina enfrenta agora novos desafios e oportunidades que exigem o desenvolvimento e a implementação de novas metodologias e ferramentas.
PEPAdb (Prehistoric Europe's Personal Adornment Database) é um projeto de longo prazo e aberto que visa melhorar o acesso aos dados arqueológicos em linha. O seu sítio Web (pepadb.us.es) publica e analisa conjuntos de dados sobre o adorno pessoal pré-histórico, com base nos resultados de vários projectos de investigação e referências bibliográficas, entre os quais o projecto exploratório IBERAMBER (2022.09207.PTDC) desenvolvido na UNIARQ.
Esta ferramenta foi desenvolvida por investigadores do grupo de Arqueologia Quantitativa da Universidade de Sevilha (QUANTAS) e por investigadores da UNIARQ (Ana Catarina Sousa, Carlos Odriozola, José Ángel Garrido Cordero, Daniel Sánchez), com uma abordagem de colaboração e de ciência aberta, segundo os princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable y Reusable).
O projeto PEPAdb visa dar cumprimento à Directiva (UE) 2019/1024 do Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos dados abertos e à reutilização de informações do sector público. Para além disso, e não menos relevante, esta ferramenta viabiliza a tomada de decisão baseada em informação para agentes públicos e privados através da disponibilização de dados científicos abertos (Open Research Data).
Convidamo-vos a explorar, descobrir e utilizar este novo recurso para a suas investigações.
Daniel Sánchez-Gómez
FLUL assistiu ao Isto é Arqueologia! 2023-2024
No dia 18 de janeiro decorreu o Encontro da UNIARQ intitulado "Isto é Arqueologia! 2023-2024". Este evento proporcionou uma plataforma singular para a troca de conhecimentos e experiências entre profissionais e estudantes de Arqueologia.
Neste encontro foram apresentados aos estudantes de Arqueologia, assim como à comunidade da UNIARQ e FLUL, alguns dos trabalhos de campo realizados nos últimos anos e os projetos que serão continuados em 2024. O principal objetivo foi oferecer aos estudantes de Arqueologia da FLUL uma perspectiva dos projetos em andamento na UNIARQ, nos quais podem envolver-se e participar, não apenas nas disciplinas de trabalho de campo e laboratório, mas também em seminários ou mesmo como voluntários. O evento foi inaugurado pela apresentação do grupo de investigação liderado por João Pedro Ribeiro, que inclui o estudo das Colecções de Arqueologia Colonial, bem como trabalhos de campo no Norte de Portugal focados no tecno-complexo Acheulense. Dando continuidade à investigação de cronologia Paleolítica, Alexandre Varanda e Luis Gomes, membros da equipa liderada por João Zilhão apresentou os resultados das investigações no Vale do Nabão, com avanços notáveis na compreensão da cronologia do Paleolítico superior. Na primeira parte da manhã, foram discutidos os resultados do Projecto Ansor no Baixo Tejo, que trouxe avanços no conhecimento dos primeiros agricultores na região, apresentados por Ana Catarina Sousa. O período da manhã foi encerrado com a apresentação do projecto de Vila Nova de São Pedro por Mariana Diniz e Andrea Martins, abordando um dos sítios mais relevantes da Estremadura, já com várias campanhas de escavações e um profundo impacto na comunidade local. Neste caso a Arqueologia Pública, a Arqueologia Experimental e os estudos transdisciplinares marcam os fortes avanços desta investigação. |
Cristina Gameiro apresentou os resultados do projeto PALEORESCUE, incluindo propostas sobre abordagens a serem adotadas em projetos com trabalhos de campo. Posteriormente foi apresentada a Acção COST Euroweb, que estuda a produção têxtil no passado com uma perspetiva internacional e interdisciplinar, e foi apresentado por Francisco Gomes e Catarina Costeira.
O Monte Molião, em Lagos, foi destacado como um dos projectos emblemáticos da UNIARQ, com já várias campanhas de escavações, apresentado por Elisa de Sousa. Continuando no Mundo Romano, Carlos Fabião apresentou as escavações na cidade da Ammaia, descrevendo os resultados obtidos no fórum e no anfiteatro desta cidade romana de Marvão.
Catarina Viegas apresentou o projecto de Loulé Velho, partilhando os resultados e o balanço dos objetivos já cumpridos. Javier Herrera Rando falou sobre o seu projecto de investigação sobre a cultura epigráfica na Lusitânia Romana. O encontro foi concluído com uma apresentação do projeto BRoman, e dos resultados sobre a perspetiva do melhoramento animal na Lusitânia, por Cleia Detry. O evento representou uma oportunidade única para estabelecer novas conexões e fortalecer redes profissionais no campo da Arqueologia. A troca de ideias entre os participantes, sejam eles estudantes, investigadores ou profissionais consolidados, fomentou um ambiente propício para o crescimento académico e profissional. |
Cleia Detry
Lince Ibérico e Euroasiático hibridaram-se num passado recente
No mês de Janeiro foi publicado um artigo, de co-autoria da investigadora da UNIARQ Cleia Detry, na revista Nature Ecology & Evolution, com o contributo de amostras arqueológicas para o conhecimento de uma espécie ainda em perigo de extinção - o lince ibérico (Lynx pardinus). A análise de ADN antigo pode mostrar a evolução da espécie ao longo do tempo e contribuir com perspetivas relevantes sobre a sua conservação.
Para realizar este estudo, a equipa da Estação de Doñana (Espanha) analisou o ADN de três espécimes antigos de lince ibérico: um proveniente de Andújar (Espanha) datado de há cerca de 4300 anos, outro de Alcanar, na Catalunha, com data de 2500 anos, e outro do sítio do Monte Molião, no Algarve, em Portugal, datado aproximadamente de 2100 anos.
Os resultados demonstraram que mesmo com a diminuição da população nas últimas centenas de anos, a diversidade genética aumentou. A análise revelou ainda semelhanças entre os três linces antigos, indicando que pertenciam à mesma população. A explicação plausível para estes resultados é a hibridação, onde linces modernos compartilham mais material genético com o lince euro-asiático do que os seus predecessores. Isso sugere uma troca genética entre as espécies nos últimos dois mil anos, especialmente evidente nos espécimes mais recentes da Catalunha e do Algarve, que apresentam mais variantes genéticas do lince euro-asiático do que o mais antigo de Andújar. A distribuição histórica do lince ibérico até ao sul da França e norte da Itália, junto com a presença do lince euro-asiático no norte da Península Ibérica, cria a possibilidade de uma troca genética, que, ao longo do tempo, se disseminou por todas as populações modernas do lince ibérico.
Este trabalho mostra uma contribuição significativa da Arqueologia e, em particular da Zooarqueologia, para o conhecimento de espécies em perigo de extinção. Além disso, oferece perspectivas valiosas para soluções que visam a conservação desta espécie de felídeo.
O artigo encontra-se disponibilizado em doi.org/10.1038/s41559-023-02267-7
Para realizar este estudo, a equipa da Estação de Doñana (Espanha) analisou o ADN de três espécimes antigos de lince ibérico: um proveniente de Andújar (Espanha) datado de há cerca de 4300 anos, outro de Alcanar, na Catalunha, com data de 2500 anos, e outro do sítio do Monte Molião, no Algarve, em Portugal, datado aproximadamente de 2100 anos.
Os resultados demonstraram que mesmo com a diminuição da população nas últimas centenas de anos, a diversidade genética aumentou. A análise revelou ainda semelhanças entre os três linces antigos, indicando que pertenciam à mesma população. A explicação plausível para estes resultados é a hibridação, onde linces modernos compartilham mais material genético com o lince euro-asiático do que os seus predecessores. Isso sugere uma troca genética entre as espécies nos últimos dois mil anos, especialmente evidente nos espécimes mais recentes da Catalunha e do Algarve, que apresentam mais variantes genéticas do lince euro-asiático do que o mais antigo de Andújar. A distribuição histórica do lince ibérico até ao sul da França e norte da Itália, junto com a presença do lince euro-asiático no norte da Península Ibérica, cria a possibilidade de uma troca genética, que, ao longo do tempo, se disseminou por todas as populações modernas do lince ibérico.
Este trabalho mostra uma contribuição significativa da Arqueologia e, em particular da Zooarqueologia, para o conhecimento de espécies em perigo de extinção. Além disso, oferece perspectivas valiosas para soluções que visam a conservação desta espécie de felídeo.
O artigo encontra-se disponibilizado em doi.org/10.1038/s41559-023-02267-7
Cleia Detry
Congresso "De Gibraltar aos Pirenéus..." decorreu na Lapa do Lobo (Nelas)
No último fim-de-semana de Janeiro (dias 26 e 27), na Lapa Lobo, aldeia do concelho de Nelas, decorreu o segundo congresso "De Gibraltar aos Pirenéus: Megalitismo, Vida e Morte na Fachada Atlântica Peninsular", sob o tema "Arqueologia, Património e Turismo", em memória do malogrado Professor João Carlos de Senna-Martínez.
O encontro, organizado pela UNIARQ/FLUL, Universidade do Algarve e Fundação Lapa do Lobo, contou com o apoio das Câmaras Municipais de Nelas e de Carregal do Sal e da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Canas de Senhorim. Durante dois dias, no Auditório da Fundação e com transmissão no YouTube (AQUI), reuniram-se investigadores de todo o país (e além-fronteiras), onde pontuaram bastantes membro da UNIARQ (Alexandre Varanda, Carlos Fabião, Catarina Costeira, Filipa Rodrigues, João Zilhão, José Ventura, Luis Gomes, Marco Andrade, Mariana Diniz, Mariana Nabais, Maurizio Zambaldi, Miguel Almeida, Mónica Corga, Nelson J. Almeida, Patrícia Jordão e Telma Ribeiro). No final dos trabalhos a organização anunciou a intenção de realizar um terceiro congresso, no ano de 2026. |
André Pereira
Defesa da Tese de Doutoramento de Diana Nukushina
Realizou-se, no passado dia 25 de Janeiro, a defesa da tese de doutoramento em Arqueologia e Pré-história de Diana Nukushina intitulada Last hunter-gatherers in Eurasia: a comparative approach to shell midden site structure and function between Atlantic Europe and Japan. Esta tese, dedicada á análise do registo arqueológico deixado pelos últimos caçadores-recolectores de diferentes lugares da Eurásia – Portugal, Bretanha, Japão –, teve como objectivo principal analisar os processos de formação e as modalidades de uso dos sítios tipo concheiro, cruzando dados desta geografia ampla, onde os eventos climáticos do pós-glaciar geram respostas especificas, preservadas no registo arqueológico. O júri, de que fizeram parte Pablo Arias Cabal, da Universidade da Cantábria, Rick Schulting, da Universidade de Oxford, Makoto Tomii, da Universidade de Taisho, Célia Gonçalves, da Universidade do Algarve, João Pedro Ribeiro e Mariana Diniz, da Universidade de Lisboa, atribuiu à tese a classificação Suma cum laude. Da equipa de orientadores fizeram parte Mariana Diniz, Naoko Matsumoto da Universidade de Okayama e Grégor Marchand, da Universidade de Rennes. Também a ele se deve o sucesso deste trabalho.
Encerrado um capítulo do trajecto de Diana Nukushina, abrem-se as portas a novos projectos e desafios a este Investigadora da UNIARQ!. |
Mariana Diniz
INVESTIGAÇÃO NA UNIARQ
Alice Baeta - Bolseira de Doutoramento UNIARQ/FCT (UI/BD/154339/2023)
Produção monetária na fachada atlântica da Península Ibérica até ao reinado de Augusto
A produção monetária republicana e durante o reinado de Augusto na Península Ibérica é diversa e se fez presente em várias cidades com produções regionais e locais. Na fachada atlântica peninsular foram identificados alguns locais de produção monetária com cunhagens regionais e locais, sendo alvo de estudo nesse projeto: Baesuri, Balsa, Brutobriga, Cilpes, Dipo, Ipses, Myrtilis, Ossonoba, Salacia e Sirpes; além das posteriores emissões nas cidades de Pax Iulia (Beja) e Ebora (Évora), assim como a emissão militar da “caetra”. Estas produções monetárias são bem diversas entre si, algumas com poucos exemplares e pouca diversidade tipológica como é o caso de Brutobriga e Dipo, e outras com maior produção como Myrtilis e Salacia. Tais emissões, contudo, apesar de conhecidas em sua maioria desde o século XIX ainda não foram o foco de um estudo detalhado (exceto a cidade de Ebora, já estudada por Francisca Chaves) para entender qual a dimensão de seu fabrico e a sua importância na economia local e regional.
Nesse sentido, este projeto de doutoramento visa preencher tal lacuna ao realizar um inventário o mais completo possível dos exemplares existentes. Para tal, estamos a proceder à identificação, estudo e inventariação (com a criação de fichas no FileMaker) dos numismas produzidos nas casas da moeda da fachada atlântica peninsular até o reinado de Augusto. A compilação de materiais dispersos em instituições públicas, privadas e particulares, resultantes de escavações e achados ocasionais, por vezes, inéditos, caracteriza este projeto que permitirá identificar o número de cunhos utilizados nas diferentes emissões, bem como o estado da circulação monetária num território pouco estudado no período proposto. Com o estudo de cunhos, será possível seriar e datar as produções e entender a dimensão das mesmas, possibilitando compreender sua importância na massa monetária em circulação. Outros objetivos propostos são: precisar a localização geográfica de alguns dos centros emissores estudados a partir de achados com proveniência conhecida, e mapear a circulação dessas peças (através do uso de SIG); em outro aspecto, perceber a razão da utilização do chumbo para amoedação em algumas das produções algarvias e, se possível, procurar determinar qual a procedência deste metal (através de análises de FRX).
Nesse sentido, este projeto de doutoramento visa preencher tal lacuna ao realizar um inventário o mais completo possível dos exemplares existentes. Para tal, estamos a proceder à identificação, estudo e inventariação (com a criação de fichas no FileMaker) dos numismas produzidos nas casas da moeda da fachada atlântica peninsular até o reinado de Augusto. A compilação de materiais dispersos em instituições públicas, privadas e particulares, resultantes de escavações e achados ocasionais, por vezes, inéditos, caracteriza este projeto que permitirá identificar o número de cunhos utilizados nas diferentes emissões, bem como o estado da circulação monetária num território pouco estudado no período proposto. Com o estudo de cunhos, será possível seriar e datar as produções e entender a dimensão das mesmas, possibilitando compreender sua importância na massa monetária em circulação. Outros objetivos propostos são: precisar a localização geográfica de alguns dos centros emissores estudados a partir de achados com proveniência conhecida, e mapear a circulação dessas peças (através do uso de SIG); em outro aspecto, perceber a razão da utilização do chumbo para amoedação em algumas das produções algarvias e, se possível, procurar determinar qual a procedência deste metal (através de análises de FRX).
O trabalho desenvolvido até o momento, permitiu a recolha de dados sobre a massa monetária em bibliografia, assim como em leilões com materiais numismáticos realizados em Portugal e no estrangeiro. Entretanto, ainda existe muito material inédito e por identificar, visto que esses materiais muitas vezes têm pouca leitura ou foram estudados de forma insuficiente. Assim, grande parte do trabalho a desenvolver envolve visitas a instituições culturais portuguesas e internacionais, e contato com empresas de arqueologia na procura de exemplares mal estudados ou ainda inéditos. Fica inclusive aqui uma nota aos investigadores que tenham recolhido moedas romanas em seus projetos, a minha disponibilidade para apoio na classificação dos mesmos, para que caso exista algum exemplar que se enquadre no projeto, este possa ser incluído no nosso inventário.
Este projeto de investigação é financiado pela FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia e orientado por Carlos Fabião (UNIARQ/ FLUL) e Rui Centeno (CITCEM/FLUP) |
PROTOCOLOS E PARCERIAS
Protocolo de Doação com o Município de Arganil
No passado dia 9 de Janeiro, na Sala D. Pedro V da Faculdade de Letras de Lisboa, foi assinado, entre a Faculdade de Letras e o Município de Arganil, um protocolo de doação de espólio arqueológico do acampamento militar romano da Lomba do Canho, e do acervo de João Carlos de Senna-Martinez referente às escavações arqueológicas realizadas nos anos 50, da responsabilidade de João de Castro Nunes, bem como as realizadas entre 1979 a 1984, do sítio designado de Moinhos de Vento 1, 2 e 3, situado no monte da Lomba do Canho – conjunto que inclui, para além de espólio arqueológico, documentação escrita, fotografias e desenhos de campo e de materiais.
O Município de Arganil, através do Núcleo de Arqueologia do Museu Municipal (MMA), torna-se agora depositário da colecção entregue, ficando responsável pelo tratamento do referido espólio, à sua correcta conservação física, bem como à sua disponibilização e consulta.
Na cerimónia estiveram presentes os responsáveis máximos das entidades envolvidas, o Director da Faculdade, Professor Miguel Tamen, e o Presidente da Câmara Municipal de Arganil, Luís Paulo Costa. Marcaram também presença, da parte da FLUL, Elisa de Sousa, subdirectora da UNIARQ, Carlos Fabião, anterior Director da UNIARQ e quem acompanhou o processo, e José Quintã Ventura, investigador do Centro de Arqueologia e responsável pela reunião, inventário e acondicionamento do espólio doado e, do lado da autarquia, Dra. Paula Dinis, vice-presidente da autarquia, e o arqueólogo Fernando Neves.
Esta iniciativa enquadra-se numa política de doação a autarquias e museus de espólio arqueológico de colecções já estudadas e que se encontram à guarda do Centro de Arqueologia, centrada no princípio da congregação de toda informação de um sítio arqueológico num só local.
O Município de Arganil, através do Núcleo de Arqueologia do Museu Municipal (MMA), torna-se agora depositário da colecção entregue, ficando responsável pelo tratamento do referido espólio, à sua correcta conservação física, bem como à sua disponibilização e consulta.
Na cerimónia estiveram presentes os responsáveis máximos das entidades envolvidas, o Director da Faculdade, Professor Miguel Tamen, e o Presidente da Câmara Municipal de Arganil, Luís Paulo Costa. Marcaram também presença, da parte da FLUL, Elisa de Sousa, subdirectora da UNIARQ, Carlos Fabião, anterior Director da UNIARQ e quem acompanhou o processo, e José Quintã Ventura, investigador do Centro de Arqueologia e responsável pela reunião, inventário e acondicionamento do espólio doado e, do lado da autarquia, Dra. Paula Dinis, vice-presidente da autarquia, e o arqueólogo Fernando Neves.
Esta iniciativa enquadra-se numa política de doação a autarquias e museus de espólio arqueológico de colecções já estudadas e que se encontram à guarda do Centro de Arqueologia, centrada no princípio da congregação de toda informação de um sítio arqueológico num só local.
André Pereira
PEÇA DO MÊS
Vaso de cerâmica cinzenta de inspiração grega do Largo de Santa Cruz do Castelo
Proveniência: Largo de Santa Cruz do Castelo n.º 6-7 (Lisboa, Portugal)
Cronologia: Idade do Ferro (século IV/III a.C.)
Trabalhos arqueológicos: Sandra Guerra (2014)
Contexto e descrição: O exemplar selecionado para esta rubrica corresponde a um vaso de cerâmica cinzenta encontrado nas escavações de emergência do Edifício 6-7 do Largo de Santa Cruz do Castelo, na área mais elevada da colina do Castelo de São Jorge, em Lisboa. Essas intervenções, dirigidas por Sandra Guerra, permitiram documentar uma sequência bem conservada da ocupação da Idade do Ferro, cronologicamente integrada entre o século VII e o século III a.C. (Sousa e Guerra 2023).
A peça em questão foi recolhida no interior de uma pequena fossa, associada à última fase de ocupação da Idade do Ferro conservada no sítio, datada a partir da primeira metade do século IV a.C.
O carácter distintivo deste exemplar reside na clara inspiração em protótipos de cerâmica grega, mais concretamente nos krateres de sino, que são relativamente bem conhecidos na fachada centro atlântica portuguesa (Rouillard et al. 1988-1989, Ferreira 2022), inclusivamente dentro do próprio núcleo urbano de Lisboa (Arruda e Sousa 2019), durante a primeira metade do século IV a.C.
A peça encontra-se em excelente estado de conservação, apresentando um perfil quase completo, com a excepção da zona do bordo. O corpo é de formato ovalado, tendo na zona superior duas asas horizontais, claramente de influência helénica. Apenas a base, de perfil mais aplanado, não segue os parâmetros das formas gregas. O exemplar tem 26,25 cm de altura conservada e um diâmetro máximo de 32,5 cm, seguindo, grosso modo, as proporções dos protótipos originais (Sousa et al. 2023).
Comentário: A influência de protótipos de cerâmica grega no repertório artefactual da fachada central do Ocidente da Península Ibérica já tinha sido previamente identificada (Sousa e Pimenta 2017), embora inicialmente se restringisse a pequenas formas abertas, parcialmente inspiradas em kylikes ou stemmed cups.
O vaso recuperado no Largo de Santa Cruz do Castelo permite agora ampliar o elenco morfológico destas produções cinzentas regionais de inspiração helénica, que não se limitam a recipientes vocacionados para o consumo individual de líquidos, mas também a outros relacionados com a sua preparação (Sousa et al. 2023).
Estes elementos, associados a outras morfologias típicas da cerâmica cinzenta da fachada centro atlântica do território português, como é o caso dos jarros, parecem configurar um autêntico set para o consumo de líquidos, possivelmente de vinho, que é utilizado pelas comunidades da fase final da Idade do Ferro da região, e que reúne influências locais e exógenas, indiciando um complexo cenário das práticas adoptadas durante este período.
Cronologia: Idade do Ferro (século IV/III a.C.)
Trabalhos arqueológicos: Sandra Guerra (2014)
Contexto e descrição: O exemplar selecionado para esta rubrica corresponde a um vaso de cerâmica cinzenta encontrado nas escavações de emergência do Edifício 6-7 do Largo de Santa Cruz do Castelo, na área mais elevada da colina do Castelo de São Jorge, em Lisboa. Essas intervenções, dirigidas por Sandra Guerra, permitiram documentar uma sequência bem conservada da ocupação da Idade do Ferro, cronologicamente integrada entre o século VII e o século III a.C. (Sousa e Guerra 2023).
A peça em questão foi recolhida no interior de uma pequena fossa, associada à última fase de ocupação da Idade do Ferro conservada no sítio, datada a partir da primeira metade do século IV a.C.
O carácter distintivo deste exemplar reside na clara inspiração em protótipos de cerâmica grega, mais concretamente nos krateres de sino, que são relativamente bem conhecidos na fachada centro atlântica portuguesa (Rouillard et al. 1988-1989, Ferreira 2022), inclusivamente dentro do próprio núcleo urbano de Lisboa (Arruda e Sousa 2019), durante a primeira metade do século IV a.C.
A peça encontra-se em excelente estado de conservação, apresentando um perfil quase completo, com a excepção da zona do bordo. O corpo é de formato ovalado, tendo na zona superior duas asas horizontais, claramente de influência helénica. Apenas a base, de perfil mais aplanado, não segue os parâmetros das formas gregas. O exemplar tem 26,25 cm de altura conservada e um diâmetro máximo de 32,5 cm, seguindo, grosso modo, as proporções dos protótipos originais (Sousa et al. 2023).
Comentário: A influência de protótipos de cerâmica grega no repertório artefactual da fachada central do Ocidente da Península Ibérica já tinha sido previamente identificada (Sousa e Pimenta 2017), embora inicialmente se restringisse a pequenas formas abertas, parcialmente inspiradas em kylikes ou stemmed cups.
O vaso recuperado no Largo de Santa Cruz do Castelo permite agora ampliar o elenco morfológico destas produções cinzentas regionais de inspiração helénica, que não se limitam a recipientes vocacionados para o consumo individual de líquidos, mas também a outros relacionados com a sua preparação (Sousa et al. 2023).
Estes elementos, associados a outras morfologias típicas da cerâmica cinzenta da fachada centro atlântica do território português, como é o caso dos jarros, parecem configurar um autêntico set para o consumo de líquidos, possivelmente de vinho, que é utilizado pelas comunidades da fase final da Idade do Ferro da região, e que reúne influências locais e exógenas, indiciando um complexo cenário das práticas adoptadas durante este período.
Bibliografia:
Arruda, A. M. e Sousa, E. (2019) - The Greek Pottery of The Tagus Estuary. In Morais, R., Leão, D., Pérez, D. e Ferreira, D. (eds.) - Greek Art. Studies in honour of Sir John Boardman on the occasion of his 90th birthday. Oxford: Archeopress, p. 187-195.
Ferreira, D. (2022) – A cerâmica grega na fachada atlântica da Península Ibérica. Porto: Universidade.
Rouillard, P., Paixão, A. C., Villanueva-Puig, M. e Durand, J. (1988-1989) - Les vases grecs d’ Alcácer do Sal (Portugal). O Arqueólogo Português. Lisboa. Série 4, vol. 6/7, p. 43-108.
Sousa, E. e Guerra, S. (2023) – A ocupação da Idade do Ferro de Lisboa (Portugal): novos dados sobre as intervenções realizadas no Largo de Santa Cruz. Spal. Sevilha. 32-2, p. 76-114. https://dx.doi.org/10.12795/spal.2023.i32.13
Sousa, E., Guerra, S., Pimenta, J. e Paladugu, R. (2023) - Sobre a influência da cerâmica grega nas produções de cerâmica cinzenta do estuário do Tejo: um vaso emblemático encontrado nas escavações arqueológicas do Largo de Santa Cruz (Lisboa). In Arnaud, J.; Neves, C. e Martins, A. (coords.) - Arqueologia em Portugal. 2023 – Estado da questão. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, p. 549-562.
Sousa, E. e Pimenta, J. (2017) – Produções cerâmicas de inspiração grega no Vale do Baixo Tejo. In Arqueologia em Portugal. 2017 – Estado da Questão. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, p. 887-896.
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Elisa de Sousa
AGENDA
Participações em Congressos, Colóquios e Conferências
Canal "History of Science"
«Período Romano na Península Ibérica» Entrevista a Carlos Fabião 3 de Janeiro | Youtube 2024 Conference on Historical and Underwater Archaeology
«Communities of Ceramic Practices:a comparison between Southeast São Paulo, Brazil and Northern Portugal» Comunicação de Marianne Sallum, Francisco Silva Noelli, Tânia Casimiro e Mercedes Okomura 3 a 6 de Janeiro | Oakland, California, EUA Encontro "Arqueologia, Património e Autarquias"
Participação de Ana Catarina Sousa, Jacinta Bugalhão, Rui Soares, Vera Teixeira de Freitas e Victor Filipe 11 e 12 de Janeiro | Convento dos Capuchos, Almada Isto é Arqueologia! 2023-2024
Participação de Alexandre Varanda, Amílcar Guerra, Ana Catarina Sousa, Ana Godinho, Ana Margarida Arruda, Andrea Martins, Carlos Fabião, Carlos Ferreira, Catarina Costeira, César Neves, Cleia Detry, Cristina Gameiro, Daniela de Matos, Elisa de Sousa, Eduardo Méndez-Quintas, Filipa Rodrigues, Francisco B. Gomes, Javier Herrera Rando, João Pedro Cunha-RIbeiro, João Zilhão, Luca Dimuccio, Luis Gomes, Margarida Rodrigues, Mariana Diniz, Maurizio Zambaldi, Paula Nascimento, Rui Roberto de Almeida e Victor S. Gonçalves 18 de Janeiro | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa |
Conferências On-line SECAH
«Olisipo no quadro do comércio de alimentos em ânforas no ocidente peninsular» Conferência de Victor Filipe 18 de Janeiro | Online (Zoom) Ciclo de Palestras ADECAP
«Um prelúdio ao fim dos Perdigões: o registo arqueofaunístico» Conferência de Nelson J. Almeida 24 de Janeiro | Online (Zoom) Seminário Internacional "Violència, conflicte i relacions de poder al món fenopúnic: interaccions entre indígenes i colonitzadors a la Mediterrània centreoccidental"
«Conflito e violência no mundo fenício-púnico português: entre a diversidade formal e a dualidade identitária» Comunicação de Ana Margarida Arruda 24 de Janeiro | Tarragona, Espanha Congresso "De Gibraltar aos Pirenéus. Megalitismo, Vida e Morte na Fachada Atlântica Peninsular. In Memoriam João Carlos Senna-Martínez. Arqueologia, Património e Turismo"
Participação de Alexandre Varanda, Carlos Fabião, Catarina Costeira, Filipa Rodrigues, João Zilhão, José Ventura, Luis Gomes, Marco António Andrade, Mariana Diniz, Mariana Nabais, Maurizio Zambaldi, Miguel Almeida, Mónica Corga, Nelson J. Almeida, Patrícia Jordão e Telma Ribeiro. 26 e 27 de Janeiro | Lapa do Lobo, Nelas |
Publicações em Acesso Aberto no Repositório da UL
Ferreira, C., Cunha-Ribeiro, J. P., & Méndez-Quintas, E. (2023). O potencial informativo dos Large Cutting Tools: o caso de estudo da estação paleolítica do Casal do Azemel (Leiria, Portugal). In José Morais Arnaud, César Neves, & Andrea Martins (Eds.), Arqueologia em Portugal. 2023 - Estado da Questão (pp. 19-32). Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, CEAACP, CEIS20 e IA-FLUC.
hdl.handle.net/10451/61798 |
Ferreira, C., Méndez-Quintas, E., & Cunha-Ribeiro, J. P. (2024). Blank predetermination in the Iberian Acheulean. Insight from the cleaver on flake assemblage of Casal do Azemel site (Leiria, Portugal) by a Geometric Morphometric approach. Journal of Lithic Studies, 11(2) 1-33. doi: 10.2218/jls.7382
hdl.handle.net/10451/61800 |
Provas Académicas
Tese de Mestrado "Os almofarizes alto-imperiais de Monte Molião (Lagos, Portugal)"
por João David Marques Silva
1 de Fevereiro | 10h30 | Zoom/Colibri
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