Editorial
Catarina Viegas, Subdirectora da UNIARQ
Neste quase final de Verão, vivemos um mês de Agosto pleno de actividades e saudamos o início do mês de Setembro que corresponde ao princípio de um novo ano lectivo e que para muitos significa a entrada na Universidade e o começo do seu percurso enquanto estudante da licenciatura de Arqueologia da FLUL.
A todos damos as boas vindas!
Nesta newsletter reúne-se informação acerca da investigação que os professores e investigadores da UNIARQ realizam um pouco por todo o país, em diferentes campanhas de escavação. Nesta ocasião, os estudantes de Arqueologia têm a possibilidade de contactar de perto com as actividades práticas do trabalho de campo nas suas diferentes vertentes enquanto realizam a unidade curricular de Trabalho de Campo e Laboratório. Este ano realizaram-se campanhas de escavações em 26 locais distintos, incluindo-se muitas vezes também os trabalhos de Laboratório nos sítios onde os trabalhos decorreram ou com actividades especialmente concebidas tendo em vista completar a formação dos estudantes em áreas tão distintas como as colecções da Arqueologia colonial, a cerâmica romana ou a Zooarqueologia ou o Laboratório de Ciência de Dados, Inteligência Artificial e Arqueologia Contemporânea.
Além dos estudantes da licenciatura e mestrado de Arqueologia da FLUL, participam também frequentemente destas campanhas de trabalho de campo, estudantes de outras Universidades portuguesas e estrangeiras. A colaboração de autarquias locais é fundamental no apoio dado a estes trabalhos a que se juntam também por vezes outras Universidades ou de associações como a Associação Patrimonium, UDCR do Paço, e Associação de Educação Física, Cultural e Recreativa Penichense ou ainda da Associação Paleoalmonda, ou ainda da ONG guineense AD-Acção para o Desenvolvimento, da Associação Batoto Yetu Portugal, da DJASS-Associação de Afrodescendentes, e da Associação de Defesa do Património de Alcácer do Sal.
Nesta newsletter, podemos ainda ficar a conhecer alguns destes trabalhos – à semelhança do que temos vindo a dar a conhecer nos meses anteriores - como os que se realizaram no sítio pré-histórico do Abrigo da Senhora das Lapas, um abrigo sob rocha do vale do Rio Nabão (sob coordenação de Alexandre Varanda, Luis Gomes, João Zilhão e Filipa Rodrigues); assim como os trabalhos de mais uma campanha de escavações na Gruta do Aderno (Almonda, Torres Novas), sob direcção de Henrique Matias e João Zilhão. Assinalam-se igualmente novas campanhas Trabalhos Arqueológicos na Orca 1 dos Troviscos, Oliveira do Conde, Viseu e na Orca da Lapa do Lobo, Nelas, Viseu (sob direcção de José Ventura) e no Monumento da Víbora (Carregal do Sal) (sob coordenação de Telma Ribeiro).
Retomou-se a escavação no povoado do Paço, enquadrado nas actividades de investigação do projecto de doutoramento de Luís Rendeiro, que tem como objectivo o estudo das estratégias de ocupação antrópica, entre o 6º e o 3º milénio a.n.e. na área do concelho de Peniche.
No Monte Molião, realizou-se uma nova campanha de escavações (após uma interrupção de três anos). Os trabalhos (sob direcção de Ana Margarida Arruda, Elisa Sousa e Margarida Rodrigues) integram-se integram-se no projecto de investigação Monte Molião na Antiguidade IV, resultante do Protocolo de colaboração entre a C. M. de Lagos e a UNIARQ/FLUL. Tal como habitualmente, a escavação teve o seu Dia Aberto com visitas ao sítio de mais de 50 participantes.
Os trabalhos de investigação da UNIARQ têm vindo a desenvolver-se também através de novas linhas de estudo de distintos âmbitos cronológicos. Assim, no quadro do projecto FCT ECOFREEDOM - Ecologias da Liberdade: Materialidades da Escravidão e Pós-emancipação no Mundo Atlântico, realizaram-se trabalhos de campo em Alcácer do Sal (dirigidos por Rui Gomes Coelho e Sara Simões), no Monte de Vale de Lachique, localizado junto a São Romão do Sado.
Como exemplo da internacionalização da UNIARQ damos ainda nota da participação da equipa do projecto Be Archaeo à Grécia que teve como objectivo “analisar e investigar as escolhas e práticas metodológicas relativas à construção e apresentação das narrativas sobre o Passado, quer Recente quer Antigo, nos seus vários contextos”, como como relata Rafael Lima.
Por fim, destaca-se ainda a experiência do trabalho de campo de dois estudantes de Arqueologia da FLUL, integrados numa equipa da Univerdidad de Castilla-La-Mancha que tiveram a oportunidade de participar nas escavações do sítio da Idade do Bronze localizado na vila de Daimiel, na província de Ciudad Real (sob a direcção de David Rodríguez González).
A todos damos as boas vindas!
Nesta newsletter reúne-se informação acerca da investigação que os professores e investigadores da UNIARQ realizam um pouco por todo o país, em diferentes campanhas de escavação. Nesta ocasião, os estudantes de Arqueologia têm a possibilidade de contactar de perto com as actividades práticas do trabalho de campo nas suas diferentes vertentes enquanto realizam a unidade curricular de Trabalho de Campo e Laboratório. Este ano realizaram-se campanhas de escavações em 26 locais distintos, incluindo-se muitas vezes também os trabalhos de Laboratório nos sítios onde os trabalhos decorreram ou com actividades especialmente concebidas tendo em vista completar a formação dos estudantes em áreas tão distintas como as colecções da Arqueologia colonial, a cerâmica romana ou a Zooarqueologia ou o Laboratório de Ciência de Dados, Inteligência Artificial e Arqueologia Contemporânea.
Além dos estudantes da licenciatura e mestrado de Arqueologia da FLUL, participam também frequentemente destas campanhas de trabalho de campo, estudantes de outras Universidades portuguesas e estrangeiras. A colaboração de autarquias locais é fundamental no apoio dado a estes trabalhos a que se juntam também por vezes outras Universidades ou de associações como a Associação Patrimonium, UDCR do Paço, e Associação de Educação Física, Cultural e Recreativa Penichense ou ainda da Associação Paleoalmonda, ou ainda da ONG guineense AD-Acção para o Desenvolvimento, da Associação Batoto Yetu Portugal, da DJASS-Associação de Afrodescendentes, e da Associação de Defesa do Património de Alcácer do Sal.
Nesta newsletter, podemos ainda ficar a conhecer alguns destes trabalhos – à semelhança do que temos vindo a dar a conhecer nos meses anteriores - como os que se realizaram no sítio pré-histórico do Abrigo da Senhora das Lapas, um abrigo sob rocha do vale do Rio Nabão (sob coordenação de Alexandre Varanda, Luis Gomes, João Zilhão e Filipa Rodrigues); assim como os trabalhos de mais uma campanha de escavações na Gruta do Aderno (Almonda, Torres Novas), sob direcção de Henrique Matias e João Zilhão. Assinalam-se igualmente novas campanhas Trabalhos Arqueológicos na Orca 1 dos Troviscos, Oliveira do Conde, Viseu e na Orca da Lapa do Lobo, Nelas, Viseu (sob direcção de José Ventura) e no Monumento da Víbora (Carregal do Sal) (sob coordenação de Telma Ribeiro).
Retomou-se a escavação no povoado do Paço, enquadrado nas actividades de investigação do projecto de doutoramento de Luís Rendeiro, que tem como objectivo o estudo das estratégias de ocupação antrópica, entre o 6º e o 3º milénio a.n.e. na área do concelho de Peniche.
No Monte Molião, realizou-se uma nova campanha de escavações (após uma interrupção de três anos). Os trabalhos (sob direcção de Ana Margarida Arruda, Elisa Sousa e Margarida Rodrigues) integram-se integram-se no projecto de investigação Monte Molião na Antiguidade IV, resultante do Protocolo de colaboração entre a C. M. de Lagos e a UNIARQ/FLUL. Tal como habitualmente, a escavação teve o seu Dia Aberto com visitas ao sítio de mais de 50 participantes.
Os trabalhos de investigação da UNIARQ têm vindo a desenvolver-se também através de novas linhas de estudo de distintos âmbitos cronológicos. Assim, no quadro do projecto FCT ECOFREEDOM - Ecologias da Liberdade: Materialidades da Escravidão e Pós-emancipação no Mundo Atlântico, realizaram-se trabalhos de campo em Alcácer do Sal (dirigidos por Rui Gomes Coelho e Sara Simões), no Monte de Vale de Lachique, localizado junto a São Romão do Sado.
Como exemplo da internacionalização da UNIARQ damos ainda nota da participação da equipa do projecto Be Archaeo à Grécia que teve como objectivo “analisar e investigar as escolhas e práticas metodológicas relativas à construção e apresentação das narrativas sobre o Passado, quer Recente quer Antigo, nos seus vários contextos”, como como relata Rafael Lima.
Por fim, destaca-se ainda a experiência do trabalho de campo de dois estudantes de Arqueologia da FLUL, integrados numa equipa da Univerdidad de Castilla-La-Mancha que tiveram a oportunidade de participar nas escavações do sítio da Idade do Bronze localizado na vila de Daimiel, na província de Ciudad Real (sob a direcção de David Rodríguez González).
NOTÍCIAS
Das monumentalidades da Grécia às (in)visibilidades da Arqueologia
No âmbito do Projecto Be-Archaeo (Marie Sklodowska-Curie grant agreement nº 823826) realizou-se entre 15 de Junho e 15 de Julho a visita de membros deste projecto à Grécia. Pretendeu-se observar, analisar e investigar as escolhas e práticas metodológicas relativas à construção e apresentação das narrativas sobre o Passado, quer Recente quer Antigo, nos seus vários contextos.
Visitar a Grécia é ficar maravilhado com a arquitectura e o passado recente que engradece e se dissemina pela paisagem deste país. A cultura helénica, uma das bases da actual cultura ocidental, atinge o seu auge justamente na Grécia de onde provém e se expande inicialmente pela restante Europa, Ásia e África. Olha-se ao longe, do palácio de Phaistós, uma montanha que o guia local afirma ser a inspiração para o culto que a civilização minóica prestava aos touros (facto ou ficção, admita-se que o alto da montanha é sugestivo de alguma semelhança taurina); do alto da Acrópole de Atenas vê-se a cidade inteira, os seus templos – gregos, romanos, cristãos e os da modernidade: os centros comerciais; do cume das Metéora perdemo-nos na beleza infindável da geologia local e do complexo de mosteiros que se ergue em cada rochedo, verdadeiro refúgio ermitérico à vida febril da então (e, perdoe-se o pleonasmo, actual) actualidade. Mas, neste passado recente, ladeado por altas colunas que erguem os inúmeros templos a Apolo, deus do Sol, fica uma ausência incómoda na paisagem. Uma ausência de algo que só muito raramente surge em museus (refira-se inclusivamente o Museu Nacional de Arqueologia em Atenas, onde não está presente) e quase invisível nos vários trajectos que pudemos realizar. A ausência de uma história, que não a recente, uma pré-história que abarca o que denominamos de Paleolítico e Mesolítico. |
Terá a Pré-história Antiga ficado submergida como a mítica Atlântida de Platão e como a lingueta de terra que desde o último máximo glaciar tem vindo a ser lentamente submersa formando o arquipélago das Cíclades? Deve-se a alterações na paisagem, fruto das alterações geológicas, climáticas e ambientais observadas ao longo do Quaternário? Ou é, pelo contrário, uma “não-preocupação” para a Arqueologia grega que, vendo-se a mãos com um universo artístico, histórico e sem esquecer o turístico, não consegue (ou não quer) preocupar-se com o seu passado antigo, este talvez menos artístico, menos evidente na paisagem, possivelmente com menor potencial turístico, mas não menos interessante e importante para a compreensão do nosso passado comum.
Afinal, não esqueçamos que a Grécia é um dos pontos de entrada quer da Ásia quer de África para a Europa, quer por via terrestre quer marítima, quer actualmente (vejam-se as vagas de migrantes que anualmente acodem à península grega) quer, certamente, num passado longínquo, mais que não seja pela sua proximidade e pelas inúmeras ilhas que permitiriam a entrada de novas populações e culturas a uma nova massa continental. As (in)visibilidades da Arqueologia grega, para quem vê, não podiam ser mais evidentes. |
Rafael Lima
Alunos de Arqueologia da Faculdade de Letras de Lisboa no sítio arqueológico de Motilla del Azuer (Espanha)

Dois alunos da Licenciatura em Arqueologia da Universidade de Lisboa participaram nas escavações arqueológicas deste sítio paradigmático da Idade do Bronze Peninsular (2200 - 1350 a.C.) situado na vila de Daimiel, província de Ciudad Real.
Graças ao esforço de Elisa de Sousa e Ana Margarida Arruda, os alunos Laura Miranda Brilhante e Tomás Ferreira Dos Santos Bioucas participaram, juntamente com outros dez voluntários, no trabalho de investigação da responsabilidade da Universidade de Castilla-La Mancha (Espanha) e do serviço de Património do Município de Daimiel. Nestas quase três semanas de intenso trabalho, e também de intenso calor no mês de agosto, os objetivos traçados pelos responsáveis do projeto foram finalmente alcançados, tendo posto a descoberto interessantes estruturas na zona de habitat destas populações, bem como três enterramentos em boas condições de preservação.
A aventura arqueológica e académica de Laura e Tomás pode continuar na próxima campanha de 2024, pois tanto a equipa de investigação da UNIARQ, bem como a Área de Pré-história da Universidade de Castilla-La Mancha manterão sua colaboração e, assim, Motilla del Azuer poderá receber novos alunos da Universidade de Lisboa no próximo ano.
A direção do sítio arqueológico acredita que os alunos lisboetas têm demonstrado grande profissionalismo e têm sido parte fundamental do grupo de voluntários e, por isso, quer aumentar o número de vagas oferecidas para o próximo ano.
Graças ao esforço de Elisa de Sousa e Ana Margarida Arruda, os alunos Laura Miranda Brilhante e Tomás Ferreira Dos Santos Bioucas participaram, juntamente com outros dez voluntários, no trabalho de investigação da responsabilidade da Universidade de Castilla-La Mancha (Espanha) e do serviço de Património do Município de Daimiel. Nestas quase três semanas de intenso trabalho, e também de intenso calor no mês de agosto, os objetivos traçados pelos responsáveis do projeto foram finalmente alcançados, tendo posto a descoberto interessantes estruturas na zona de habitat destas populações, bem como três enterramentos em boas condições de preservação.
A aventura arqueológica e académica de Laura e Tomás pode continuar na próxima campanha de 2024, pois tanto a equipa de investigação da UNIARQ, bem como a Área de Pré-história da Universidade de Castilla-La Mancha manterão sua colaboração e, assim, Motilla del Azuer poderá receber novos alunos da Universidade de Lisboa no próximo ano.
A direção do sítio arqueológico acredita que os alunos lisboetas têm demonstrado grande profissionalismo e têm sido parte fundamental do grupo de voluntários e, por isso, quer aumentar o número de vagas oferecidas para o próximo ano.
David Rodríguez González
INVESTIGAÇÃO NA UNIARQ
ESPECIAL CAMPANHAS DE VERÃO 2023
Iniciaram-se, no passado Maio, as campanhas de investigação de campo e de laboratório dos investigadores da UNIARQ, que se prolongarão até ao mês de Setembro.
CAMPO:
1. Orca do Pisão (Nelas). Bronze Final. Projecto NeoMEGA2: Neolitização e Megalitismo da Plataforma do Mondego. José Quintã Ventura e Luís Laceiras;
2. Orca da Lapa do Lobo (Nelas). Neolítico. Projecto NeoMEGA2: Neolitização e Megalitismo da Plataforma do Mondego. José Quintã Ventura e Luís Laceiras;
3. Monumento da Víbora (Carregal do Sal). Bronze Final. Projecto NeoMEGA2: Neolitização e Megalitismo da Plataforma do Mondego. José Quintã Ventura e Telma O. Ribeiro;
4. Orca 1 de Troviscos (Carregal do Sal). Neolítico Final e Bronze Antigo. Projecto NeoMEGA2: Neolitização e Megalitismo da Plataforma do Mondego. José Quintã Ventura e Telma O. Ribeiro;
5. Abrigo da Gruta da Buraca da Moira (Leiria). Gravetense a Calcolítico. Projecto EcoPLis - Ecónonos Plistocénicos na Bacia do Rio Lis. Telmo Pereira;
6. Abrigo da Senhora das Lapas (Tomar). Projecto ARQEVO: Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica. Alexandre Varanda, Luis Gomes, João Zilhão e Filipa Rodrigues;
7. Gruta do Caldeirão (Tomar). Paleolítico Médio/Superior. Projecto ARQEVO: Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica. Luis Gomes, João Zilhão e Alexandre Varanda;
8. Gruta do Aderno (Torres Novas). Paleolítico Inferior. Projecto Arqueologia e evolução dos primeiros humanos na fachada atlântica da Península Ibérica (ARQEVO 2). Henrique Matias e João Zilhão;
9. Villa Cardílio (Torres Novas). Romano (I-IV/V d.C.). Projecto Villa Cardílio: a romanização da bacia hidrográfica do Almonda. Victor Filipe;
10. Fortim do Baleal 1 (Peniche). Neolítico antigo. Projecto Espaço e Tempo. Paleoambiente e Povoamento do 6º ao 3º milénio a.n.e na região de Peniche. Luis Rendeiro;
11. Povoado pré-histórico do Paço (Lourinhã / Peniche). Calcolítico. Projecto Espaço e Tempo. Paleoambiente e Povoamento do 6º ao 3º milénio a.n.e na região de Peniche. Luis Rendeiro;
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12. Grutas nas Cesaredas (Peniche, Lourinhã e Bombarral). Neo-Calcolítico. Projecto O "Megalitismo de gruta" na Estremadura. As práticas funerárias do 4º e 3º milénios a.n.e (2021.07362.BD). Daniel van Calker
13. Vila Nova de São Pedro (Azambuja). Calcolítico. Projecto Vila Nova de São Pedro (VNSP3000). Mariana Diniz, Andrea Martins e César Neves;
14. Cidade Romana de Ammaia (Marvão). Romano e Antiguidade Tardia. Projecto Cidade Romana de Ammaia. Escavação no anfiteatro no âmbito do Projecto de colaboração da Uniarq com o Museo Nacional de Arte Romano (Mérida), financiado pela Fundação “La Caixa”, no âmbito do programa Promove / Regiões Transfronteiriças. Carlos Fabião e Amílcar Guerra;
15. Estremadura Portuguesa. Neo-Calcolítico. Projecto IberAmber: Âmbar local e redes de troca na pré-história da Península Ibérica: caracterização das fontes portuguesas como um caso de estudo global (2022.09207.PTDC). Carlos Odriozola, Ana Catarina Sousa e João Duarte;
16. Tapada de Mafra. Vários. Projecto PATM: Paisagens Antigas da Tapada de Mafra. Ana Catarina Sousa e Marta Miranda
17. Castelo / Paço (Arruda dos Vinhos). Calcolítico, Idade do Ferro, Romano e Idade Contemporânea. Projecto CASTELO. Ana Catarina Sousa e Jorge Lopes;
18. Barranco do Farinheiro (Coruche). Calcolítico e Idade do Bronze. Projecto ANSOR: Antropização do Vale do Sorraia. Victor S. Gonçalves e Ana Catarina Sousa;
19. Alto da Vigia (Sintra). Projecto de Valorização do sítio arqueológico do Alto da Vigia. Romano e Islâmico. Alexandre Gonçalves;
20. Quinta do Almaraz (Almada). Idade do Ferro (VII - V a.C.). Projecto In.QA - Quinta do Almaraz: sociedade, economia e quotidianos durante o 1º milénio a.n.e. Ana Olaio;
21. Megalitismo de Évora. Neo-Calcolítico. Projecto O «território megalítico» de Évora: para uma filosofia da Paisagem e das Arquitecturas (2022.13053.BD). Frederico Agosto
22. São Romão do Sado (Alcácer do Sal). Moderno e Contemporâneo. Projecto ECOFREEDOM: Ecologias da Liberdade: Materialidades da Escravidão e Pós-emancipação no Mundo Atlântico (PTDC/HAR-ARQ/4540/2021). Rui Gomes Coelho;
23. Monte Molião (Lagos). Idade do Ferro e Época Romana (s. IV a.C. a II d.C.) . Projecto Monte Molião na Antiguidade IV (MOLA IV). Ana Margarida Arruda, Elisa de Sousa e Margarida Rodrigues.
LABORATÓRIO:
5. Abrigo da Gruta da Buraca da Moira (Leiria). Gravetense a Calcolítico. Projecto EcoPLis - Ecónonos Plistocénicos na Bacia do Rio Lis. Telmo Pereira;
6. Abrigo da Senhora das Lapas (Tomar). Projecto ARQEVO: Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica. Alexandre Varanda, Luis Gomes, João Zilhão e Filipa Rodrigues;
7. Gruta do Caldeirão (Tomar). Paleolítico Médio/Superior. Projecto ARQEVO: Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica. Luis Gomes, João Zilhão e Alexandre Varanda;
8. Gruta do Aderno (Torres Novas). Paleolítico Inferior. Projecto Arqueologia e evolução dos primeiros humanos na fachada atlântica da Península Ibérica (ARQEVO 2). Henrique Matias e João Zilhão;
9. Villa Cardílio (Torres Novas). Romano (I-IV/V d.C.). Projecto Villa Cardílio: a romanização da bacia hidrográfica do Almonda. Victor Filipe;
13. Vila Nova de São Pedro (Azambuja). Calcolítico. Projecto Vila Nova de São Pedro (VNSP3000). Mariana Diniz, Andrea Martins e César Neves;
24. Laboratório das Colecções da Arqueologia Colonial Portuguesa / FLUL. Paleolítico. Projecto Colecções da Arqueologia Colonial Portuguesa. João Pedro Cunha-Ribeiro e Paula Nascimento;
25. Laboratório Cerâmica Romana de Ammaia - Zooarqueologia / FLUL. Romano. Projecto CIdade romana de Ammaia. Carlos Fabião, Catarina Viegas e Cleia Detry;
26. Laboratório de Ciência de Dados, Inteligência Artificial e Arqueologia Contemporânea / FLUL. Vários. Projecto TALOS (2020.08612.BD). Daniel Carvalho.
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Gruta do Aderno (Almonda, Torres Novas)
A 4ª campanha de escavação na Gruta do Aderno, localizada no Sistema Cársico da Nascente do rio Almonda (Torres Novas), realizou-se entre os dias 19 de Junho e 15 de Julho de 2023, num total de 4 semanas de trabalho de campo e laboratório. Os trabalhos foram dirigidos por Henrique Matias e João Zilhão, tendo contado com a participação do Paleoantropólogo John Willman (Universidade de Coimbra) e do Paleontólogo Darío Estraviz López (FCT-NOVA/Museu da Lourinhã) assim como de estudantes das licenciaturas em Arqueologia das Universidades de Lisboa e de Coimbra.
Os trabalhos incidiram na área iniciada durante a campanha de 2022, com cerca de 5m2, por forma a atingir a base da cavidade e avaliar o potencial arqueológico dos níveis inferiores da gruta para planear as futuras campanhas; assim como proceder a uma melhor caracterização do depósito sedimentar crioclástico que vem sendo escavado muito rico em artefactos e restos de fauna e que nesta área se encontra pouco ou nada brechificado.
Durante a campanha foi atingida a base do referido nível crioclástico, que se localiza sob o espesso manto crioclástico que cobre este depósito sedimentar com mais de 400 mil anos e permitiu a recolha de uma colecção de macrofauna pleistocénica muito bem conservada, entre a qual se identificou numerosos restos de cavalo, rinoceronte, cervídeos e auroque. A indústria lítica apresenta características idênticas à que foi identificada nos níveis imediatamente acima – indústria acheulense composta por debitagem discóide, bifaces, raspadores, entalhes e denticulados.
Foi ainda identificada uma abertura na parede da gruta, cuja circulação de ar e comprimento superior a 5m indica que nos encontramos próximos do prolongamento da gruta para o interior das Galerias Leves e assim permitir-nos-á escavar uma extensa área de depósitos sedimentares mais antigos que prevemos que possam contribuir para o conhecimento destas cronologias remotas da história da humanidade e dos ecossistemas da região entre a planície do rio Tejo e o Maciço Calcário Estremenho. |
Esta campanha não teria sido possível sem os apoios logísticos e financeiros da Câmara Municipal de Torres Novas, da STEA (Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia), da PALEOALMONDA, Associação de Estudos Científicos e da Renova - Fábrica de Papel do Almonda, SA.
Henrique Matias
O povoado pré-histórico do Paço (Peniche/Lourinhã) – Campanha arqueológica 2023
O sítio arqueológico do povoado do Paço recebeu, no último mês de julho, a 3ª campanha arqueológica, realizada no âmbito do projeto de doutoramento Espaço e Tempo. Paleoambiente e Povoamento do 6º ao 3º milénio a.n.e na região de Peniche - FCT 2020.06242BD, inserido no Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ) e Centro de Estudos Geográficos do IGOT (CEG), e que pretende realizar o estudo das estratégias de ocupação antrópica, entre o 6º e o 3º milénio a.n.e. na área do concelho de Peniche. Estas campanhas arqueológicas, que contabilizam, desde 2021, três campanhas de verão, receberam alunos de várias Universidades nacionais e internacionais, entre as quais alunos da Universidade e Lisboa, Porto, Évora e Algarve, assim como das Universidades de Madrid, Nantes e Rennes, contando ainda com o apoio imprescindível das instituições locais, como o Município de Peniche e o Município da Lourinhã, juntas de Freguesia da Atouguia da Baleia e São Bartolomeu e Moledo, Associação Patrimonium, UDCR do Paço, e Associação de Educação Física, Cultural e Recreativa Penichense.
Esta campanha de 2023 teve como principais objetivos finalizar a sondagem 3 junto ao aglomerado pétreo identificado e cuja escavação tinha sido iniciada o ano passado, na qual foi identificada um conjunto disposto de forma semicircular onde, quer na face interna, quer na face externa, foram recolhidos várias cerâmicas de decoração tipo “folha de acácia”, indústria lítica em sílex (lâminas, lamelas, núcleos e lascas), pedra afeiçoada e polida. |
Foi realizada ainda uma outra sondagem junto ao alinhamento pétreo identificado a Este da área arqueológica (sondagem 4), com o intuito de perceber o seu carácter antrópico ou natural. Foram igualmente identificados materiais coevos com os recolhidos em todas as sondagens realizadas até então neste sítio arqueológico sem, contudo, ser percetível o seu carácter de construção antrópica.
Em suma, uma vez mais, os materiais recuperados indicam as cronologias dentro do 3º milénio a.n.e, confirmando que o Paço usufruiu de diversas influências da área estremenha, tal como de ligações a áreas exógena, e sugerindo o povoado pré-histórico do Paço como parte integrante das dinâmicas calcolíticas da região oeste. Este ano, à semelhança dos outros anos anteriores, contámos com um dia aberto, onde recebemos visitantes da povoação do Paço, e arredores. Realizámos ainda a apresentação pública dos resultados do ano passado, assim como os inícios dos trabalhos deste ano de 2023, junto da população local, que sempre se mostrou bastante sensibilizada quanto ao estudo e salvaguarda daquele local arqueológico. |
Luis Rendeiro
Campanha arqueológica em Monte Molião, Lagos (2023)
Após um período de interrupção de três anos foi possível finalmente retomar os trabalhos de escavação no sítio de Monte Molião, em Lagos. A campanha teve início a 17 de Julho, prolongando-se até 25 de Agosto, num total de seis semanas.
Esta importante estação algarvia apresenta uma longa diacronia de ocupação, que se inicia durante a Idade do Ferro, mais concretamente na segunda metade do século IV a.C. e se estende até ao século II d.C., para além de algumas frequentações episódicas posteriores. Os trabalhos integram-se no projecto de investigação Monte Molião na Antiguidade IV, financiados integralmente pela Câmara Municipal de Lagos, tendo sido dirigidos por Ana Margarida Arruda, Elisa de Sousa e Margarida Rodrigues. Incidiram na área designada de Sector A, onde campanhas anteriores permitiram colocar a descoberto vários edifícios de época romana republicana e imperial. A escavação de 2023 incidiu em três áreas específicas localizadas no interior desses espaços: os compartimentos 12, 13 e 17-B. Nos dois primeiros foi possível obter uma sequência estratigráfica que se estende desde finais do século II até meados do século I a.C. No último, foi possível registar vários níveis de ocupação primária dos finais do século II a.C., assim como aflorar os estratos pré-romanos. Os trabalhos permitiram compreender de forma mais detalhada vários aspectos da arquitectura e técnicas construtivas das distintas fases cronológicas e a respectiva caracterização em termos materiais. |
Nos trabalhos de campo participaram 17 alunos da licenciatura e mestrado em Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa: Alexandre Fontinha, Ana Ferreira, António Almeida, Beatriz Blanquet, Cláudia Neves, Francisco Dias, João Monte, João Poiares, João Rosmarinho, Lívia Spinacé, Maria Vitória Araújo, Mariana Pinto, Miguel Caldeira, Petra Pinto, Samara Dulce Menezes, Sofia Uzcategui e Tomás Bioucas. Obrigada a todos pelo vosso esforço e dedicação.
Contámos ainda com a colaboração de Paula Campos, do serviço de conservação e restauro da Câmara Municipal de Lagos, na consolidação e de diversos artefactos e vestígios arquitectónicos, assim como com o apoio imprescindível das arqueólogas municipais, Elena Morán e Catarina Alves. No final da campanha realizou-se mais um Dia Aberto ao público interessado em conhecer o desenvolvimento dos trabalhos no local, um evento que tem sido realizado com regularidade desde o início das escavações em Monte Molião, em 2006. Na sessão deste ano contámos com cerca de 50 visitantes de distintas nacionalidades. |
Elisa de Sousa
Abrigo da Senhora das Lapas (Tomar)
O sítio arqueológico do Abrigo da Senhora das Lapas consiste num sítio pré-histórico em abrigo sob rocha localizado no vale do Rio Nabão, a poucas centenas de metros da capela da Senhora das Lapas, na União de Freguesias de Além da Ribeira e Pedreira, concelho de Tomar.
A identificação do sítio ocorreu em Outubro de 2021 quando membros da equipa do projecto ARQEVO, à data a desenvolver trabalhos na Gruta do Caldeirão (CNS 1315), se deslocaram ao vale onde se localiza o complexo da Capela da Nossa Senhora das Lapas. No talude da estrada de acesso ao complexo a equipa identificou materiais líticos e pequenos fragmentos de fauna associados a um depósito de abrigo parcialmente exposto pela abertura da estrada. No Verão de 2022 iniciaram-se os primeiros trabalhos de escavação no sítio, consistindo numa sondagem que confirmou a existência de níveis arqueológicos com uma abundante indústria lítica associada a restos osteológicos de faunas, assim como alguns elementos de adornos. Ao longo dos meses de Julho e Agosto de 2023 continuaram os trabalhos de escavação no abrigo da Senhora das Lapas, foi alargada a area de escavação nas camadas Magdalenenses (Paleolítico Superior) o que permitiu o aumento da amostragem de materiais arqueológicos. |
Os trabalhos arqueológicos no Abrigo da Senhora das Lapas contaram com a participação dos alunos da Licenciatura em Arqueologia, da Faculdade de Letras de Lisboa, no âmbito da cadeira Trabalho de Campo e Laboratório, e de membros da associação Paleoalmonda.
Alexandre Varanda
Trabalhos Arqueológicos na Orca 1 dos Troviscos, Oliveira do Conde, Carregal do Sal, Viseu
Realizaram-se, entre 31 de julho e 12 de agosto, trabalhos arqueológicos neste monumento megalítico, integrados no 8.º Campo Arqueológico de Carregal do Sal, patrocinados pela Câmara Municipal de Carregal do Sal, Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ) e Universidade de Bournemouth, sob a responsabilidade de José Ventura, tendo participado diversos alunos universitários integrados na Disciplina de Trabalho de Campo e de Laboratório.
Apesar das limitações de tempo e de recursos, foi possível reconhecer parte da estrutura da câmara megalítica e eventualmente um corredor intra-tumular, bem como identificar diversos esteios com vestígios de pintura, situação que é inédita nos monumentos do concelho. Paralelamente, uma equipa da Universidade de Bournemouth, dirigida por Fábio Silva e Sarah Elliott, procedeu a recolhas de amostras botânicas em diversos sítios do concelho, ações integradas numa das etapas do projeto de investigação internacional que pretende reconstituir o coberto vegetal das comunidades pré-históricas, construtoras e utilizadoras dos monumentos megalíticos do concelho. |
José Ventura
Monumento da Víbora (Carregal do Sal): 3.ª campanha de escavações

Entre 24 de julho e 12 de agosto de 2023 decorreram trabalhos arqueológicos no Monumento da Víbora, localizado na freguesia de Oliveira do Conde, concelho de Carregal do Sal e distrito de Viseu, no âmbito do "Projecto NeoMEGA – Antigas Sociedades Camponesas e Megalitismo na Plataforma do Mondego: Investigação, Recuperação, Integração e Valorização Patrimonial", em articulação com a UNIARQ e com o apoio da Câmara Municipal de Carregal do Sal e do Departamento de Arqueologia e Antropologia da Universidade de Bournemouth (Reino-Unido).
Trata-se de um monumento de planta sub-circular com cerca de 7 metros de diâmetro, constituído por um montículo de blocos de granito e de terra, com uma visível depressão central, como é típico dos monumentos funerários da Idade do Bronze da região. Após 4 anos de interregno, nesta 3ª campanha de escavações procedeu-se à continuação da escavação do centro do monumento que demonstrou estar extremamente revolvido, com várias evidências de violação e não tendo sido ainda possível definir algum tipo de estrutura de deposição funerária. Realizou-se também a desmontagem da estrutura do monumento em duas sanjas, tornando possível uma melhor compreensão da sua construção, apesar de também aqui se terem verificado derrubes e áreas destruídas por maquinaria. Ainda assim, nestas sanjas foram identificadas algumas estruturas negativas, umas escavadas no próprio geológico e outras inseridas na própria mamoa que sugerem o uso de postes ou menires para tornar o monumento visível na paisagem. A poucos metros do monumento foi identificada uma possível estela/menir, tendo-se realizado também uma sondagem para o seu levantamento.
Trata-se de um monumento de planta sub-circular com cerca de 7 metros de diâmetro, constituído por um montículo de blocos de granito e de terra, com uma visível depressão central, como é típico dos monumentos funerários da Idade do Bronze da região. Após 4 anos de interregno, nesta 3ª campanha de escavações procedeu-se à continuação da escavação do centro do monumento que demonstrou estar extremamente revolvido, com várias evidências de violação e não tendo sido ainda possível definir algum tipo de estrutura de deposição funerária. Realizou-se também a desmontagem da estrutura do monumento em duas sanjas, tornando possível uma melhor compreensão da sua construção, apesar de também aqui se terem verificado derrubes e áreas destruídas por maquinaria. Ainda assim, nestas sanjas foram identificadas algumas estruturas negativas, umas escavadas no próprio geológico e outras inseridas na própria mamoa que sugerem o uso de postes ou menires para tornar o monumento visível na paisagem. A poucos metros do monumento foi identificada uma possível estela/menir, tendo-se realizado também uma sondagem para o seu levantamento.
Esta campanha foi novamente dirigida por Telma Ribeiro e contou com a participação de alunos de Arqueologia da FLUL e da Universidade de Bournemouth e contou ainda com uma equipa, dirigida por Fábio Silva, desta mesma instituição britânica que procedeu à recolha de amostras botânicas e sedimentares e também ao levantamento topográfico e tridimensional deste e outros monumentos inseridos no projecto, que serão indispensáveis para a compreensão destes sítios e da forma como se integram no seu meio-ambiente.
Telma Ribeiro
Trabalhos Arqueológicos na Orca da Lapa do Lobo, Nelas, Viseu
Realizaram-se entre 14 a 25 de agosto, trabalhos arqueológicos integrados no 24.º Campo Arqueológico de Nelas, apoiados pela Câmara Municipal de Nelas, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Canas de Senhorim e Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ).
Os trabalhos desenvolveram-se na Orca da Lapa do Lobo, sob a responsabilidade de José Ventura e Luís Laceiras, tendo participado diversos alunos universitários nacionais e estrangeiros integrados na Disciplina de Trabalho de Campo e de Laboratório. À semelhança do que ocorreu na última intervenção, em 2019, foi possível identificar diversos esteios com vestígios de pintura, bem como reconhecer parte da estrutura da câmara megalítica e eventualmente um corredor intra-tumular. Tal como ocorreu no concelho de Carregal do Sal, procedeu-se a recolhas de amostras botânicas em diversos sítios do concelho de Nelas, pela equipa da Universidade de Bournemouth, de modo, a que se possa reconstituir o coberto vegetal das comunidades pré-históricas, construtoras e utilizadoras dos monumentos megalíticos do concelho. |
José Ventura
Ecofreedom no Alentejo
Neste passado mês de Agosto, no âmbito do projecto ECOFREEDOM - Ecologias da Liberdade: Materialidades da Escravidão e Pós-emancipação no Mundo Atlântico, fomos até ao Alentejo. No Monte de Vale de Lachique, localizado junto a São Romão do Sado, Alcácer do Sal, aldeia para onde, a partir do século XV, foram transportados trabalhadores escravizados desde a África Ocidental, levámos a cabo mais uma campanha de trabalhos arqueológicos.
Uma equipa internacional, dirigida por Rui Gomes Coelho e Sara Simões, contou com a participação de arqueólogas e estudantes provenientes da Colômbia, Brasil, Reino Unido, Rússia e China. O Projecto ECOFREEDOM é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e conta com a colaboração da ONG guineense AD-Acção para o Desenvolvimento, da Associação Batoto Yetu Portugal, da DJASS-Associação de Afrodescendentes, da Câmara Municipal de Alcácer do Sal e da Associação de Defesa do Património de Alcácer do Sal. Os trabalhos de escavação, de prospecção arqueológica e de recolha de memórias junto das comunidades locais, procuraram conhecer melhor a complexa malha cultural alentejana e os efeitos sócio-ambientais do colonialismo e da escravidão no Vale do Sado, a contribuição das comunidades negras escravizadas e de origem africana na cultura do arroz e para a cultura alentejana. A escavação foi abençoada durante uma cerimónia de homenagem às vítimas da escravatura e em reconhecimento dos ancestrais africanos e suas contribuições para a cultura alentejana. A cerimónia juntou cerca de 100 pessoas no monte do Vale de Lachique e contou com a participação do Grupo Coral Feminino “Paz e Unidade” de Alcáçovas, assim como dos músicos Ebrima Mbye, Gueladjo Sané e Cachupa Psicadélica. |
Sara Simões
PEÇA DO MÊS
Foliáceo ovóide (ORAMI 417/2003, U.E.31)

Proveniência: Orca do Pinhal dos Amiais (Nelas, Viseu).
Cronologia: Neolítico final (3600 a 3000 cal BC).
Direção dos trabalhos: Intervenção de 2003, direção de José Manuel Quintã Ventura, com colaboração de Hélder Carvalho.
Descrição: Artefacto foliáceo tipo lâmina ovoide, em sílex, com retoque bifacial, invasivo, irregular na fase de conformação da peça, com acabamento de gumes por retoques rasantes, sub-paralelos. Comprimento de 85,87mm, largura de 52,58mm e espessura de 13,94mm.
A sua representação gráfica é bastante semelhante às peças identificadas em contextos da Estremadura, as quais se denominaram “lâminas ovóides”, sendo denominadas como foliáceos ovóides, a isto junta-se o facto de serem evidentes “lustros de cereal” em alguma áreas do presente artefacto.
Desta forma, este tipo de utensílios vem sendo cronologicamente integrável em contextos do Neolítico Final ou mesmo do Calcolítico da Estremadura, como o Zambujal e Penedo do Lexim (Sousa, 2010, p. 202).
No presente caso, tudo parede indicar uma inserção nas deposições do Neolítico final regional.
Em termos da origem da matéria-prima, pelo tipo de sílex – sílex castanho-avermelhado – parece apontar para uma origem extrarregional, proveniente da zona de Pombal.
Cronologia: Neolítico final (3600 a 3000 cal BC).
Direção dos trabalhos: Intervenção de 2003, direção de José Manuel Quintã Ventura, com colaboração de Hélder Carvalho.
Descrição: Artefacto foliáceo tipo lâmina ovoide, em sílex, com retoque bifacial, invasivo, irregular na fase de conformação da peça, com acabamento de gumes por retoques rasantes, sub-paralelos. Comprimento de 85,87mm, largura de 52,58mm e espessura de 13,94mm.
A sua representação gráfica é bastante semelhante às peças identificadas em contextos da Estremadura, as quais se denominaram “lâminas ovóides”, sendo denominadas como foliáceos ovóides, a isto junta-se o facto de serem evidentes “lustros de cereal” em alguma áreas do presente artefacto.
Desta forma, este tipo de utensílios vem sendo cronologicamente integrável em contextos do Neolítico Final ou mesmo do Calcolítico da Estremadura, como o Zambujal e Penedo do Lexim (Sousa, 2010, p. 202).
No presente caso, tudo parede indicar uma inserção nas deposições do Neolítico final regional.
Em termos da origem da matéria-prima, pelo tipo de sílex – sílex castanho-avermelhado – parece apontar para uma origem extrarregional, proveniente da zona de Pombal.
Bibliografia:
Pinheiro, Patricia (2012) – O monumento da Orca do Pinhal dos Amiais (Nelas) no contexto do Megalitismo da Plataforma do Mondego. Dissertação de Mestrado em Arqueologia. Universidade de Lisboa. policop.
Sousa, A. C. (2010) - O Penedo do Lexim (Mafra) na sequência do Neolítico final e Calcolítico da Península de Lisboa. Tese de Doutoramento em Pré-história e Arqueologia. Universidade de Lisboa. policop.
Pinheiro, Patricia (2012) – O monumento da Orca do Pinhal dos Amiais (Nelas) no contexto do Megalitismo da Plataforma do Mondego. Dissertação de Mestrado em Arqueologia. Universidade de Lisboa. policop.
Sousa, A. C. (2010) - O Penedo do Lexim (Mafra) na sequência do Neolítico final e Calcolítico da Península de Lisboa. Tese de Doutoramento em Pré-história e Arqueologia. Universidade de Lisboa. policop.
José Ventura
AGENDA
8th International Meeting
ANTHRACO 2023 29 de Agosto a 2 de Setembro Universidade do Porto Mais informação AQUI |
VI Encontro de História de Loulé
1 e 2 de Setembro Auditório do Convento do Espírito Santo | Loulé Mais informação AQUI |
XIV Jornadas de Jovens em Investigação Arqueológica
6 a 8 de Setembro FLUL | Lisboa Mais informação AQUI |
Comemoração dos 25 anos dos Cursos de Arqueologia da Universidade do Minho
21 e 22 de Setembro Universidade do Minho | Braga |
Territórios Esquecidos da Arqueologia Portuguesa: O caso do vale do Douro
30 de Setembro e 1 de Outubro Auditório Municipal | Alijó Mais informação AQUI |
Publicações em Acesso Aberto no Repositório da UL
Filipe, V. (2023). Olisipo (Lisboa). O grande porto da fachada atlântica. Economia e comércio. Estudos & Memórias 20. Lisboa: UNIARQ/FL-UL. 640 pp. doi:10.51427/10451/56712
hdl.handle.net/10451/56712 |
Gonçalves, D., Rosa, J., Brandão, A. L., Martins, A., Neves, C., Diniz, M., Arnaud, J. M., Marques, M. P. M., & Carvalho, L. A. E. B. d. (2023). Infrared Spectroscopy to Assess Manufacturing Procedures of Bone Artefacts from the Chalcolithic Settlement of Vila Nova de São Pedro (Portugal) Applied Sciences, 13(14 (Special Issue: Application of Chemometrics and Machine Learning in Cultural Heritage Analysis)) 8280. doi: 10.3390/app13148280
hdl.handle.net/10451/58813 |
Provas Académicas
Provas Intermédias e de Qualificação dos Trabalhos no Doutoramento em Arqueologia "O Teórico Artificial: identificar conceitos, ideias e padrões no discurso arqueológico na Península Ibérica (XX-XXI) com recurso a métodos de Inteligência Artificial e Aprendizagem Automática" (2020.08612.BD)
por Daniel Martins da Silva Rodrigues de Carvalho
28 de Setembro | 14h30 | Online (Zoom)
por Daniel Martins da Silva Rodrigues de Carvalho
28 de Setembro | 14h30 | Online (Zoom)
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