Editorial
Mariana Diniz, Directora da UNIARQ
Começo o Editorial de Setembro com as mais calorosas palavras de boas-vindas para destinatários que provavelmente as não irão ler agora, porque podem ainda não conhecer os canais de comunicação da UNIARQ: os estudantes que acabam de entrar na Licenciatura em Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Bem-vindos à Arqueologia, bem-vindos à Escola e ao Centro de Arqueologia, que também vão ser a vossa casa, bem-vindos à UNIARQ onde serão, desde o principio do 1º Ciclo, iniciados nas práticas de investigação cientifica.
É com uma enorme satisfação que vos acolhemos, é com enorme satisfação que verificamos ser, mais uma vez, a Licenciatura em Arqueologia, com melhor média de entrada na cidade de Lisboa, é com enorme satisfação que acompanhamos a fundamental renovação das gerações em Arqueologia, área do conhecimento absolutamente decisiva para a compreensão das sociedades humanas, das suas trajectórias e dos seus desafios, área decisiva para uma gestão sensata dos territórios e dos recursos do Presente e do Futuro.
São estes que acabam de chegar que integrarão num futuro, não muito distante, as diferentes equipas e os diferentes projectos que se desenvolvem na UNIARQ, que participarão nos trabalhos de terreno e de laboratório como os que aconteceram este ano, alguns dos quais apresentados neste número. Serão estes também que seguindo diferentes linhas de investigação do Paleolítico ao Mundo Contemporâneo, apresentarão em futuros congressos os resultados dos seus trabalhos, como aconteceu nesta última semana, em Roma, no 30º Encontro Anual da Associação dos Arqueólogos Europeus – EAA, onde se reuniram diferentes gerações de Investigadores da UNIARQ, responsáveis pela organização de sessões, apresentações de comunicações e posters, numa extraordinária manifestação da qualidade, mas também do dinamismo desta equipa.
Mas serão também estes que, no futuro, virão a receber bolsas de doutoramento, apoio fundamental para uma formação avançada que é o garante da continuidade de um Centro de Investigação. Agora, damos os mais vivos parabéns àquelas que as receberam no concurso FCT 2024 e que em breve iniciarão mais este ciclo de estudos, fundamental na construção de um trajecto na Investigação, onde se colocam novas questões e se desenvolvem novas metodologias, como aconteceu com os Projectos Exploratórios de dois investigadores da UNIARQ que serão financiados pela FCT e a quem damos as mais sinceras felicitações e todo o apoio que o Centro de Arqueologia possa garantir.
Aos novos estudantes de Arqueologia da FLUL, é este o Centro de Investigação que vos espera, será das vossas perguntas, das vossas propostas, e dos vossos resultados que se fará a UNIARQ do futuro.
Para todos, os que chegam, os que estão, os que partem, um excelente ano 2024-2025!
É com uma enorme satisfação que vos acolhemos, é com enorme satisfação que verificamos ser, mais uma vez, a Licenciatura em Arqueologia, com melhor média de entrada na cidade de Lisboa, é com enorme satisfação que acompanhamos a fundamental renovação das gerações em Arqueologia, área do conhecimento absolutamente decisiva para a compreensão das sociedades humanas, das suas trajectórias e dos seus desafios, área decisiva para uma gestão sensata dos territórios e dos recursos do Presente e do Futuro.
São estes que acabam de chegar que integrarão num futuro, não muito distante, as diferentes equipas e os diferentes projectos que se desenvolvem na UNIARQ, que participarão nos trabalhos de terreno e de laboratório como os que aconteceram este ano, alguns dos quais apresentados neste número. Serão estes também que seguindo diferentes linhas de investigação do Paleolítico ao Mundo Contemporâneo, apresentarão em futuros congressos os resultados dos seus trabalhos, como aconteceu nesta última semana, em Roma, no 30º Encontro Anual da Associação dos Arqueólogos Europeus – EAA, onde se reuniram diferentes gerações de Investigadores da UNIARQ, responsáveis pela organização de sessões, apresentações de comunicações e posters, numa extraordinária manifestação da qualidade, mas também do dinamismo desta equipa.
Mas serão também estes que, no futuro, virão a receber bolsas de doutoramento, apoio fundamental para uma formação avançada que é o garante da continuidade de um Centro de Investigação. Agora, damos os mais vivos parabéns àquelas que as receberam no concurso FCT 2024 e que em breve iniciarão mais este ciclo de estudos, fundamental na construção de um trajecto na Investigação, onde se colocam novas questões e se desenvolvem novas metodologias, como aconteceu com os Projectos Exploratórios de dois investigadores da UNIARQ que serão financiados pela FCT e a quem damos as mais sinceras felicitações e todo o apoio que o Centro de Arqueologia possa garantir.
Aos novos estudantes de Arqueologia da FLUL, é este o Centro de Investigação que vos espera, será das vossas perguntas, das vossas propostas, e dos vossos resultados que se fará a UNIARQ do futuro.
Para todos, os que chegam, os que estão, os que partem, um excelente ano 2024-2025!
NOTÍCIAS
UNIARQ no Congresso da European Association of Archaeologists
O 30º Encontro Anual da European Association of Archaeologists, intitulado "Persisting with Change", foi realizado este ano em Roma, Itália, entre 28 a 31 de Agosto.
Como tem sido habitual em edições anteriores, os investigadores da UNIARQ participaram activamente neste evento, tanto na organização de sessões temáticas, como no papel de conferencistas. Com efeito, 62 investigadores (Alexandre Varanda, Alice Baeta, Amílcar Guerra, Ana Beatriz Santos, Ana Catarina Sousa, Ana Margarida Arruda, Ana Maria Costa, Ana Maria Silva, André Texugo, Carine de Souza, Catarina Viegas, Cátia Delicado, Carlos Filipe Ferreira, Carlos Fabião, Carlos Odriozola, Cláudia Oliveira, Cleia Detry, Cristina Gameiro, Daniel Sánchez Gómez, Daniel van Calker, Eduardo Méndez Quintas, Elisa de Sousa, Elizabeth Wright, Filipa Rodrigues, Francisco B. Gomes, Francisco Noelli, Frederico Agosto, Jesús Acero Pérez, Joan Daura, João Duarte, João Pedro Cunha Ribeiro, João Zilhão, Joaquina Soares, Jorge de Juan Ares, José Ángel Garrido Cordero, Juan Manuel López García, Luis Almeida, Luis Gomes, Luis Luis, Macarena Bustamante Álvarez, Maria João Valente, Maria Melo, Mariana Diniz, Mariana Nabais, Marianne Deschamps, Marianne Sallum, Maurizio Zambaldi, Miguel Almeida, Miguel Rodrigues, Miriam Cubas, Mónica Corga, Montserrat Sanz, Nelson J. Almeida, Noe Conejo Delgado, Patrícia Jordão, Rafael Lima, Rui Gomes Coelho, Rute Arvela, Sandra Domingues Gomes, Silvia Valenzuela Lamas, Telmo Pereira e Thierry Aubry) apresentaram os mais recentes resultados da investigação que têm vindo a desenvolver na nossa unidade e também em colaboração com outras entidades.
O sucesso deste evento ficou evidente na expressiva participação, envolvendo cerca de 5000 investigadores que se reuniram na capital italiana, tendo a UNIARQ e seus investigadores consolidado a sua presença e promovido a investigação realizada.
O próximo encontro da European Association of Archaeologists será realizado em Belgrado, Sérvia, de 3 a 6 de setembro de 2025 (https://www.e-a-a.org/EAA/Navigation_conferences/Future_conferences_webs/EAA_2025_Annual_Meeting.aspx).
Como tem sido habitual em edições anteriores, os investigadores da UNIARQ participaram activamente neste evento, tanto na organização de sessões temáticas, como no papel de conferencistas. Com efeito, 62 investigadores (Alexandre Varanda, Alice Baeta, Amílcar Guerra, Ana Beatriz Santos, Ana Catarina Sousa, Ana Margarida Arruda, Ana Maria Costa, Ana Maria Silva, André Texugo, Carine de Souza, Catarina Viegas, Cátia Delicado, Carlos Filipe Ferreira, Carlos Fabião, Carlos Odriozola, Cláudia Oliveira, Cleia Detry, Cristina Gameiro, Daniel Sánchez Gómez, Daniel van Calker, Eduardo Méndez Quintas, Elisa de Sousa, Elizabeth Wright, Filipa Rodrigues, Francisco B. Gomes, Francisco Noelli, Frederico Agosto, Jesús Acero Pérez, Joan Daura, João Duarte, João Pedro Cunha Ribeiro, João Zilhão, Joaquina Soares, Jorge de Juan Ares, José Ángel Garrido Cordero, Juan Manuel López García, Luis Almeida, Luis Gomes, Luis Luis, Macarena Bustamante Álvarez, Maria João Valente, Maria Melo, Mariana Diniz, Mariana Nabais, Marianne Deschamps, Marianne Sallum, Maurizio Zambaldi, Miguel Almeida, Miguel Rodrigues, Miriam Cubas, Mónica Corga, Montserrat Sanz, Nelson J. Almeida, Noe Conejo Delgado, Patrícia Jordão, Rafael Lima, Rui Gomes Coelho, Rute Arvela, Sandra Domingues Gomes, Silvia Valenzuela Lamas, Telmo Pereira e Thierry Aubry) apresentaram os mais recentes resultados da investigação que têm vindo a desenvolver na nossa unidade e também em colaboração com outras entidades.
O sucesso deste evento ficou evidente na expressiva participação, envolvendo cerca de 5000 investigadores que se reuniram na capital italiana, tendo a UNIARQ e seus investigadores consolidado a sua presença e promovido a investigação realizada.
O próximo encontro da European Association of Archaeologists será realizado em Belgrado, Sérvia, de 3 a 6 de setembro de 2025 (https://www.e-a-a.org/EAA/Navigation_conferences/Future_conferences_webs/EAA_2025_Annual_Meeting.aspx).
Mariana Diniz, Cleia Detry e Elisa de Sousa
INVESTIGAÇÃO NA UNIARQ
ESPECIAL CAMPANHAS DE VERÃO 2024
Iniciaram-se, em Maio, as campanhas de investigação de campo e de laboratório dos investigadores da UNIARQ, que se prolongarão até este mês de Setembro.
CAMPO:
1. Orca 1 de Troviscos (Carregal do Sal). Neolítico Final e Bronze Antigo. Projecto NeoMEGA3: Antigas Sociedades Camponesas e Megalitismo na Plataforma do Mondego: Investigação, Recuperação, Integração e Valorização Patrimonial. José Quintã Ventura e Telma O. Ribeiro
2. Monumento da Víbora (Carregal do Sal). Bronze Final. Projecto NeoMEGA3: Antigas Sociedades Camponesas e Megalitismo na Plataforma do Mondego: Investigação, Recuperação, Integração e Valorização Patrimonial. José Quintã Ventura e Telma O. Ribeiro
3. Abrigo da Gruta da Buraca da Moira (Leiria). Neolítico Médio - Calcolítico Médio Necrópole; Paleolítico Superior. Projecto EcoPLis - Ecónonos Plistocénicos na Bacia do Rio Lis. Telmo Pereira
4. Abrigo da Senhora das Lapas (Tomar). Projecto ARQEVO2. Alexandre Varanda, Luis Gomes, João Zilhão e Filipa Rodrigues
5. Gruta do Caldeirão (Tomar). Paleolítico Médio/Superior. Projecto ARQEVO: Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica. Luis Gomes, João Zilhão e Alexandre Varanda
6. Gruta do Aderno (Torres Novas). Paleolítico Inferior. Projecto Arqueologia e evolução dos primeiros humanos na fachada atlântica da Península Ibérica (ARQEVO 2). Henrique Matias, John Willman e João Zilhão
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7. Lapa da Bugalheira (Torres Novas). Neolítico Antigo e Médio. Projecto ARQEVO: Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica. Filipa Rodrigues e João Zilhão;
8. Villa Cardílio (Torres Novas). Romano (I-V d.C.). Projecto Villa Cardílio: a romanização da bacia hidrográfica do Almonda. Victor Filipe
9. Concheiro - Fortim do Baleal 1 (Peniche). Mesolítico / Neolítico. Projecto Espaço e Tempo. Paleoambiente e Povoamento do 6º ao 3º milénio a.n.e na região de Peniche. Luis Rendeiro
10. Cidade Romana de Ammaia (Marvão). Romano. Projecto Anfiteatro da cidade Romana de Ammaia. Carlos Fabião, Amílcar Guerra e Catarina Viegas
11. Tapada de Mafra. Vários. Projecto PATM: Paisagens Antigas da Tapada de Mafra. Ana Catarina Sousa e Marta Miranda
14. Castelo Velho de Safara (Moura). Romano Republicano, Idade do Ferro, Calcolítico. Projecto FOMEGA II. Mariana Nabais e Rui Monge Soares
LABORATÓRIO:
1. Orca 1 de Troviscos (Carregal do Sal). Neolítico Final e Bronze Antigo. Projecto NeoMEGA3: Antigas Sociedades Camponesas e Megalitismo na Plataforma do Mondego: Investigação, Recuperação, Integração e Valorização Patrimonial. José Quintã Ventura e Telma O. Ribeiro
2. Monumento da Víbora (Carregal do Sal). Bronze Final. Projecto NeoMEGA3: Antigas Sociedades Camponesas e Megalitismo na Plataforma do Mondego: Investigação, Recuperação, Integração e Valorização Patrimonial. José Quintã Ventura e Telma O. Ribeiro
3. Abrigo da Gruta da Buraca da Moira (Leiria). Neolítico Médio - Calcolítico Médio Necrópole; Paleolítico Superior. Projecto EcoPLis - Ecónonos Plistocénicos na Bacia do Rio Lis. Telmo Pereira
4. Abrigo da Senhora das Lapas (Tomar). Projecto ARQEVO2. Alexandre Varanda, Luis Gomes, João Zilhão e Filipa Rodrigues
6. Gruta do Aderno (Torres Novas). Paleolítico Inferior. Projecto Arqueologia e evolução dos primeiros humanos na fachada atlântica da Península Ibérica (ARQEVO 2). Henrique Matias, John Willman e João Zilhão
8. Villa Cardílio (Torres Novas). Romano (I-V d.C.). Projecto Villa Cardílio: a romanização da bacia hidrográfica do Almonda. Victor Filipe
9. Concheiro - Fortim do Baleal 1 (Peniche). Mesolítico / Neolítico. Projecto Espaço e Tempo. Paleoambiente e Povoamento do 6º ao 3º milénio a.n.e na região de Peniche. Luis Rendeiro
10. Cidade Romana de Ammaia (Marvão). Romano. Projecto Anfiteatro da cidade Romana de Ammaia. Carlos Fabião, Amílcar Guerra e Catarina Viegas
12. Laboratório das Colecções da Arqueologia Colonial Portuguesa / FLUL. Paleolítico. Projecto Colecções da Arqueologia Colonial Portuguesa. João Pedro Cunha-Ribeiro e Paula Nascimento
13. Práticas de laboratório em Arqueologia - Idade do Ferro e período romano: estudo de materiais faunísticos e cerâmicos / FLUL. Idade do Ferro e Período Romano. Elisa de Sousa, Cleia Detry e Francisco B. Gomes
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Trabalhos Arqueológicos no Carregal do Sal
Terminaram no dia 10 de agosto os trabalhos arqueológicos na Orca 1 dos Troviscos (José Ventura) e Monumento da Víbora (Telma Ribeiro) com participação de alunos de Arqueologia e Antropologia da Universidade de Bournemouth, ao abrigo de uma parceria entre esta Universidade e a UNIARQ.
Até ao momento, os trabalhos permitiram a identificação de um momento da idade do Bronze regional, com um enterramento em possível cista na Orca 1 dos Troviscos, bem como a confirmação da reorientação do monumento através do seu corredor megalítico e a identificação de um corredor intra-tumular. Já no monumento da Víbora os trabalhos continuam a apresentar uma estrutura muito particular, apontando cada vez mais para um espaço sagrado monumentalizado. Apesar das várias violações ao monumento realizadas ao longo dos séculos, que não deixaram quaisquer U.E.s da sua utilização original conservadas no seu espaço central, mantém-se a possibilidade de se tratar de um monumento funerário tardio. No entanto, os vestígios deixados na sua rocha-base testemunham ainda uma ocupação anterior ou até outras possíveis funcionalidades do monumento, eventualmente relativas à mineração. |
José Ventura
Villa Cardílio (Torres Novas): campanha de 2024
Resultando de uma colaboração entre o Município de Torres Novas e a UNIARQ, o projecto “Villa Cardílio e a romanização da bacia hidrográfica do Almonda” entrou no passado mês de julho no seu quarto ano. A campanha de escavação decorreu entre 25 de junho e 2 de agosto, contando, como habitualmente, com a participação dos alunos de Licenciatura e de Mestrado em Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Cumprindo com a função social da arqueologia, contámos novamente com a participação de jovens voluntários do Município nas escavações, tendo, no mesmo âmbito, sido realizada uma visita orientada à villa e às escavações, aberta ao público geral.
Os trabalhos concentraram-se na plataforma situada imediatamente a nascente das ruínas da domus, numa área onde os resultados das prospecções geofísicas indicavam a presença de diversas estruturas. O desenvolvimento da escavação veio a confirmar a presença de alguns embasamentos de plano quadrangular, possivelmente pertencentes a um armazém e associados e um nível de derrube e de incêndio, datável da fase tardia da villa. Na próxima campanha proceder-se-á ao alargamento da área de escavação, pretendendo-se, por um lado, documentar o perímetro do edifício e, por outro, proceder à sua correcta caracterização funcional. |
Victor Filipe
Gruta do Aderno (Torres Novas): 5.ª campanha de escavação
A quinta campanha de escavação na Gruta do Aderno, localizada no sistema cársico associado à nascente do Rio Almonda (Torres Novas), realizou-se entre os dias 1 de Julho e 7 de Agosto de 2024, num total de 5 semanas e meia de trabalho de campo e laboratório. Os trabalhos foram dirigidos por Henrique Matias, John Willman e João Zilhão, tendo contado com a participação de estudantes da licenciatura em Arqueologia da Universidade de Lisboa.
A escavação incidiu sobre uma área de cerca de 6 m2, onde foi atingida a base de espesso depósito crioclástico idêntico às camadas X-XI da Gruta da Aroeira (escavações de 2013-2017), que datam de há mais de 400 mil anos. Tal como estas, o depósito crioclástico da Gruta do Aderno contém uma indústria lítica acheulense com bifaces e debitagem discóide. A fauna — abundante fauna muito bem conservada – inclui restos de cavalo, veado e outros cervídeos, e auroque. Em 2024, sob estes níveis, identificámos e iniciámos a escavação de novos depósitos sedimentares que, pela sua posição estratigráfica, abrem a perspectiva de se ultrapassar a barreira do meio milhão de anos. Apesar de arqueologicamente férteis, na pequena área sondada não foram ainda identificados artefactos que permitam caracterizar a indústria lítica. Nas próximas campanhas alargaremos a área onde estes depósitos mais antigos se conservam, na perspectiva de, com uma amostra maior, podermos caracterizar as ocupações humanas mais antigas até hoje identificadas nas grutas do sistema cársico do Almonda. |
Esta campanha contou com o apoio logístico e financeiro da Câmara Municipal de Torres Novas, da STEA (Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia), da PALEOALMONDA, Associação de Estudos Científicos e da Renova - Fábrica de Papel do Almonda, SA.
Henrique Matias, John Willman e João Zilhão
Escavação da Gruta do Caldeirão, Tomar: 2024
A Gruta do Caldeirão (Pedreira, Tomar), escavada originalmente entre 1979 e 1988, apresenta uma importante sequência de ocupações do Plistocénico Superior e do início do Holocénico, cujos dados publicados são fundamentais para a compreensão de diversas fases da Pré-História no ocidente da Península Ibérica (Referências Bibliográficas 1-3). Desde 2021, vários investigadores da UNIARQ e membros da STEA e da PALEOALMONDA, contando com o abundante apoio de estudantes das Licenciatura e Mestrado em Arqueologia da FLUL, têm levado a cabo trabalhos de campo com o objectivo de aumentar o conjunto artefactual e ecofactual relactivo às fases de ocupação do Paleolítico Médio e do Paleolítico Superior Inicial, bem como de compreender em detalhe a sequência de formação do depósito sedimentar, principalmente o afecto às mais antigas fases que documentam ocupação humana. Em sequência dos dados obtidos tanto a partir de estudos sobre o conjunto proveniente das escavações de 1979-1988 como dos trabalhos de campo de 2021-2023 (já expostos em edições anteriores deste boletim), a escavação de 2024 procurou terminar os processos de escavação das sequências do Paleolítico Médio dos sectores “Vertente” e “Sala do Fundo” (Figura 1).
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No sector “Sala do Fundo” os trabalhos levados a cabo na década de 1980 permitiram observar c.1,5m de espessura de sedimento com evidência de restos de talhe de afinidades com o tecnocomplexo Mustierense e com datas consistentes com a sua atribuição ao Paleolítico Médio. Em 2024, e após escavação, entre 2021 e 2023, da sequência datada do Paleolítico Superior e do Holocenico, procurou-se aumentar a área de escavação do contexto do Paleolítico Médio (Figura 3). Os resultados permitiram, em acordo com os objetivos, um aumento substancial do conjunto material, sustentando, em linha com o identificado no sector “Vertente”, uma diversidade dos sistemas de produção artefactual documentados na gruta durante o Paleolítico Médio. Foram também identificados, no topo da sequência escavada em 2024, vários elementos de afinidades com o tecnocomplexo Aurignacense (aos quais se adiciona um outro, identificado durante as campanhas da década de 1980). Estes elementos confirmam, de forma inequívoca, a sua sistemática presença em posição estratigráfica clara e coerente.
O material recolhido em escavação está e continuará a ser estudado por vários investigadores da UNIARQ, com apoio significativo de estudantes da licenciatura e mestrado em Arqueologia da FLUL, bem como por investigadores de outras instituições de ensino superior, abarcando uma equipa de trabalho multidisciplinar.
O material recolhido em escavação está e continuará a ser estudado por vários investigadores da UNIARQ, com apoio significativo de estudantes da licenciatura e mestrado em Arqueologia da FLUL, bem como por investigadores de outras instituições de ensino superior, abarcando uma equipa de trabalho multidisciplinar.
Agradecimentos: UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa; PALEOALMONDA – Associação de estudos científicos; STEA – Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia; União de Freguesias de Além da Ribeira e Pedreira; Centro Social e Paroquial de Além da Ribeira; As escavações realizadas em 2021 e 2022 foram levadas a cabo dentro de projecto financiado pela FCT: ARQEVO - Arqueologia e Evolução dos Primeiros Humanos na Fachada Atlântica da Península Ibérica (PTDC/HAR-ARQ/30413/2017).
Referências Bibliográficas:
- Zilhão, J., D. E. Angelucci, L. J. Arnold, F. d’Errico, L. Dayet, M. Demuro, M. Deschamps, H. Fewlass, L. Gomes, B. Linscott, H. Matias, A. W. G. Pike, P. Steier, S. Talamo e E. M. Wild (2021). "Revisiting the Middle and Upper Palaeolithic archaeology of Gruta do Caldeirão (Tomar, Portugal)." PLoS One 16(10): e0259089 (https://doi.org/10.1371/journal.pone.0259089).
- Zilhão, J. (1992). Gruta do Caldeirão. O Neolítico Antigo. Lisboa, Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico.
- Zilhão, J. (1997). O Paleolítico Superior da Estremadura portuguesa. Lisboa: Colibri. 1159 p.
Luis Gomes, João Zilhão e Alexandre Varanda
Laboratório de Arqueologia Idade do Ferro e Romana na FLUL
Entre os dias 15 de julho e 2 de agosto, 13 alunos da licenciatura e mestrado em Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) participaram na cadeira de Campo e Laboratório durante três semanas intensivas.
Durante a primeira semana do programa, os estudantes concentraram seus esforços na análise zooarqueológica, uma área essencial para o estudo das interações entre seres humanos e animais no passado. Os alunos realizaram atividades práticas, que incluíram a marcação e limpeza de esqueletos da coleção de referência da instituição, seguidas pelo estudo de materiais arqueológicos relevantes. Nomeadamente, puderam tratar e analisar materiais faunísticos dos Armazéns Sommer do período Medieval e Moderno. Com isto, os alunos adquiriram uma sólida formação teórica e prática em osteologia, anatomia comparada e tafonomia.
A segunda semana da campanha de Trabalho de Laboratório foi dedicada ao estudo do instrumental têxtil, focando-se num extenso conjunto de pesos de tear e cossoiros proveniente do sítio de Monte Molião (Lagos). Após uma introdução teórica e metodológica ao domínio ainda pouco explorado em Portugal da Arqueologia Têxtil, as e os participantes tiveram a oportunidade de se familiarizarem de modo prático com as distintas etapas que conformam o protocolo de estudo destes materiais. As tarefas realizadas incluíram o inventário descritivo, a classificação tipológica, o desenho e a fotografia dos materiais em questão, bem como uma abordagem aos usos da microscopia na observação e documentação de marcas de uso.
Durante a primeira semana do programa, os estudantes concentraram seus esforços na análise zooarqueológica, uma área essencial para o estudo das interações entre seres humanos e animais no passado. Os alunos realizaram atividades práticas, que incluíram a marcação e limpeza de esqueletos da coleção de referência da instituição, seguidas pelo estudo de materiais arqueológicos relevantes. Nomeadamente, puderam tratar e analisar materiais faunísticos dos Armazéns Sommer do período Medieval e Moderno. Com isto, os alunos adquiriram uma sólida formação teórica e prática em osteologia, anatomia comparada e tafonomia.
A segunda semana da campanha de Trabalho de Laboratório foi dedicada ao estudo do instrumental têxtil, focando-se num extenso conjunto de pesos de tear e cossoiros proveniente do sítio de Monte Molião (Lagos). Após uma introdução teórica e metodológica ao domínio ainda pouco explorado em Portugal da Arqueologia Têxtil, as e os participantes tiveram a oportunidade de se familiarizarem de modo prático com as distintas etapas que conformam o protocolo de estudo destes materiais. As tarefas realizadas incluíram o inventário descritivo, a classificação tipológica, o desenho e a fotografia dos materiais em questão, bem como uma abordagem aos usos da microscopia na observação e documentação de marcas de uso.
A última fase do trabalho de laboratório incidiu no processo de tratamento e estudo de artefactos metálicos e cerâmicos da Idade do Ferro e época romana provenientes, também neste caso, do sítio algarvio. Incorporou distintas tarefas, iniciando-se com a lavagem ou, em casos específicos, a limpeza mecânica a seco, marcação e inventariação dos elementos diagnosticáveis. A informatização dos dados foi realizada com recurso à base de dados elaborada para o local, em Filemaker. Procedeu-se ainda ao desenho, classificação e iniciação ao estudo de distintos tipos de materiais cerâmicos, como é o caso de contentores anfóricos, cerâmica comum, vasos de paredes finas e terra sigillata, facultando aos alunos algumas bases teóricas e metodológicas referentes aos estudos da cultura material, salientando a sua importância singular para o conhecimento das comunidades antigas.
A cadeira de campo e laboratório não só enriqueceu a formação dos participantes, como também reforçou a importância da Zooarqueologia e do estudo de outros componentes da cultura material na reconstrução e interpretação do passado, preparando futuros arqueólogos para enfrentar desafios em suas carreiras académicas e profissionais.
A cadeira de campo e laboratório não só enriqueceu a formação dos participantes, como também reforçou a importância da Zooarqueologia e do estudo de outros componentes da cultura material na reconstrução e interpretação do passado, preparando futuros arqueólogos para enfrentar desafios em suas carreiras académicas e profissionais.
Cleia Detry, Elisa de Sousa e Francisco B. Gomes
FINANCIAMENTO COMPETITIVO
COST INNOVATORS GRANTS
HERITEX-HUB: Building a Heritage-Based Knowledge Hub to Empower the Green Transition in Textiles and Fashion
PI Francisco B. Gomes; Co-PI Paula Nabais (LAQV-Requimte; FCT-UNL)
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FCT - Projectos de Investigação & Desenvolvimento (Exploratórios)
TransTexTec: Em busca de transições nas tecnologias e economias têxteis no longo II milénio a.n.e. (2200 - 700 a.n.e.): o Sul do território português como caso de estudo (2023.13050.PEX)
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MOBLades: Proveniência da matéria-prima das lâminas como indicador da mobilidade humana ao longo do Calcolítico do SW da Península Ibérica (2023.13251.PEX)
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FCT - Bolsas de Doutoramento 2024
PEÇA DO MÊS
"Criança da Orca"
Proveniência: Orca do Pinhal dos Amiais, Senhorim, Nelas, Viseu (CNS 15837)
Cronologia: Bronze antigo (2400-2150 cal AC). Direção dos trabalhos: Intervenções de 2000 a 2003, direção de José Manuel Ventura, colaboração de Hélder Carvalho. Descrição: Conjunto de 606 fragmentos de osso, recuperados nas escavações de 2000 e 2001, sobre a condenação do corredor intra-tumular, inseridos numa pequena fossa, preenchida e coberta por argila, correspondendo à Unidade Estratigráfica 5, e numa área de 0,5 m2. A avaliação realizada por David Gonçalves do LARC permitiu as seguintes conclusões: «Os ossos da Orca do Pinhal do Amiais revelaram a presença de pelo menos um indivíduo, provavelmente juvenil, e de sexo indeterminado. A cremação visou a oxidação completa, e muito provavelmente intencional, do esqueleto. A recolha dos vestígios pode não ter sido integral e aparenta ter privilegiado o crânio. Oferendas faunísticas acompanharam o corpo na pira». A acompanhar este excelente estudo, foi ainda possível proceder à datação de duas amostras dos restos cremados, revelando uma data de 2400-2150 cal AC (95,4% probabilidade) ou seja, colocando o processo na 2ª metade do III Milénio a.n.e. em ambientes dos inícios do Bronze antigo regional, num momento que, em regiões mais a sul, é caracterizado pela presença de elementos campaniformes, ainda qur neste monumento isso não ocorra, até ao momento. |
Indiretamente associado a esta cremação foi identificado, no átrio do monumento, um conjunto de deposições rituais, maioritariamente de cerâmicas - integráveis na mesma cronologia – que já foram estudadas por Patrícia Pinheiro na sua dissertação de Mestrado na FLUL.
Bibliografia:
PINHEIRO, P. (2012) – O monumento da Orca do Pinhal dos Amiais (Nelas) no contexto do Megalitismo da Plataforma do Mondego. Tese de Mestrado em Arqueologia, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. hdl.handle.net/10451/9792
PINHEIRO, P. (2012) – O monumento da Orca do Pinhal dos Amiais (Nelas) no contexto do Megalitismo da Plataforma do Mondego. Tese de Mestrado em Arqueologia, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. hdl.handle.net/10451/9792
José Ventura
AGENDA
XV Jornadas de Jóvenes en Investigación Arqueológica
4 a 6 de Setembro Madrid (Espanha) Mais informação AQUI |
Seminário Presencial
Paisajes arqueológicos de la Prehistoria y la Protohistoria de la Península Ibérica 10 a 12 de Setembro Madrid (Espanha) Mais informação AQUI |
VIII Congresso do Neolítico Peninsular
11 a 13 de Setembro Universidad de Alcalá de Henares (Madrid, Espanha) Mais informação AQUI |
33º Congresso
REI CRETARIÆ ROMANÆ FAUTORES 15 a 22 de Setembro Leiden (Países Baixos) Mais informação AQUI |
Jornadas Internacionais
Una Nueva Edad del Bronce 19 e 20 de Setembro Alicante (Espanha) Mais informação AQUI |
Colóquio Internacional
Alcáçovas do Gharb Al-Andalus 20 de Setembro Castelo de S. Jorge (Lisboa) Mais informação AQUI |
Noite Europeia dos Investigadores 2024
"Ciência para os Desafios Globais" 27 de Setembro Mais informação AQUI |
Participações em Congressos, Colóquios e Conferências
"6th Conference Southern Deserts"
«The PaleoLeba project: Investigating Stone Age culture and landscape change in the Angolan Namib Desert»
Comunicação de Daniela de Matos
26 a 30 de Agosto | Walvis Bay (Namibia)
«The PaleoLeba project: Investigating Stone Age culture and landscape change in the Angolan Namib Desert»
Comunicação de Daniela de Matos
26 a 30 de Agosto | Walvis Bay (Namibia)
30th European Association of Archaeologists Annual Meeting "Persisting with Change"
Participação de Alexandre Varanda, Alice Baeta, Amílcar Guerra, Ana Beatriz Santos, Ana Catarina Sousa, Ana Margarida Arruda, Ana Maria Costa, Ana Maria Silva, André Texugo, Carine de Souza, Catarina Viegas, Cátia Delicado, Carlos Filipe Ferreira, Carlos Fabião, Carlos Odriozola, Cláudia Oliveira, Cleia Detry, Cristina Gameiro, Daniel Sánchez Gómez, Daniel van Calker, Eduardo Méndez Quintas, Elisa de Sousa, Elizabeth Wright, Filipa Rodrigues, Francisco B. Gomes, Francisco Noelli, Frederico Agosto, Jesús Acero Pérez, Joan Daura, João Duarte, João Pedro Cunha Ribeiro, João Zilhão, Joaquina Soares, Jorge de Juan Ares, José Ángel Garrido Cordero, Juan Manuel López García, Luis Almeida, Luis Gomes, Luis Luis, Macarena Bustamante Álvarez, Maria João Valente, Maria Melo, Mariana Diniz, Mariana Nabais, Marianne Deschamps, Marianne Sallum, Maurizio Zambaldi, Miguel Almeida, Miguel Rodrigues, Miriam Cubas, Mónica Corga, Montserrat Sanz, Nelson J. Almeida, Noe Conejo Delgado, Patrícia Jordão, Rafael Lima, Rui Gomes Coelho, Rute Arvela, Sandra Domingues Gomes, Silvia Valenzuela Lamas, Telmo Pereira e Thierry Aubry
28 a 31 de Agosto | Roma (Itália)
Participação de Alexandre Varanda, Alice Baeta, Amílcar Guerra, Ana Beatriz Santos, Ana Catarina Sousa, Ana Margarida Arruda, Ana Maria Costa, Ana Maria Silva, André Texugo, Carine de Souza, Catarina Viegas, Cátia Delicado, Carlos Filipe Ferreira, Carlos Fabião, Carlos Odriozola, Cláudia Oliveira, Cleia Detry, Cristina Gameiro, Daniel Sánchez Gómez, Daniel van Calker, Eduardo Méndez Quintas, Elisa de Sousa, Elizabeth Wright, Filipa Rodrigues, Francisco B. Gomes, Francisco Noelli, Frederico Agosto, Jesús Acero Pérez, Joan Daura, João Duarte, João Pedro Cunha Ribeiro, João Zilhão, Joaquina Soares, Jorge de Juan Ares, José Ángel Garrido Cordero, Juan Manuel López García, Luis Almeida, Luis Gomes, Luis Luis, Macarena Bustamante Álvarez, Maria João Valente, Maria Melo, Mariana Diniz, Mariana Nabais, Marianne Deschamps, Marianne Sallum, Maurizio Zambaldi, Miguel Almeida, Miguel Rodrigues, Miriam Cubas, Mónica Corga, Montserrat Sanz, Nelson J. Almeida, Noe Conejo Delgado, Patrícia Jordão, Rafael Lima, Rui Gomes Coelho, Rute Arvela, Sandra Domingues Gomes, Silvia Valenzuela Lamas, Telmo Pereira e Thierry Aubry
28 a 31 de Agosto | Roma (Itália)
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Edição e Textos: Alexandre Varanda, André Pereira, Cleia Detry, Elisa de Sousa, Francisco B. Gomes, Henrique Matias, João Zilhão, John Willman, José Ventura, Luis Gomes, Mariana Diniz e Victor Filipe Copyright © 2024 UNIARQ, Todos os direitos reservados. O nosso endereço: Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ) Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa PORTUGAL [email protected] Siga as nossas actividades também no facebook, twitter, instagram e youtube |